Cê já ouviu falar do N*NoWriMo? Ele é um desafio de escrita anual — todo novembro —, onde os escritores se comprometem a escrever 50.000 palavras. Experimentei e odiei (não sou competitiva, não funfou, acontece). No entanto, aprendi muito quanto à importância de uma rotina criativa depois que descobri essa ala da comunidade. É daí que vem o tema da empreitada da vez… inspirada no N*NoWriMo, eu pensei num desafio feito sob medida pra mim: progredir com a minha fanfic trabalhando por 1h/dia, durante três meses.
[25/10/2024] Por causa das múltiplas polêmicas envolvendo a equipe e moderação por trás do N*NoWriMo, entre elas assédio e o apoio à inteligência artificial generativa, eu deletei meu perfil há uns meses e agora uso o TrackBear para monitorar meu progresso. Sugiro, aos escritores leitores do blog, que façam o mesmo, ainda que compre nada oficial do N*No, e, portanto, não contribua financeiramente. O número de usuários ativos de um website também é um aspecto de valor para uma dada marca.
[25/10/2024] Por causa das múltiplas polêmicas envolvendo a equipe e moderação por trás do N*NoWriMo, entre elas assédio e o apoio à inteligência artificial generativa, eu deletei meu perfil há uns meses e agora uso o TrackBear para monitorar meu progresso. Sugiro, aos escritores leitores do blog, que façam o mesmo, ainda que compre nada oficial do N*No, e, portanto, não contribua financeiramente. O número de usuários ativos de um website também é um aspecto de valor para uma dada marca.
Eu sou lenta, falei disso em “Uns muitos anos desengavetando a mesma fic”, por isso decidi num trimestre inteiro, e como estou replanejando Relíquia das Almas: O Conto da Espada, não há nexo no critério ser escrever. Usei uma Google Planilha para monitoramento, o meu fiel caderno-mestre, o LibreOffice Writer, e glicose em forma de chocolates, balas e quitutes.
Querido fanfimor, hoje eu lhe trago: um relato.
I. No dia 01/01, após um pouco de estresse com a faculdade — nada de novo sob o sol —, abri uma Planilha mixuruca e iniciei minha peregrinação. Comecei organizando a fic em: “Monitoramento”, “Outros”, “Planejamento” e “Publicação”. Dentro de “Planejamento”, as subpastas: “Cenários”, “Construção de mundo”, “Enredo”, “Exploração temática” e “Personagens”. Movi arquivo daqui pra lá e acolá, e fui anotando as pendências num documento chamado, nada impressionantemente, “Checklist”.
Nessa altura, eu tinha certeza de três grandes entraves: as urgências de criar um processo (e fichas) para cenários e para criação de personagens, e a necessidade de rever a bendita da outline. Pelo menos as questões das personagens e da outline já estavam em andamento. Contudo, eu teria de acelerar. Bem que três meses é um prazo tranquilo.
Talvez aqui caiba um comentário. Será que pra ti também é assim, fanfimor? Pra mim, foi meio estranho. Por causa do estado geral de, bem, tudo nessa vida, estou habituada a pensar que tenho que otimizar, acelerar, produzir; porém tal agitação é criativamente contraproducente, além de desgastante. Nos últimos tempos estou me forçando a ir devagar, apesar da eu-censora reclamando no pano de fundo. Eu sabia que três meses é um bom prazo, por isso o escolhi; no entanto, por um tempo eu me policiei 24/7 pra não cair na falácia sussurrante do meu diálogo interno: “E se eu diminuir o tempo? Só um mês? Ou dois? E se eu me forçar um cadinho? E se… e se…?”
É cansativo.
Um dia retorno à questão da lentidão, estou refletindo bastante. Por hora, prossigamos.
Inicialmente, as coisas andaram bem. No dia 05/05 terminei de rever os prints do Reddit, .pdfs abandonados e o que mais eu tinha anotado, e finalizei o processo criativo de, bem, criação de personagens. E ainda terminei de refazer a ficha de personagens! No mesmo dia! Encurtei a versão antiga até o talo; eu me conheço, sei que odeio essa parte da escrita, então toda assertividade é bem-vinda. Naquele dia estive elétrica de felicidade.
Nota! Eu tardo, e às vezes falho, sim, porém dessa vez não falharei, viu? Dissertarei a fundo sobre esse processo em: “Meu método um tanto inorgânico de criação de personagens”, que talvez lhe seja útil, fanfimor. Esse texto está em andamento, e quando for publicado essa anotação aqui será modificada.
Perto do fim de março, eu já não tinha, mais, tocado nesse aspecto da fanfic. Não mudei as pastas que criei no começo de janeiro, elas me servem bem. Decerto só voltarei a mexer nisso depois que eu terminar tudo o que tá pendente em relação ao elenco da fic, que não é coisa pouca… ai, ai.
II. Como essa fic é uma longfic, e ainda mais de alta fantasia, é claro que não faltou (re)construção de mundo. Infelizmente eu tive uma recaída depressiva terrível logo após a animação do dia cinco, e passei… bem, basicamente os vinte dias seguintes de janeiro indo de mal a pior. Fiquei sobretudo mal na semana que precedeu meu aniversário de 22 anos, em 20/01. Pois é… num desafio de três meses, quase um mês inteiro sem mexer na fanfic. Foi bem merda, sério, mas enfim.
Comecei a melhorar uns três ou quatro dias antes de 25/01, e no dia vinte e quatro tive ânimo pra mexer nas minhas histórias; não modifiquei Relíquia das Almas: O Conto da Espada, porém movi arquivos aqui e ali, rascunhei umas quatrocentas palavras pra uma twoshot de Grand Chase, e, o mais importante disso tudo, me refamiliarizei com projetos adormecidos para os quais consegui fazer um brainstorming singelo das cenas onde eu estava empacada. Uma three-shot de k-pop, e uma oneshot Lass/Azin! Que delícia.
Não, as quatrocentas palavras não foram pra oneshot Lass/Azin. Quem dera! Porém, foram pra uma twoshot Dio/Lass. Servido? Veja bem, tanto essa quanto a oneshot Lass/Azin são ideias que eu tive em conjunto com a Maria, e, tadinha do meu neném, eu a dediquei as duas há anos e nunca terminei as benditas fics. No dia que eu terminar as histórias, vai cair um toró…
Contudo, voltemos à longfic em questão. No dia vinte e cinco, com a minha vista mequetrefe de nerd míope, pelejei no laptop pra começar a montar uma ficha de construção de mundo. Como a de personagens, eu quis algo integralmente voltado para contar histórias, e o mais curto possível, pois zero paciência pra brainstorming demais; destaquei perguntas interessantes num dos modelos que eu tinha baixado sei-lá-quando da internet, revirei a pasta de escrita do querido Pinterest e fiz anotações avulsas no papel. Nessa, eu achei um questionário de trinta e uma páginas… que eu, óbvio, não li. Zero unidades de condição.
Trinta páginas de perguntas em inglês? Eu sou uma piada para você?!
Por não ter ideia clara de como eu quero que a ficha fique, inicialmente ela não tem estrutura. Comecei com uma seção chamada: “Detalhes gerais: continentes e países”, pois acho desnecessária a ladainha de ‘nome do planeta’, ‘quais raças vivem ali’, etc e tal, comum em fichas do deviantART e Tumblr, por exemplo. Essas informações são inclusas, compactadas, nas descrições dos subtópicos.
Depois disso eu também nunca mais mexi nesse aspecto da fic, mas, das pendências, essa é a menor das minhas preocupações. Consigo começar a rascunhar a longfic sem ter explorado a construção de mundo bastante a fundo; claro, eu não vou largar de mão, e, com certeza, direi do meu processo num post específico, no futuro distante, porém... sem pressa.
III. Depois daquele primeiro dia em que estive animada pra iniciar a construção de mundo da fic, mais uma vez escorreguei dentro de uma lagoa de depressão. No dia 03/02 faltou eletricidade onde moro, então tive que ocupar minha oficina do diabo com algo que preste; estufei o peito, respirei fundo e fui lá.
Isso mesmo, comecei a redesenvolver minhas OCs. Que onomatopeia caberia aqui? Pense em susto, desespero, fantasmas, ad infinitum. But, alas, this longfic won’t write itself. So I did what I had to do, y’all. I put in work.
Detalhe que, nesse dia, minhas regras desceram, então eu estava deprimida, sem luz e com cólica.
Como sempre faço, por questões de não surtar, eu escolhi uma personagem aleatória, que acabou sendo a Vimala. Gente, a Vimala… olha, tem todo um rolê, viu. Vamos lá.
Vimala Greatergold é irmã mais velha de Victorio Greatergold, o antagonista da fic. Eu criei ela pra ser uma “vilã”, mas eu não sei se ela atua, de fato, como vilã na longfic; mas não faz mal que eu não saiba que função dar a ela, desde que sei, com certeza, que, sendo ela vilã ou não, ela é personagem principal e obstáculo pros protagonistas. Tenho dificuldades infinitas com essa bicha desde 2018, então fiquei felicíssima de, finalmente, fazer ela dar certo.
Eu segui as etapas do plano de criação de personagens que elaborei, partindo do brainstorming inicial. Repensei ela desde o conceito, vago para caber uma Vimala verdadeiramente reestruturada, e terminei visualizando uma Vimala tematicamente conectada com a Elesis, do jeito que eu queria. Comparando com a versão anterior dela, essa Vimala está mais deprimida e menos colérica — além de mais interessante de escrever, a minha maior dor de cabeça.
Não modifiquei muito do passado dela, mas reformulei seu temperamento e personalidade. Com isso, ela se tornou uma OC com quem eu me identifico mais, e cuja dinâmica com a companheira dela é cativante de pensar. (Sem raio homossexualizador dessa vez, família; elas são amigas. Sério, seríssimo, sem zoeira.)
Por causa do laço dela com a Cazeaje, Vimala busca vingança. E eu não sou a maiooor fã dessas histórias, sabe? Depois que eu “atualizei” a Vimala e comparei ela com a versão antiga, percebi isso; essa nova Vimala me cativa mais por não tiritar de ódio, e somente ódio. Talvez você, leitor, pense que a atitude dela soa irrealística, ou algo do tipo, mas estou satisfeita com ela. Como autora, será mais fácil compreender e escrever a Vimala com a disposição atual.
Pensando bem, talvez eu redija um texto explorando a psiquê dela que bem pretendo fazer com a Elesis, o Lass e o Azin… hm. Sounds good, eh. We're in for a ride.
Outro detalhe é que a Vimala entrou pra lista de OCs PcD da longfic, por conta da fadiga crônica. Estudarei mais sobre capacitismo na literatura e me resguardarei de cair em falácias preconceituosas, porque a Vimala desenvolve fadiga crônica devido a um encantamento que, em suma, funfa como uma maldição, e é perigoso lidar com tropos do tipo, sei bem. Bom, ela demora a aparecer substancialmente na fic então tenho tempo de ler um bocado.
E então, os dias se passaram e eu tive outra recaída de humor deprimido. Nessa altura, a oscilação já estava me incomodando grandemente; até o dia 10/02, não mexi na fic e em nenhuma das leituras em andamento na época. O tempo todo eu pensei: “Caramba, eu queria tanto progredir…”, mas o humor deprimido — eu falo assim por não ter diagnóstico, ‘apenas’ sinais e sintomas de depressão moderada — funciona de tal forma que nós não temos energia para agir. Eu dormia tarde, insônia, acordava no meio do dia sem ter descansado, levantava da cama no auge da tarde, e lá pras 18h, 19h, quando estava começando a me animar, o meu corpo, naturalmente, estava começando a desligar. Eu quis que esse desafio desse certo, foi agoniante ver o tempo passando e eu sem avançar com a fanfic, sem ter o que comentar por aqui, apesar de querer, e muito, comentar; poxa, eu amo redigir textos pra cá, escrever pra blog é um dos meus hobbies sim, faço com muito carinho. Contudo, como terminar um texto sobre estar criando, se eu não estou criando? Como que fica?
Além disso, minha intenção de começar a estudar pro vestibular desde janeiro também não se realizou. Mesmo ler estava difícil. Eu me senti triste e ansiosa por ter pique pra nada, e fazia nada por não ter pique, o que retroalimentou minha tristeza e ansiedade.
Porém, eu continuei. Quis ver até aonde o desafio me levaria; afinal, três meses é bastante tempo.
No final de março ficou claro que esse é todo o progresso criativo que eu conseguiria com o desafio, apesar dele ser feito sob medida pro meu processo criativo. É foda. Lá pro dia vinte e cinco, vinte e seis, eu só aceitei a frustração e terminei de redigir esse relato, pensando nos passos seguintes.
Não me arrependo de ter cultivado esperanças, e tô tentando não me desolar com as possibilidades que não pude vivenciar. Como falarei na próxima seção, minha saúde psicológica piorou muito nos primeiros três meses do ano de 2024, e eu optei por deixar a fic de lado — mais uma vez.
aviso! // pensamentos depressivos, ideação suicida implícita.
IV. Quando eu idealizei esse projeto, eu genuinamente acreditei que conseguiria criar e manter o hábito de mexer na minha longfic com frequência; afinal, esse é o meu objetivo principal. Olha… eu subestimei o peso do humor deprimido nos meus ombros. Nem mesmo essa seção aqui, falando dos longos períodos — semanas a fio — de hibernação e enclausuramento criativo, deveria existir, mas não deu, gente, não deu. Esse primeiro trimestre de 2024 foi dificílimo pra mim.
Como acadêmica em Saúde eu não trabalho com autodiagnóstico, porém não minto quando digo que possuo sinais e sintomas de um quadro de depressão moderado a severo. Eu sofro bastante com falta de apetite, fadiga generalizada, insônia, humor melancólico e, preocupantemente, sensação de desistência e ideação suicida, de uns tempos pra cá. Voltei a me sentir como quando eu era criança… sozinha. Eu me sinto muito, muito sozinha.
Hoje em dia tenho amigos com quem posso contar, porém ou moram em outro estado, ou moram longe, e é complicado sair com eles, visitá-los, ainda mais com os problemas financeiros que estamos vivenciando aqui em casa. Com a aproximação dos estágios obrigatórios, no próximo semestre, e do fim do curso, eu preciso resolver as pontas soltas da minha graduação, preparar minha plataforma profissional para começar a atuar e ganhar dinheiro, e organizar o andamento da continuação dos meus estudos, todas questões que me dão cobreiro de tanto estresse. Mais do que nunca eu preciso do colo de quem eu amo, e que, graças aos céus, eles estão dispostos a me dar, mas eu que não tenho condições de ir até eles, sabe?
Sei bem que estou péssima, é até chato de ir conversar com meus amigos próximos sobre isso pois eu me sinto um CD arranhado… tô me esforçando pra não me esquivar demais, me fechar em mim mesma e piorar o adoecimento psíquico que está comendo as minhas entranhas. Apesar de todos os itens que eu preciso com urgência, eu decidi que, a fim de manejar essa solidão e o meu crescente ódio pela vida, priorizarei sair de casa quantas vezes der. Não serão muitas, não tenho dinheiro pra isso, mas eu torço para que seja o suficiente, pelo menos até eu conseguir custear psicoterapia.
Eu agradeço demais, demais a todos os meus amigos íntimos, que me acolhem e me ajudam muito além do que eu poderia expressar com palavras. Me agarro a essa certeza: eu me sinto sozinha, mas eu não estou. Vou respirar fundo, engolir o choro, e caminhar mais um pouco. Em tempos eu terei possibilidade de ver quem eu amo sempre que eu quiser. Eu tô quase lá.
Por hora, no entanto, minha vontade é de deitar no chão do quintal e esperar a terra reclamar os nutrientes do meu corpo. Se chover, ninguém vai me ver chorando.
Eu quero chorar. No colo da minha melhor amiga, minha irmã, enquanto ela me faz cafuné e me acalenta essa ferida no meu peito. Nossa, eu juro que nunca quis tanto chorar como tenho querido esse ano. Agora, mesmo, enquanto digito isso, meus olhos estão marejados. Eu não me lembro da última vez que me senti bem.
Isso é tão, tão difícil…
Tenho muito entalado na garganta, e pouca energia pra pôr pra fora. Quero escrever, ler, estudar, dançar, cantar, cozinhar, e sequer consigo levantar da cama antes do fim da tarde. Um pensamento assustador: eu já não sei mais se seria seguro, pra mim, morar sozinha. Às vezes penso que o que me mantém aqui, respirando e sorrindo, é ouvir as vozes da minha família lá na sala, embora eu mesma não queira ir lá, falar com eles. E, sério, com a cabeça assim, como eu poderia querer progredir com a minha longfic? Não tem cabimento.
Ninguém me cobra, ninguém se aborrece se eu escrevo ou deixo de escrever; isso sou eu, minha eu-censora por trás da cortina, sussurrando, me lembrando de como eu virei o ano esperando que as coisas fossem melhorar depois das férias, e de como quebrei a cara porque não tinha noção do quão adoecida eu verdadeiramente estou. Como outras pessoas deprimidas, eu rio se você fizer piada, e morro um pouco mais quando estou acordada, em silêncio.
Não quero ser motivo de luto pra ninguém. Eu acredito nos meus amores quando eles dizem que me amam e que me querem por perto. Eu estou me esforçando, mas está difícil. Espero que seja o suficiente. Não quero desmaiar nos braços de outra pessoa.
Esse desafio não ocorreu da forma como eu imaginei, e vou tentar não me decepcionar, muito. Não faz sentido cobrar 100% de alguém que muito mal entrega vinte e cinco. Estou frustrada, eu queria terminar essa fanfic logo, quero mostrar as minhas ideias pra vocês, debater sobre a história com os amigos e colegas no fandom, e não consigo, sempre tem algo pra me atrasar… mas tá bem, tá bem, tá okay. Estou irritada, vai passar, não tem pressa, não tem. Eu tenho a vida toda.
Eu queria terminar rápido, mas tenho a vida toda. Eu acho.
Que estresse…
V. E para onde partimos, daqui? O que fazer com essa experiência, e o que pensar dela?
Well, well, well, what do we have here? Not a failure, I assure you. O primeiro trimestre me foi um acontecimento, digamos assim, e após refletir sobre isso, eu decidi que minha prioridade pro próximo passará longe da escrita e da leitura. Tenho praticado respeitar minha fluidez interna, e isso dá certo, viu. Não vou deixar de ler ou escrever, mas deixarei de esquentar a cabeça com incluir eles dois na minha rotina. Cuidarei melhor de mim, e vou tentar me habituar a dançar e fazer exercícios, porque eu tô precisando de um hobbie para lazer ativo. Para a felicidade de alguns, registro aqui que minhas primeiras tentativas de me movimentar com alguma frequência, e diversão, foram bem-sucedidas! Talvez eu fale disso por aqui, logo mais.
Minha longfic voltará pra estante por um tempo. Não me envergonho de não ter rendido como eu quis, embora esteja frustrada; tentarei de novo no futuro, faz parte, é normal. Para fins de ordem e boa gestão, vou listar, aqui, as pendências voltadas ao elenco da fic:
- Minhas personagens principais serão replanejadas, em personalidade e arco. Sem entrar no debate de se são antagonistas, contagonistas ou sei lá mais o quê, darei preferência ao termo ‘personagens principais’. Nessa fic, me refiro a: Lass Isolet, Elesis Sieghart, Vimala e Victorio Greatergold. Os irmãos serão refeitos porque precisam, mesmo, apesar de que o Victorio me dá mil vezes menos trabalho do que a Vimala; Lass e Elesis, porém, eu replanejarei pra rever o meu entendimento deles dois. Se mudarem muito, será porque a Elesis se tornou menos insuportável e o Lass se tornou mais deprimido… quanto aos arcos deles, eu devo realmente detalhar quando retomar o andamento da outline. Elesis e Lass evoluem com o enredo, mas a Vimala tem um subenredo próprio. Estou um tanto animada pra explorar isso, confesso, porque tenho ideias interessantes pra ela e sua companheira (que é amiga dela, gente!).
- Minhas personagens secundárias serão repensadas, mas não muito. Aqui vão Azin Tairin, Jin Kaien, Lin de Gaon e Lupus Wild, bem como Ercnard Sieghart e Dio Burning Canyon. Jin, Azin e Lin fazem parte do mesmo núcleo (com Lupus e Holy correlacionados, mas esses só aparecerão na segunda temporada da fic, mesmo, e isso se aparecerem), Dio e Sieghart de um outro núcleo (onde eu dei um jeito malandro de enfiar uma OC babilônica, e me senti um gênio quando tive a ideia), e, de todos, só o Azin tem arco de crescimento pessoal. Mesmo assim, não vou me dedicar às secundárias como me dedicarei às principais. Aqui entra um agradecimento à Nim, que me deu a ideia de trocar a Holy pela Lin no arco do Azin. Desde já tô tremendo de animação pra autoprojetar toda a minha carioquisse neles dois, hehe.
- Minhas personagens terciárias se tornarão anotações na linha do tempo. Com elas não há o que fazer, e mesmo as que ganham notoriedade no enredo em algum momento da fic não exigem grandes planejamentos. Terei certeza de que o passado, e presente, delas batem com a cronologia da longfic, e é isto.
- Minhas OCs e personagens reaproveitadas do Dimensional Chaser criarão uma galeria. Essa será uma lista concisa e bem formatada, porque esses coadjuvantes só exigirão uma descrição de um parágrafo. Com isso, espero eu que todas as pendências do elenco estejam garantidas.
Assim que minha criatividade, e meu estado psicológico, permitirem, volto com atualizações sobre o progresso da querida. Quando alcançarmos a meta (resolver todos os B.Os das personagens e etc), vamos dobrar a meta (resolver todos os B.Os do enredo, outline, construção de mundo e o caralho a quatro.) Uár. Já tá podendo desistir de tudo, ou…?
Eu vou escrever um post só sobre essas OCs, em algum momento, sobretudo a equipe do hospital aonde a Elesis e o Lass vivem indo por razões de: tiro, porrada e bomba. Esse é o primeiro projeto que me deixa tão feliz com as minhas criações; não tem como eu falar a fundo agora sem dar spoiler, mas não vejo a hora de chegar nas partes das fics onde o emaranhado de dinâmicas que eu bolei faz sentido. Pessoalmente, me diverti muito matutando maneiras de associar personagens umas às outras. Ela faz o Casos de Família delãhn.
Outro comentário — evolução emocional no decorrer da trama. Me chamou a atenção revisar a outline e perceber como eu não levei em consideração o estado emocional dos protagonistas e suas reações aos acontecimentos na fic. Ficou incongruente, porque aconteceram tragédias e eu costurei cena de ação atrás de cena de ação, sem pausas pras personagens desabarem. Isso tem a ver com o enredo, mas também com as personagens e sua caracterização; deixo aqui o lembrete pra minha eu do futuro. Que esteja mais atenta!
Por último, sobre a minha criatividade… misericórdia, viu? Editei esse post e, tomando nota dos dias, percebi o quão errática é a minha energia para criar. Vem um, dois dias, se vai por semanas, e usualmente coincide com o fim do mês. Claro que não é bom artista algum depender da motivação intrínseca, é preciso disciplina ao criar, porém eu gostaria de refletir sobre e talvez pensar num jeito de cultivar minha criatividade. Algo como aumentar minha resistência criativa, sabe?
Pensando aqui que o autocuidado deve ter a ver com isso. Sempre tem.
VI. Para o ficwriter que ler esse texto: te desafio a fazer o mesmo que eu!
Sem síndrome de pioneirismo ou falsa modéstia, esse desafio é genial, fanfimor. Super recomendo a qualquer um que queira [1] avançar com seu projeto e [2] falar de seu projeto em qualquer que seja a plataforma que você usa, blog ou canal no YouTube. Ou podcast? Hoje em dia tem tantas…
Eu dividi em seções intuitivas, e fui redigindo conforme progredia; se fiz algo em um dia, no fim eu abro o documento e comento sobre, no pretérito, mesmo, e assim fui. Usei uma tabela no Google Planilhas, também, que eu não sei dizer se é inegociável, mas decerto foi interessante. Se eu tivesse feito tanto quanto eu imaginei que conseguiria, esse post seria bem mais longo. Oh, well.
Quem quiser experimentar está mais que convidado para fazê-lo, e eu vou adorar se você partilhar, nos comentários, a publicação onde você relata sua experiência. Pontos bônus se flor um blog.
Vamos criar blogs, gente, chega de podcasts e canais no YouTube, eu quero ler—
⁂
Entre o último texto publicado no EON e esse aqui, eu postei uma ficlet Lass/Azin no Spirit e no AO3. É uma fanfic extra de uma oneshot Lass/Azin que até hoje eu não terminei de escrever. Todas as fics nesse miniuniverso dos dois são presentes pra Maria, minha fanartista favorita e um grande amor por quem eu tenho muito, muito carinho. Obrigada pela sua presença e amizade, meu anjo. Muito, mesmo. Fique bem!
Eu, uh, estou no Twitter, se você quiser ser assombrado por lá. Porém eu gostaria, mesmo, é que cê desse uma olhada nos meus outros textos aqui no Dreamwidth, fanfimor. Confira o meu arquivo, veja o que lhe chama a atenção e vamos papear nos comentários, sim?
Mwah, mwah. Beijinhos na ponta do nariz.
Anteriormente, neste marcador: “Uns muitos anos desengavetando a mesma fic.”