Caraminholas na cabeça aos 23 outonos tropicais
Friday, 31 January 2025 13:00![[personal profile]](https://www.dreamwidth.org/img/silk/identity/user.png)
Em 08/01, o EON fez um aninho de existência. Não escolhi a data por qualquer boa razão; os primeiros textos foram redigidos no final de 2023, e eu optei por oito de janeiro porque achei que ficaria bonito visto num calendário. Uma segunda-feira, um número par.
Sei lá, tenho dessas inexplicabilidades em mim.
Janeiro é o mês da renovação, o mês do meu cantinho e o mês de mim mesma — pertenço ao vigésimo crepúsculo, dia de São Sebastião, dia de chuva, quietude, às vezes tragédias, às vezes vida. Isso aí: eu nasci em 20/01/2002, e em 2025 faço 23 anos. Quis trazer um quê afável para comemorar a continuação do Em Outras Notas, e como também quisera falar algo do próprio aniversário, uni o útil ao agradável em uma só cartinha. Dá até pra transformar em tradição no blog, ó, todo janeiro eu me reapresentar à blogosfera e aos fanfimores.
De um ano pro outro talvez eu tenha um punhado de reflexões a partilhar, não?
Os meus amores são a minha âncora.
Se me perguntarem, diria que as minhas principais características são a seriedade e o afeto. Eu me preocupo profundamente em demonstrar meu compromisso e carinho com as pessoas ao meu redor, e com os projetos — meus ou dos meus amigos, desde que importem pra alguém —, e, com isso, vem a autocrítica e sensação de insuficiência. Com o passar dos anos aprendi a gerenciar melhor esse lado, todavia tenho muito chão pela frente.
Eu me apaixonei pela escrita criativa aos doze anos, pois uma então colega de classe minha me mostrou o Spirit. Gosto de escrever para o blog, de escrever fanfics de alta fantasia e romance, de ler ficção e não-ficção; eu leio mangás, assisto pouquíssimas séries e só passo muito tempo no YouTube se o humor deprimido piorar. O EON é o segundo blog bem-sucedido que eu tenho, e nele a minha proposta é simples: ter um cantinho só meu, porque esse é o meu blog, e não um ‘blog de fanfics’. Algo bem 2010, né? Intencionalmente.
Sou trilíngue pois falo brasileiro, inglês e palavrões. Quero cursar chinês, no futuro, e libras; de outra maneira, também gostaria de realizar um curso técnico de confeitaria. Bom, de línguas, só o chinês e a libras, mesmo. Não sei quando, ou se, terei oportunidade, mas… é.
Nesse site você encontrará ensaios amadores de uma fã de fandoms mortos, relatos esparsos da minha jornada artística, parágrafos a fio sobre como eu quero me jogar na pista de BRT, ideias e observações sobre a fanfic e o fandom enquanto fenômenos, listas quaisquer e o que mais der na telha. Sou deliberadamente lenta, antiprodutividade, e tenho afazeres no mundo físico que vêm antes do EON, que é um hobbie, e continuará sendo um; dito isso, meu sonho de princesa é dar as caras uma vez por mês (no entanto, não me forçarei a fazer isso).
Caso lhe interesse, os meus principais fandoms são: Grand Chase, Seventeen, Fairy Tail e Magi: The Labyrinth Of Magic. Sou shipper, com um casal favorito pra cada — LaSis, JeongShua, NaLu e Kouhaddin. Eu quase nunca posto fanfics, pois, primeiro, precisaria terminar elas e essa é uma competência em falta por essas bandas, porém 98% das minhas histórias são shipfics, muitas +18 pela violência física ou então pelas cenas de sexo, mesmo.
Minha pasta de rascunhos é cheia de oneshots, porque são finalizáveis, mas tem uma longfic em andamento: O conto inscrito na lâmina, protagonizando o Lass e a Elesis. Sempre ressurjo no Em Outras Notas me lamentando dela. Eu te convido a ir dar uma olhada!
18h40. Eu estou quase terminando a minha primeira faculdade; curso Fisioterapia, e 2025 é o último ano. Tô me organizando pra começar Psicologia em 2026, ir caçar meu rumo fixo com algum financiamento da vida, sem pretensões de casamento ou maternidade. No blog eu não sei, ainda, o quanto exporei disso. O EON terá muito de mim, sem abrir mão da privacidade digital. O quanto me permitirei partilhar da minha vida pessoal por aqui, quem sabe pra inspirar algum fanfimor mais jovem ou simplesmente pra registrar minha jornada? Não sei.
Tenho tanta, tanta coisa reservada pra 2025 que, sinceramente, isso será um problema quando for um problema. Conforme o tempo passa mais o sereno se revela amigo indispensável, e se há algo que os últimos anos me ensinaram é deixar a maré me levar, às vezes. Um dia eu entenderei o que quero pra vida do quintal pra dentro, e tanto o percurso quanto o que saltará das páginas dos meus cadernos para o editor online de textos são aventuras para a minha eu-futuro.
Constantes só o movimento e a fluidez.
Nesse meio tempo, o EON e as fanfics ficam jogadas a escanteio, como já vêm. O usual. Tô quase aprendendo a não sentir culpa. É bom pensar que os meus hobbies me esperarão, não importa o que a vida adulta exija de mim; mesmo que passe anos, o que eu amo não se importa.
O amor é paciente, dos outros comigo e de mim comigo mesma. Há de ser.
18h55. Hmmm, deixa eu ver… o que mais eu poderia falar pra pintar uma imagem de mim na sua mente? Eu cismei que quero incluir isso no texto de hoje; cheguei a rever uma pilha de cartas de quando eu ia à psicanalista, cheia da marginália que revelou o meu crescimento psicoemocional dos últimos cinco anos. Foi desconfortável e interessante.
Mudei muito, esses tempos, e gosto de pensar que pra melhor. Identifiquei aspectos de mim que sequer lembrava estarem feridos. O baú saiu do fundo do armário, de fato.
Por exemplo: quem eu sou e quem estou? Quanto do ‘eu’ é fluido, ou é irrisório pensar que exista algo na natureza humana imutavelmente sólido? O que é ser adulto? Como ressignificar isso? É realmente importante ser a minha melhor versão de mim? E quando à minha versão favorita de mim? Quem ela é? Como eu defino sucesso? Que tipo de futuro faz sentido pra mim? Se eu viver muito, o que quero da vida adulta tardia? Quem eu seria, se eu me estimasse?
Não me proponho a responder qualquer pergunta dessas; não sei se um dia as solucionarei, e se, caso o faça, resolverei compartilhar algo tão pessoal na web. Só quero diagramar o que se passa na minha cabeça esses tempos. Sabe, comparando as questões que eu levantei aos 19 anos, que foi quando realizei o acompanhamento, e quais “resolvi” de lá pra cá, eu vi, de fato, quem eu ‘era’ — e essa ‘eu’ não me serve, mais.
Essa ‘eu’ existe, grandemente, no exato momento em que nascem as minhas dinâmicas com as pessoas que eu amo, e não é como se fosse, de todo, ruim; me fez bem focar em cultivar os laços platônicos que eu tenho da maneira que o fiz. Eu precisei disso, pra sobreviver. Sempre fui muito sozinha, e hoje sou menos justamente por ter priorizado tais vínculos.
Claro, me orgulho dessas características, e não serão qualidades da qual me desfarei no lapidar do ‘eu’ que foi negligenciado, mas vale ressaltar que, por exemplo, por meio que não saber como existir para além das minhas amizades, me sinto insegura quando não sou útil. Eu sou afetuosa, cuidadosa, sensível, compassiva… mas quando não interajo com o Outro, quem eu sou?
Sou honesta, assertiva, reservada e caprichosa, mas também lenta, frágil, melancólica, irritável. Quais dessas idiossincrasias me fariam querer ser minha amiga? Quando que eu dedico a mim o mesmo carinho que dedico aos outros? Eu percebi que está na hora de cultivar amizade comigo, agora que me sinto segura nas amizades convosco. Difícil! Porém, inescusável.
Nessas idas, ainda outra preciosidade: tô começando a pensar no que virá após o diploma. Como filha de duas pessoas empobrecidas mais ou menos conscientes, fui ensinada a estudar, estudar e estudar, ter uma faculdade pra “ganhar bem” e “não ter” a vida dos meus pais; e agora, na reta final, me peguei pensando: “Tá, e depois?” Bom, depois vem a casa própria, né.
(Um salve ao Emicida, que disse, muito adequadamente, ser uma vergonha terrível pra qualquer país que o seu povo sonhe em ter casa própria. Casa própria, cara!)
E depois? Não sei. Mas, ó, como pode ver, já me dei conta que tenho que pensar nisso, e refletir é o que mais tenho feito. Hm… acho que quero que a sua imagem de mim, fanfimor, seja de uma pessoa pensativa. Thinking many thoughts, many, many thoughts.
19h15. No último ano eu publiquei oito redações, dos quais cinco foram sobre as minhas histórias e um foi sobre fanfic num geral. Quando eu olho pro meu arquivo, me sinto contente; todos são textos meus, que redigi cheia de carinho e boa vontade, e que, da forma que estão dispostos no blog, fazem jus ao meu compromisso de tornar o site um ambiente confortável pra mim. Nesse meio tempo eu iniciei e engavetei inúmeros outros conteúdos, mas te digo que, futuramente, retomarei a maioria — ideias de ensaios sobre fãs que agradarão muitos fanfimores!
Como eu sou perfeccionista, serão textos demorados a sair… vários pedem por referências no rodapé que sustentem os meus argumentos, então já viu, né. Os títulos que colecionei ajudarão, e posso dizer que pelo menos um foi relido, anotado, e está pronto pra servir ao blog.
Nos próximos anos eu gostaria de finalizar mais textos sobre fanfics e fandom… e, talvez, trazer mais dos meus gostos não-literários pra cá. Eu venho enriquecendo a minha vida aos poucos, e equilibrar o tempo pra viver com o tempo pra criar é desafiador. Guardo esse desejo dentro de mim com leveza, sem pretensão de realizá-lo por saber que não posso priorizar a escrita como quando mais nova. Bom, custa nada sonhar!
Quem sabe o futuro me reserve uma fartura artística, digamos assim, inimaginável; se for o caso, terei muitas fanfics com um punhado de leitores, e esses leitores gostarão o suficiente dos meus projetos para que se interessem por informações extras. Seriam… fãs, ou algo perto disso.
(Oras, vamos lá, né. Qual escritor nunca pensou nisso?)
Nesse sentido, os tópicos que você pode esperar no EON, fanfimor, incluem metacomentários sobre temáticas exploradas nas fanfics, textos sobre a construção de mundo e caracterização do elenco, prévias e ilustrações relevantes, e, é claro, minhas respostas às eventuais perguntas que me enviarem. Tô pensando em trazer reclistas de fanfic, também.
O que eu não sei se trarei são cenas deletadas; afinal, se foram deletadas é porque tem motivo. Joguei a ideia no ar, pois pode funcionar numa comparativa das versões dos contos e capítulos, ou pode não funcionar. Hmmm… não sabemos, não sabemos. Who knows?
No meio do caminho, eu desisti dumas poucas seções que o texto de hoje teria, por julgá-las exposição demais sob uma ótica mais comedida. Também sequer planejava reaparecer no EON com uma reapresentação; um artigo de retrospectiva deveria vir antes, mas eu não terminei de escrevê-lo e nem ando com vontade de retomá-lo, então… é. Sinceramente, não sei quando eu volto pra cá, porque agora eu realmente (realmente, realmente, realmente) preciso encontrar um estágio extracurricular remunerado que sugue a minha alma à moda capitalista e me forneça trocados mixurucas pra comprar o resto dos meus recursos cinesioterapêuticos.
Gente, sério — eu não vejo a hora dessa pataquada de ser uma adulta responsável render frutos, puta que o pariu neste caralho. Revolução Industrial inglesa, você me paga! Enfim, beijos, mwah, mwah.
Estou no +Fiction, Social Spirit e AO3. Interaja comigo no Tumblr. Uso o TrackBear para registrar e monitorar meu progresso com as fanfics. Sugiro, a ti, dar uma olhada no andamento da minha longfic de Grand Chase, O conto inscrito na lâmina, de alta fantasia.
2.142 palavras.
Sei lá, tenho dessas inexplicabilidades em mim.
Janeiro é o mês da renovação, o mês do meu cantinho e o mês de mim mesma — pertenço ao vigésimo crepúsculo, dia de São Sebastião, dia de chuva, quietude, às vezes tragédias, às vezes vida. Isso aí: eu nasci em 20/01/2002, e em 2025 faço 23 anos. Quis trazer um quê afável para comemorar a continuação do Em Outras Notas, e como também quisera falar algo do próprio aniversário, uni o útil ao agradável em uma só cartinha. Dá até pra transformar em tradição no blog, ó, todo janeiro eu me reapresentar à blogosfera e aos fanfimores.
De um ano pro outro talvez eu tenha um punhado de reflexões a partilhar, não?
Thought I'd be flyin' by now
(Pensei que estaria arrasando agora)
But I feel so glued to the ground
(Mas me sinto tão grudada ao chão)
I look around, everybody's in the same boat
(Olho ao redor, estamos todos no mesmo barco)
So let go and know that you're not alone
(Então deixa pra lá, saiba que você não está só)
know that you’re not alone, Cat Burns
†
18h35. Olá! Meu nome é Miranda Giovannini, e se esse é o meu sobrenome real… fica em aberto; eu sou uma mulher cisgênero, ou, pelo menos, é o rótulo que mais faz sentido pra mim hoje. Sou preta, multirromântica, demissexual, ProUnista pelo Enem 2019 no quinto ano de graduação; sou ecossocialista, escritora e leitora, gateira, cansada e inconsistente. Eu sou toda molenga e o meu punho é feito de palito, mas meu toque ajuda a recuperar vidas. Tô nesse planeta para ser boa, porém não tenho muito apego à vida, não.
Os meus amores são a minha âncora.
Se me perguntarem, diria que as minhas principais características são a seriedade e o afeto. Eu me preocupo profundamente em demonstrar meu compromisso e carinho com as pessoas ao meu redor, e com os projetos — meus ou dos meus amigos, desde que importem pra alguém —, e, com isso, vem a autocrítica e sensação de insuficiência. Com o passar dos anos aprendi a gerenciar melhor esse lado, todavia tenho muito chão pela frente.
Eu me apaixonei pela escrita criativa aos doze anos, pois uma então colega de classe minha me mostrou o Spirit. Gosto de escrever para o blog, de escrever fanfics de alta fantasia e romance, de ler ficção e não-ficção; eu leio mangás, assisto pouquíssimas séries e só passo muito tempo no YouTube se o humor deprimido piorar. O EON é o segundo blog bem-sucedido que eu tenho, e nele a minha proposta é simples: ter um cantinho só meu, porque esse é o meu blog, e não um ‘blog de fanfics’. Algo bem 2010, né? Intencionalmente.
Sou trilíngue pois falo brasileiro, inglês e palavrões. Quero cursar chinês, no futuro, e libras; de outra maneira, também gostaria de realizar um curso técnico de confeitaria. Bom, de línguas, só o chinês e a libras, mesmo. Não sei quando, ou se, terei oportunidade, mas… é.
Nesse site você encontrará ensaios amadores de uma fã de fandoms mortos, relatos esparsos da minha jornada artística, parágrafos a fio sobre como eu quero me jogar na pista de BRT, ideias e observações sobre a fanfic e o fandom enquanto fenômenos, listas quaisquer e o que mais der na telha. Sou deliberadamente lenta, antiprodutividade, e tenho afazeres no mundo físico que vêm antes do EON, que é um hobbie, e continuará sendo um; dito isso, meu sonho de princesa é dar as caras uma vez por mês (no entanto, não me forçarei a fazer isso).
Caso lhe interesse, os meus principais fandoms são: Grand Chase, Seventeen, Fairy Tail e Magi: The Labyrinth Of Magic. Sou shipper, com um casal favorito pra cada — LaSis, JeongShua, NaLu e Kouhaddin. Eu quase nunca posto fanfics, pois, primeiro, precisaria terminar elas e essa é uma competência em falta por essas bandas, porém 98% das minhas histórias são shipfics, muitas +18 pela violência física ou então pelas cenas de sexo, mesmo.
Minha pasta de rascunhos é cheia de oneshots, porque são finalizáveis, mas tem uma longfic em andamento: O conto inscrito na lâmina, protagonizando o Lass e a Elesis. Sempre ressurjo no Em Outras Notas me lamentando dela. Eu te convido a ir dar uma olhada!
18h40. Eu estou quase terminando a minha primeira faculdade; curso Fisioterapia, e 2025 é o último ano. Tô me organizando pra começar Psicologia em 2026, ir caçar meu rumo fixo com algum financiamento da vida, sem pretensões de casamento ou maternidade. No blog eu não sei, ainda, o quanto exporei disso. O EON terá muito de mim, sem abrir mão da privacidade digital. O quanto me permitirei partilhar da minha vida pessoal por aqui, quem sabe pra inspirar algum fanfimor mais jovem ou simplesmente pra registrar minha jornada? Não sei.
Tenho tanta, tanta coisa reservada pra 2025 que, sinceramente, isso será um problema quando for um problema. Conforme o tempo passa mais o sereno se revela amigo indispensável, e se há algo que os últimos anos me ensinaram é deixar a maré me levar, às vezes. Um dia eu entenderei o que quero pra vida do quintal pra dentro, e tanto o percurso quanto o que saltará das páginas dos meus cadernos para o editor online de textos são aventuras para a minha eu-futuro.
Constantes só o movimento e a fluidez.
Nesse meio tempo, o EON e as fanfics ficam jogadas a escanteio, como já vêm. O usual. Tô quase aprendendo a não sentir culpa. É bom pensar que os meus hobbies me esperarão, não importa o que a vida adulta exija de mim; mesmo que passe anos, o que eu amo não se importa.
O amor é paciente, dos outros comigo e de mim comigo mesma. Há de ser.
18h55. Hmmm, deixa eu ver… o que mais eu poderia falar pra pintar uma imagem de mim na sua mente? Eu cismei que quero incluir isso no texto de hoje; cheguei a rever uma pilha de cartas de quando eu ia à psicanalista, cheia da marginália que revelou o meu crescimento psicoemocional dos últimos cinco anos. Foi desconfortável e interessante.
Mudei muito, esses tempos, e gosto de pensar que pra melhor. Identifiquei aspectos de mim que sequer lembrava estarem feridos. O baú saiu do fundo do armário, de fato.
Por exemplo: quem eu sou e quem estou? Quanto do ‘eu’ é fluido, ou é irrisório pensar que exista algo na natureza humana imutavelmente sólido? O que é ser adulto? Como ressignificar isso? É realmente importante ser a minha melhor versão de mim? E quando à minha versão favorita de mim? Quem ela é? Como eu defino sucesso? Que tipo de futuro faz sentido pra mim? Se eu viver muito, o que quero da vida adulta tardia? Quem eu seria, se eu me estimasse?
Não me proponho a responder qualquer pergunta dessas; não sei se um dia as solucionarei, e se, caso o faça, resolverei compartilhar algo tão pessoal na web. Só quero diagramar o que se passa na minha cabeça esses tempos. Sabe, comparando as questões que eu levantei aos 19 anos, que foi quando realizei o acompanhamento, e quais “resolvi” de lá pra cá, eu vi, de fato, quem eu ‘era’ — e essa ‘eu’ não me serve, mais.
Essa ‘eu’ existe, grandemente, no exato momento em que nascem as minhas dinâmicas com as pessoas que eu amo, e não é como se fosse, de todo, ruim; me fez bem focar em cultivar os laços platônicos que eu tenho da maneira que o fiz. Eu precisei disso, pra sobreviver. Sempre fui muito sozinha, e hoje sou menos justamente por ter priorizado tais vínculos.
Claro, me orgulho dessas características, e não serão qualidades da qual me desfarei no lapidar do ‘eu’ que foi negligenciado, mas vale ressaltar que, por exemplo, por meio que não saber como existir para além das minhas amizades, me sinto insegura quando não sou útil. Eu sou afetuosa, cuidadosa, sensível, compassiva… mas quando não interajo com o Outro, quem eu sou?
Sou honesta, assertiva, reservada e caprichosa, mas também lenta, frágil, melancólica, irritável. Quais dessas idiossincrasias me fariam querer ser minha amiga? Quando que eu dedico a mim o mesmo carinho que dedico aos outros? Eu percebi que está na hora de cultivar amizade comigo, agora que me sinto segura nas amizades convosco. Difícil! Porém, inescusável.
Nessas idas, ainda outra preciosidade: tô começando a pensar no que virá após o diploma. Como filha de duas pessoas empobrecidas mais ou menos conscientes, fui ensinada a estudar, estudar e estudar, ter uma faculdade pra “ganhar bem” e “não ter” a vida dos meus pais; e agora, na reta final, me peguei pensando: “Tá, e depois?” Bom, depois vem a casa própria, né.
(Um salve ao Emicida, que disse, muito adequadamente, ser uma vergonha terrível pra qualquer país que o seu povo sonhe em ter casa própria. Casa própria, cara!)
E depois? Não sei. Mas, ó, como pode ver, já me dei conta que tenho que pensar nisso, e refletir é o que mais tenho feito. Hm… acho que quero que a sua imagem de mim, fanfimor, seja de uma pessoa pensativa. Thinking many thoughts, many, many thoughts.
19h15. No último ano eu publiquei oito redações, dos quais cinco foram sobre as minhas histórias e um foi sobre fanfic num geral. Quando eu olho pro meu arquivo, me sinto contente; todos são textos meus, que redigi cheia de carinho e boa vontade, e que, da forma que estão dispostos no blog, fazem jus ao meu compromisso de tornar o site um ambiente confortável pra mim. Nesse meio tempo eu iniciei e engavetei inúmeros outros conteúdos, mas te digo que, futuramente, retomarei a maioria — ideias de ensaios sobre fãs que agradarão muitos fanfimores!
Como eu sou perfeccionista, serão textos demorados a sair… vários pedem por referências no rodapé que sustentem os meus argumentos, então já viu, né. Os títulos que colecionei ajudarão, e posso dizer que pelo menos um foi relido, anotado, e está pronto pra servir ao blog.
Nos próximos anos eu gostaria de finalizar mais textos sobre fanfics e fandom… e, talvez, trazer mais dos meus gostos não-literários pra cá. Eu venho enriquecendo a minha vida aos poucos, e equilibrar o tempo pra viver com o tempo pra criar é desafiador. Guardo esse desejo dentro de mim com leveza, sem pretensão de realizá-lo por saber que não posso priorizar a escrita como quando mais nova. Bom, custa nada sonhar!
Quem sabe o futuro me reserve uma fartura artística, digamos assim, inimaginável; se for o caso, terei muitas fanfics com um punhado de leitores, e esses leitores gostarão o suficiente dos meus projetos para que se interessem por informações extras. Seriam… fãs, ou algo perto disso.
(Oras, vamos lá, né. Qual escritor nunca pensou nisso?)
Nesse sentido, os tópicos que você pode esperar no EON, fanfimor, incluem metacomentários sobre temáticas exploradas nas fanfics, textos sobre a construção de mundo e caracterização do elenco, prévias e ilustrações relevantes, e, é claro, minhas respostas às eventuais perguntas que me enviarem. Tô pensando em trazer reclistas de fanfic, também.
O que eu não sei se trarei são cenas deletadas; afinal, se foram deletadas é porque tem motivo. Joguei a ideia no ar, pois pode funcionar numa comparativa das versões dos contos e capítulos, ou pode não funcionar. Hmmm… não sabemos, não sabemos. Who knows?
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No meio do caminho, eu desisti dumas poucas seções que o texto de hoje teria, por julgá-las exposição demais sob uma ótica mais comedida. Também sequer planejava reaparecer no EON com uma reapresentação; um artigo de retrospectiva deveria vir antes, mas eu não terminei de escrevê-lo e nem ando com vontade de retomá-lo, então… é. Sinceramente, não sei quando eu volto pra cá, porque agora eu realmente (realmente, realmente, realmente) preciso encontrar um estágio extracurricular remunerado que sugue a minha alma à moda capitalista e me forneça trocados mixurucas pra comprar o resto dos meus recursos cinesioterapêuticos.
Gente, sério — eu não vejo a hora dessa pataquada de ser uma adulta responsável render frutos, puta que o pariu neste caralho. Revolução Industrial inglesa, você me paga! Enfim, beijos, mwah, mwah.
Estou no +Fiction, Social Spirit e AO3. Interaja comigo no Tumblr. Uso o TrackBear para registrar e monitorar meu progresso com as fanfics. Sugiro, a ti, dar uma olhada no andamento da minha longfic de Grand Chase, O conto inscrito na lâmina, de alta fantasia.
2.142 palavras.
Confira também a versão anterior dessa introdução: “Com anos de atraso, hoje eu me apresento a vocês.” Obrigada pela visita! (*ˊᗜˋ*)