ngtskynebula: (Default)
"[...] ...Ninguém conhece, ninguém espera um domingo tácito para desfrutar; uma gentama tão ampla entre a alvura e a trigueira... mas não há um canto não inculco, é tudo carepa na alma, e a vida se baseia em colligo virgo. [...]"




!me chame de: mira, mimi, mi, nebbie
!mini-bio: ela/dela · +20 · lgbt · rj, brasil · grand chase, k-pop · magi, fairy tail, animangá
!links: ff.net · +fiction · spirit · AO3 · tumblr · mylist.info

!política de acesso
: sinta-se livre pra discordar de mim, no seu blog, ou “copiar” uma ideia de publicação do meu blog, porém repostar os meus textos é proibido. no mais, vamos interagir! esse blog estará aberto a comentários sempre, inclusive se fizer muito tempo desde que publiquei determinado artigo. confira o meu arquivo, fique à vontade, okay? ah, e eu não permito que as minhas histórias sejam resenhadas nas redes sociais (porém está tudo bem se for em um blog.)

!política de obras transformativas: não tenho problema algum com quem queira fazer fanart das minhas fanfics, ou fanfic delas, ou até mesmo utilizar a premissa de alguma fic minha para uma fanfic própria (mesmo que seja de outro fandom e/ou ship), desde que a execução não seja idêntica; ou seja, que, aí sim, se configure plágio. ideia nenhuma é propriedade intelectual de ninguém, e todos estamos brincando numa caixa de areia legalmente cinza. também não tenho problema com trabalhos transformativos baseados nos textos do blog, mas quero ser notificada quanto à publicação. e quanto a arquivar as minhas fanfics, eu não permito que seja feito de maneira pública, na web; se quiser, faça download e mantenha o documento consigo, para uso pessoal.

!obs: eu publicarei alguns jornais privados, e apenas amizades específicas terão acesso a eles por privacidadeisso é inegociável, não me disporei a liberar o acesso pra quem pedir; porém a maior parte dos meus textos é pública, e inscrições no meu jornal são bem-vindas! me inscreverei no seu se gostar do teu conteúdo. i can speak english. she/her.

!note que: estou velha demais pra esquentar a cabeça com picuinha digital, portanto antishippers não têm espaço no meu blog se for para criticar qualquer darkfic ou darkship que eu possa vir a explorar no futuro. eu sou contra o assédio e acredito que toda fanfic, sendo ela puramente fictícia, tem o direito de existir, inclusive as histórias retratando e explorando o moralmente repreensível; se você desgosta de algo, a porta da rua é serventia da casa. o autor é responsável pela sinalização e classificação adequada do conteúdo, e você é responsável pela sua curadoria digital.
ngtskynebula: (Default)
Olá, fanfimor! Como estão as coisas por aí? De minha parte, gostaria de declarar o hiato na seção já furreca de publicações sobre os meus projetos criativos; esses tempos não ando muito à fim de ser fanfiqueira, paciência. Eu continuo querendo postar no blog, então hei de inventar moda (e, de fato, usar as dezenas de ideias que tenho guardado). Inclusive, uma epifania que me ocorreu há tempos foi de que os dailys de Insta nada mais são do que a reinvenção do blog pessoal femme, não? Tenho um punhado de ideias que se encaixam nesse nicho, o que não é o assunto do artigo de hoje — não, hoje eu vou realizar um miúdo desejo da Mira de 16 anos, lá de 2018…

Que é: falar dos meus erros artísticos enquanto escritora! Sempre achei muito chique ler textos do tipo nos blogs de outros autores, e sempre quis um que fosse meu, mas eu precisava de experiência pra ter o que comentar, é claro. Bom, O conto inscrito na lâmina está engavetada e sem previsão de ressurreição, mas eu continuo escrevendo — esporádica e inconsistentemente, mas escrevo — aqui e ali, além de ter me lascado vezes o bastante desde 2018 para ter um, ou dois, murmúrios a registrar. Essas reflexões devem servir bem a qualquer fanfiqueiro calouro na Shipping Goggles University, no centro comercial de Kiss, Kiss! Fall In Love! do Sul; então, vamos que vamos.

 
1. Manter escrita e leitura como os meus únicos hobbies.
Confesso que a minha eu de 13 anos ficaria embasbacada de me ver quase fisioterapeuta, lidando com o movimento humano, dentre todas as coisas! Porém, considerando que estou no último ano do curso, estou nessa há tempo suficiente para, também, ser de cair o queixo que eu tenha demorado tanto para entender que o quê me faltou… foi requebrar o esqueleto.

Eu nunca gostei de realizar atividades físicas; conforme cresci, e o brincar deixou de fazer parte do meu dia-a-dia, me tornei sedentária — agravo que ainda não reverti, porém busco sanar —, e, nisso, a escrita e a leitura, dois hobbies de lazer passivo, passaram a ser os meus únicos passatempos. Os anos de estase cinética acumularam-se… ao ponto d’eu desenvolver disfunções musculoesqueléticas e quase odiar dois dos meus amores maiores, de tão exausta. Ceder à resistência inicial, própria do processo de criação de hábitos, em vez de teimar por saber o bem que me faria, me fez chegar aos 23 anos com o condicionamento físico ruim e até suspeita de hipertensão arterial!

(Aliás, busquei assistência médica e concluiu-se que eu não desenvolvi hipertensão arterial, não, foi só um susto. Minha alteração está dentro da normalidade por enquanto. Como é bom ser jovem!)

Claro, por vir de família baixa renda o meu acesso aos recursos que garantem dignidade mínima é bastante limitado, senão completamente bloqueado, mas eu poderia, sim, ter feito mais nos últimos tempos. Não digo isso no sentido de autorressentimento, todavia, e, sim, autocontemplação. Bom, já passou, né? Paciência. Hoje, sabendo a real extensão da importância de um estilo de vida ativo, com descanso adequado, alimentação adaptada e exercícios físicos com moderação, tô lutando contra a depressão subclínica e ficando 2% mais próxima de cuidar bem de mim a cada tentativa.

Só ter hobbies de lazer passivo é absolutamente insustentável. Os seres humanos precisam de uma atividade, associada à diversão, que lhes faça agitar os ossículos, salvo pessoas que já trabalham se mexendo muito (apesar de que, eu argumento, até nesses casos é bom). Para nós, almas caseiras e pouco energéticas, é bastante aborrecedor, mas é isso aí; de outro modo, com o organismo feito pra movimentar-se, é interessante o quão rápido nós nos adaptamos e passamos a querer o movimento, após começar. Eu te juro! Experiência própria.

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No meu caso, descobri que amo dançar. Não sou boa dançando mas amo dançar, e eu espero firmar ela na rotina. No YouTube há uma quantidade infinita de recursos gratuitos; se você gosta de dançar, recomendo o PS Fit, Well+Good e o Shake Twins. Eu acompanho os workouts desses canais nos dias que tomo coragem de balançar os membros de espaguete, são ótimos!

O meu conselho, enquanto fanfiqueira há uns tantos anos e como acadêmica, é que você explore as possibilidades ao seu alcance até achar algo que te cative. Não precisa ser nada que exista nalguma possível ideia fixa dentro da sua cabeça; não existe exercício certo ou errado, menos ou mais ideal, mas, sim, o que funciona pra você. Não se valha unicamente da escrita e da leitura, fanfimor; nada que te mantenha grudado ao telefone, PC ou códice será suficiente — você tem que se mexer! Nosso corpo cobra a dívida, nosso cérebro sente falta, e deitar na inércia da estagnação só vai te adoecer.

Não espere por um milagre; faça o que puder, do jeito que puder, na medida que puder. Gosto muito daquela tendência nos reels do Insta: “Primeiro você começa, depois você melhora.” Talvez te pareça um pouco bobo, mas é um excelente conselho.

 
2. Não organizar os meus arquivos de maneira adequada.
Eu já testei um punhado de software de escrita (exceto pelo Scrivener, o queridinho do ‘authortube’ gringo e meu maior inimigo), até o Quoll Writer — gratuito, código-aberto e minimalista, ou seja, do jeitinho que a mãe gosta, mas, pra minha genuína infelicidade, estou tão habituada a ter cinquenta mil pastas de documentos do LibreOffice Writer que eu simplesmente não me apeguei ao ícone. Dito isso, nem sempre eu entreguei conceito, coesão e aclamação no quesito bagunça com B…

Querido fanfimor, saiba: o escritor precisa de um sistema, e ele tem que ser simples e reproduzível, principalmente se for uma longfic. Se variar muito de um pra outro nunca saberá aonde encontrar anotações do tipo X ou Y. Já errei por deixar tudo descentralizado através de múltiplos cadernos, o que me atrasou em vários projetos e me fez, inclusive, desistir de alguns! Gosto da filosofia da Marie Kondo, e creio que ela é aplicável à fanfisfera. Hoje, o meu sistema funciona bem.

Eu tenho uma pasta só para os projetos de escrita criativa, dividida em: ‘Histórias originais’, ‘Minhas fanfics’, ‘Histórias engavetadas’ e ‘Outros arquivos’. Cada projeto leva sua própria pasta dentro delas, exceto algumas oneshots cuja outline eu mantenho no telefone ou só anoto no documento onde está o rascunho, mesmo. Na pasta de contos engavetados vão todas as premissas que eu não assumo, tal qual um homem cafajeste, mas que não abro mão por completo e há chances de eu retomar.

Na de O conto inscrito na lâmina, existem: ‘Monitoramento’, ‘Outros’, ‘Planejamento’ e ‘Publicação’; dentro de ‘Planejamento’, existe: ‘Cenários’, ‘Construção de mundo’, ‘Enredo’, ‘Exploração temática’ e ‘Personagens’. É facilmente reproduzível com outras longfics, vê?

Desse jeito, mesmo os arquivos aleatórios têm lugar certo. É bom que os arquivos em si sejam bem organizados, mas aí já é assunto para um outro dia. Sugiro que, além do PC, você organize os apps de escrita que usa, pois é bom guardar anotações do mesmo tipo sempre no mesmo lugar, ou seja, nada de ter um pouquinho no Google Documentos, e mais no Evernote, et cetera, et cetera, et cetera. E vou além: para a sua segurança cibernética, nem use nada da suíte Google, viu?

Hoje em dia eu só uso o Samsung Notes, mas já ouvi falar do Notesnook. Outra suíte que eu conheço um pouco é o WPS Office, e para as redações colaborativas fiquei sabendo, por alto, do Etherpad.

Independentemente de quais ferramentas você optar por usar, não deixe de criar um sistema que dê formato ao seu processo criativo. É importante para histórias curtas, e essencial para as longas.

 
3. Não estabelecer estratégias para monitorar o meu progresso.
Eu já tive aquela fase quase unânime, entre os internautas escritores, de querer um bullet journal; a minha tentativa foi xexelenta e infrutífera, mas tá aí, existe, e me rendeu respeito pelos gráficos e tabelas de contagem de palavras. Eventualmente abri mão das feitas a punho — a absoluta primeira que eu fiz tinha um desenho da Elesis ao lado… quando lembro, eu tenho vontade de, tipo, pulverizar espontaneamente, mas não falemos disso —, me casei com o TrackBear.app e não olhei mais atrás. But then! The horrors…! Um exemplo emblemático é de quando eu estava na minha quinquagésima revisão da outline de O conto inscrito na lâmina, me preparando para começar os rascunhos; no ir e vir das cenas, pensando somente em incluir todas as ideias das versões antigas que faço questão de reaproveitar, porém sem fugir muito dos limites narrativos da história como um todo, me esqueci totalmente que a Elesis passa por eventos profundamente traumáticos no início da longfic! Ela não teve um momento de respiro, foi só tiro, soco, porrada e bomba! Quando me dei por mim, já tinha uns oito capítulos planejados e ela pleníssima, apesar de et cetera y et cetera (spoilers, família). She would not fucking react like that, bitch. Então lá vai Miranda abrir o caderninho e matutar um jeito de evitar que essa gafe se repita… elaborei uma maneira de resumir o conteúdo dos capítulos e, ao mesmo tempo, sinalizar o movimento emocional das personagens.

Claro, essas parafernálias todas não servirão a todos os escritores, mas funcionam pra mim porque quando eu rascunho um capítulo, a última coisa que eu quero é realizar as modificações estruturais, conteudísticas. Dali pra frente só pode ser copidesque e publicação. Sendo assim, quebro a cabeça consertando o que há antes, durante o planejamento minucioso, quase obsessivo. Eu sou impaciente quando os meus projetos dão errado, por isso busco evitar frustrações futuras… eita, talvez eu deva levar isso pra terapia. Oh, well. Fwomp, fwomp, fwomp.

Ademais, pondo essa preocupante epifania de lado, esse tantão de fichas, listas anotadas e tabelas formatadas divertidamente só existem porque a minha longfic é longa mesmo. Entende porque eu não quero ter que mudar mais do que uns parágrafos quando digo que 280k é muuuita coisa? É uma lacuna gritante no enredo épico desses, e eu infarto, viu!

O problema do movimento interno eu resolvi com o que chamei de “linha do tempo psicoemocional do enredo”, com direito a enumeração do capítulo e das cenas que o compõe, sendo que cada cena tem a sua devida descrição, e ainda tem uma coluna pra pintar um gradiente conforme a atmosfera da seção, e outra pra imagem de um calendário (e eu não me perder em quando que os coisos estão acontecendo). Confesso que me senti galaxy brained demais inventando este, hehehe. Já outra tabela útil é mais básica, aonde eu averiguo em qual estágio do processo cada capítulo está — se está como rascunho, ou sendo reescrito, editado ou já publicado.

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A necessidade das planilhas únicas surge conforme se trabalha nas histórias, então, com o passar dos anos, trarei mais das minhas ideias pro EON; por hoje, o meu argumento é que você, fanfimor, debata sobre isso com seus amigos escritores para, talvez, adotar alguma ideia interessante, e não se esqueça de simplesmente criar os seus próprios materiais sempre que der na telha. Você não ouviu isso de mim, mas alguns recursos da Matemática até que são legais…

Ó, e se ainda não ficou claro, isso tudo é para que, na hora de caçar uma informação do projeto, ‘cê não precise reler tudo. Uma lista ou tabelinha é mais prático do que um tomo inteiro, não?

 
4. Querer complicar os textos para soar “mais inteligente”.
Okay que esse aqui é um espaço de acolhimento e respeito mútuo, mas, em minha defesa — sim, eu tô na defensiva, me deixe —, até que não fiz muito disso nas minhas histórias… porém meu telhado é de vidro no quesito redação para blogs, laaamentavelmentchy. It really yabba-dabba do be like it.

…Bom, quem nunca que atire a primeira pedra, né? (Não faça isso, por favor.)

Como sabemos, as duas únicas certezas da vida é o passar do tempo e o sofrimento, então, com um e outro, eventualmente amadureci a minha filosofia em relação à comunicação escrita; hoje entendo que não só não há necessidade de usar termos “rebuscados” quando os mais simples servem, como fazê-lo ainda é pedante pra caramba. Existe a ressalva da concreticidade e especificidade, conforme os ensinamentos maravilhosos da Shaelin Bishop, além da regrinha de copidesque que diz ser legal evitar repetições em excesso, nos incentivando a usar os famigerados sinônimos, maaas há de se concordar que tem umas palavras que só o pessoal de Filosofia, ou Direito, usa, né?

Quando se vê, a gente percebe logo… são aqueles textos que transmitem ideias do modo menos compreensível que a língua brasileira admite, é um saco. Ideias verdadeiramente complexas demandam um linguajar do tipo, porém, num geral, não há porque se comunicar dessa maneira quando debatemos tópicos que poderíamos, para fins didáticos, categorizar como “conhecimento iniciante” ou “intermediário”. Se você não consegue resumir a sua mensagem será que você realmente entende o que diz?

Se não consegue redigir histórias legíveis e fáceis de entender, será que você entende qual história quer contar, afinal?De novo, existem textos e fábulas onde faz sentido escrever desse jeito, mas são pouquíssimos os projetos que se beneficiariam dessa escolha estilística, se formos honestos. Falando da fanfisfera em si, essa quantidade diminui muitíssimo mais! Querido fanfimor, acredite: prefira o modo simples sempre que der, ele vai te servir em 86% dos casos. E outra, quando a gente leva isso a sério, percebe, fatalmente, que escrever fácil não é fácil, não…

E como seria, se você precisa entender do que está falando para poder comunicá-lo, e só entende as coisas quem pondera e estuda? Do give it a thought or two, pun intended.

Saindo do âmbito do que não se fazer e entrando na questão de como fazê-lo, não tem mistério, não, só um bocadinho de estresse. O primeiro passo é ler, e ler bem. Eu não digo que é preciso ler muito — sou adepta à lentidão intencional, é a minha filosofia de vida —, porém estar sempre lendo um ou outro título, através de assuntos variados, é suficiente. Leia livros, artigos e ensaios, relatos. Os textos precisam ser inteligentes; isso aumentará o teu vocabulário, e te ensinará maneiras de organizar as próprias ideias. Quem estuda e trabalha com textos saberá explicar isso melhor que eu… ó, de minha parte o que sei é intuitivo, por ser leitora. Também vale a pena esquadrinhar os seus textos favoritos para que identifique porque eles funcionaram pra ti, o que há na construção das frases e parágrafos, e na disposição dos tópicos, e, até mesmo, na escolha da tese defendida, que torna o texto bom como ele é. Vá, os encha de marginália, leia em voz alta, anote tudo, tudo, tudo.

Por fim, investigue a comunicação escrita e a redação dos textos que você quer aprender a escrever melhor, conhecimento esse que pode vir de inúmeras fontes. No YouTube tem um bocado de coisas, mas vou fazer um jabá da esquecidíssima blogosfera, cheia de tutoriais jogados ao relento…!

Os seus textos transparecerão inteligência quando servirem bem à sua intenção textual, e trouxerem pensamentos e convicções interessantes de se ler. Não precisa invocar o ‘de Moraes no STF pra isso.

Não complique o que é simples, fanfimor! Seja breve e intencional.

 
5. Só trabalhar em um projeto por vez.
Não sei se já comentei sobre isso, mas quando eu comecei a minha longfic atual — e anteriormente a ela, é claro —, eu só trabalhei nela. Fiquei de 2018 para meados de 2020 investindo intensamente na querida, e, com isso, me certifiquei de desenvolver um burn-out criativo que até hoje eu nem sei se curei por completo. Um excelente prospecto, não? Irrá…

Veja bem, trabalhar numa história por vez pode funcionar para alguns, mas pra mim foi um tiro no pé, e pode ser que seja pra você, também, fanfimor, então tome atenção disso. No meu caso gerou a sensação sufocante de estagnação artística, além de que ao se debruçar sobre um projeto que parece nunca ter fim, como é natural das longfics, se frustra até o escritor mais paciente. Minha paciência é de lua, é grande para algumas coisas e apoucada para outras… eu me importo com O conto inscrito na lâmina, por isso dedico bastante paciência a ela. Contudo, durei só dois anos nesse pique.

O que funciona para mim, hoje em dia, é pular de um projeto pro outro conforme o meu humor no dia ou temporada: eu tenho a longfic, de Grand Chase, e a mantenho como meu único projeto longo, podendo me enrabichar com uma shortfic (até agora não me interessei por nenhuma das ideias que eu tenho, portanto essa lacuna está em branco), e, por fim, até três oneshots de tamanhos variados (se bem que estou tentando me ater às ideias que provavelmente não passarão de 10k).

Caráter de curiosidade, percebi que quando estou em época de querer redigir pro blog significa que não ando fanficando muito enquanto autora. Well, it is what it is, I gueeeeess.

Quanto aos projetos longos, eu sugeriria ter algum tipo de compromisso com ele, apesar de ser total a favor da fluidez criativa — juro por deus, sou 100% adepta a ela —, pelo simples fato de que uma oneshot que se escreve quando dá na telha nós até conseguimos terminar entre dois a cinco anos (sim, isso é pouco tempo pra mim), mas uma longfic pode quadruplicar isso sem pestanejar, o que não é lá muito agradável para quem é ansioso e gostaria de terminar suas coisas, então… hm. O que for melhor pra ti, fanfimor, vai ter que servir, mas que haja alguma consistência, tá?

Eu tô terminando a minha primeira graduação, ocupada demais com o início da minha carreira e mais cinquenta mil outras demandas, por isso não o fiz com O conto inscrito na lâmina, mas tenho a mais honesta pretensão de fazê-lo quando as coisas se acalmarem! O resto das fanfics que lutem.

Cuide do seu jardim interno com as devidas variações de estímulo, e depois me agradeça, hehe.

 
6. Não me planejar para divulgar a fanfic.
Ainda que a fanfisfera se difira do mundo literário profissional, podemos aprender muitíssimo com os nossos colegas trabalhadores, sobretudo no quesito publicidade. Pra início de conversa, não deixe pra falar da tua fanfic apenas após tê-la publicado, e, após, não o faça à moda vamos ‘simbora. Tem que ter estratégia, fanfimor! Mesmo que seja simplificada, tem que ter.

Claro, nem todo projeto pedirá por tanto (eu te sugiro se dar o trabalho apenas em caso de shortfics e longfics), e também não te digo pra quebrar a cabeça com um plano super, hiper, ultradetalhado. Eu te aconselho sensibilidade: se o objetivo é conquistar leitores que acessarão o seu perfil e lerão a sua história, o mais ineficaz a se fazer é jogar um link no feed e esperar pela sorte, porém não tem porque se estressar além da conta todas as vezes, sabe?

Pelas minhas pesquisas e observações, eu diria que uma possibilidade, dentre tantas, é:
  1. Se fizer sentido, fale do teu processo nas redes conforme trabalha no off. Quase todos já o fazem, de maneira intuitiva, mas vale a pena destacar aos calouros. Eu sugeriria fazer uma publicação apresentando o projeto, pra que seus seguidores se informem quando necessário; de outra forma, comente sobre o andamento naturalmente pois isso alertará as pessoas no seu círculo literário que você escreve. (Porém se não quiser não precisa!)
  2. Comece a falar taticamente da sua fanfic uns dois meses antes de publicá-la. Organize um calendário editorial de marketing, com a quantidade de publicações semanais (para cada plataforma de divulgação escolhida) que lhe apetecer; três por semana é um bom número. Dessa forma, os leitores já saberão do teu projeto quando ele for ao ar. Reflita no que você gosta de saber das histórias, e parta desse princípio para decidir o que postar.
  3. Quando atualizar a fanfic, anuncie nas suas redes. Após começar a publicação dos capítulos, não abra mão dos lembretes amigáveis toda vez que o fizer, pois muitos leitores se valem mais das atualizações no feed das redes sociais do que das notificações nas plataformas.
  4. Leia fanfics de mesmo ship, enredo e gênero textual que a sua, e comente nelas. Já dentro da plataforma, a maneira mais educada de ser visto é ser um leitor genuíno. Visite fanfics que tenham relação com a sua, pois isso aumenta as chances dos leitores delas olharem o seu perfil e se interessarem. No meu Social Spirit, por exemplo, criei uma lista de leituras com histórias de pessoas que favoritaram e comentaram em fanfics dos meus ships flopados, e venho lendo elas bem devagarinho.
 
Existe a detestada técnica de mandar mensagens privadas pro pessoal, divulgando a fanfic, e eu… não sou totalmente contra isso, na verdade, porém eu concordo que é algo bem 2010, bastante sem tato. Penso que a única exceção admissível é quando a pessoa tem nada no perfil dela com o qual tu possa interagir (para que ela receba notificação sua de modo “não-invasivo”), e apenas se for num fandom ou ship muuuito flopado, em que você basicamente está de mãos atadas.

Sou fã de Magi: The Labyrinth Of Magic, que está morto há anos, então visitaria pessoas desse jeito para divulgar a minha oneshot Kouhaddin, por exemplo. Kouhaddin shipper é lenda urbana, então eu precisaria interagir com quem já leu fanfics com o Kouha ou com o Aladdin, e tentar a sorte. O ficdom brasileiro pode discordar de mim, eu entendo, eu entendo…

Bom, prossigamos com o prosear.

Creio que nada supera as atualizações semanais: não fica pesado pro autor, formatar os capítulos é um saco (ainda mais se você for multiplataforma) então todo alívio é bem-vindo, e é um ritmo bem legal pro leitor, que tem tempo de processar tudo sem correr o risco de se sentir ansioso por já ter muitos capítulos acumulados pra ler. E ainda dá tempo tanto de acumular mais comentários para responder, quanto para reanunciar a fanfic nas redes.

Falarei mais sobre a questão de ser fanfiqueiro multiplataforma, dado a minha experiência, mas, por hora, adianto a questão das imagens. Na hora de divulgar a sua fanfic é bom usar imagens, mas os espaços de leitura — bookgram, booktwt, bookblr — nos mostram que essa não é a única opção. Olha, eu aconselho você a dar uma olhada nessas subcomunidades como leitor, fanfimor, e tomar nota do que funciona pra você pessoalmente; não tente usar todas as opções de mídia possíveis, não faz sentido e só presta se você fizer sempre, no fim das contas. Possuir menos perfis significa maior assertividade na hora de administrá-los. Considere onde estão os fãs do teu fandom, e o shippers do teu ship, e comece por aí, mas não se force a entrar numa rede que não casa com o teu jeito de usar a internet só pra isso, pois não vale a pena e vai te fazer odiar o processo.

Se bem que o Insta e o Twitter andam tão merda que eu acho que vale mais a pena fazer tal qual os incas e maias, e interagir dentro dos sites de fanfic… e quais são as outras opções, mesmo? Reddit, TikTok, Amino Apps e Discord, né?Damn it, the fansphere is cooked.

 
7. Não fazer o backup adequado dos meus projetos.
Eu devo gostar muito de viver perigosamente, porque, por mais que esteja lhe escrevendo isso nesse momento, fanfimor, as minhas fanfics e mais muitos outros arquivos importantíssimos só existem localmente, no meu PC de 2019… dito isso, como diz a minha mãe (e eu discordo, então sei que você também discordará): “Faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço.”

Bom, que esse artigo sirva de lembrete — preciso começar a praticar esse aspecto do que prego. Sabe como é, né? Eu escrevo há muitos anos, tem tanta coisa pra fazer backup… um tempo atrás eu usava o backup automático da suíte Google, mas estou degooglificando minha experiência digital (além de que a onda de inteligência artificial generativa deixou o produto deles bem menos atrativo). Usar do Google, ou não, é assunto pra um outro dia, embora eu deixe, aí, a sugestão de você ir buscar do assunto e tirar as suas próprias conclusões, mas algo é certo: todo criativo precisa de um sistema de backing up. O backup correto, completo, não é só subir os arquivos na nuvem e ir descansar. Exige a manutenção periódica e criteriosa da qual nós tanto fugimos, e de mais de um meio.

Aprendi que o esquema básico tem três saídas: a cópia local, ou seja, no seu telefone ou PC; a cópia na nuvem (algum serviço que te permita acessá-la e/ou baixá-la em outro dispositivo); a cópia num aparelho físico excedente (HD externo, pendrive ou cartão SD). Sim, é tão chato e trabalhoso quanto parece, porém imagine o que você sentiria ao perder todos os seus textos, e compare o estresse da prevenção com o desalento do descaso. Não deixe de fazer backup, hein!

O que faz sentido pra mim é tirar um dia a cada dois meses pra limpar o meu PC do lixo eletrônico deixando ele lento; eu aproveitaria para fazer o backup das minhas histórias nesse momento. Já que eu escrevo cada capítulo em seu próprio documento, faria o upload deles conforme terminasse os textos, e conferiria se os outros arquivos não se corromperam. Eu não lembro se já cheguei a perder histórias minhas por falta de backup pois os meus aparelhos sempre funcionaram muito bem — bem como o Writer, meu editor de textos há quase dez anos —, mas sei que, hoje, tenho textos que quero levar pra vida. Quero imprimir e encadernar alguns, mas enquanto não o faço, o digital terá de servir. …É, acho que preciso ir correndo praticar o que prego…

E se você quiser saber por onde começar a pesquisar, gostaria de compartilhar as opções que ouvi falar até então: Nextcloud, Mega e MediaFire para upload na nuvem; Seagate, como marca para HD externo. Uma artista que eu sigo no Instagram me recomendou ele. Não entendo bem de tecnologia, então estou aceitando dicas de quem é mais cabeça nisso!

 
8. Optar por ser multiplataforma sem me planejar.
Se, por um lado, publicar em múltiplas plataformas de fato aumenta as chances de você ser lido (no meu caso não muito, pois os meus fandoms estão todos mortos e os meus ships são sempre os mais flopados desses fandoms desfalecidos, mas aumenta uns 0.002%), por outro você paga pelo benefício com sangue e alma, porque só deus sabe como postar o mesmo texto várias vezes no mesmo dia vai descaralhar a mente do palhaço! O encoringamento não tá no gibi!

Se você planeja uma atualização dupla, por exemplo, é quase o suficiente pra te fazer querer desistir da escrita criativa de uma vez. “Ah, Mira, você está exagerando…” Não estou. Na minha experiência, ao menos, publicar sempre foi um estresse tremendo pois nunca deixa de dar algo de errado no site, ainda mais com a formatação — pior ainda se for um texto longo, com mais de cinco mil palavras. Eu postava no Social Spirit, que come os alinhamentos que não à esquerda, e no Wattpad, que faz mandinga com os travessões, e no Nyah! Fanfiction, que tem um campo de inserção microscópico. Nessa brincadeirinha eu preciso me lembrar do que dizer nas notas iniciais e finais, e também de atualizar todos os sites no mesmo dia — mas nunca um atrás do outro, senão me dá enxaqueca, dor nos ombros e nuca, e a maior sensação de desespero que um domingo pode proporcionar.

Talvez haja algo de errado comigo mas ainda não identifiquei o que é para corrigir, então venho, por meio desta carta, te alertar dos perigos sob a penumbra da internet… olha, ser multiplataforma é um evento à parte. Eu sugiro reservar uma dose generosa de bom humor, e umas duas ou três horas da sua manhã ou tarde, para fazer com calma, sem desígnio de ir “rápido” ou “sem aborrecimento”.

Separe quitutes e uma garrafinha d’água.

(Deu pra perceber que eu tenho um certo pavor dessa parte do processo?)

Cara, sério, ser multiplataforma é uó.

 
9. Desconsiderar que a fanfic será lida em ambiente virtual.
Não estou dizendo que ser… imaginativo com a formatação dos capítulos é errado, afinal a fanfisfera é o ambiente propício para tais explorações, normal, normal, mas assim… hm. Eu me atrevo a dizer que, pelo menos se a intenção do fanfiqueiro é ser lido, e isso está acima do viés de experimentação estilístico-literária do projeto, então a legibilidade da fanfic é, sim, mais importante do que o desejo do autor de publicar uma fanfic visualmente mirabolante. Repito, não é errado, mas eu acho que os autores precisam saber o que estão fazendo, e saber o quê querem com o que estão fazendo.

O “máximo” que eu já fiz foi encher os meus textos de negrito para destaques — porque não usar a própria narrativa pra destacar, não é? —, e abusar dos emojis e kaomojis, com zero amor no coração aos leitores em máquinas mais antigas ou que usassem o leitor de tela. Enquanto leitora, no entanto, eu lembro de fanfics publicadas com código de cores, e áudios e vídeos e imagens, e, a pior de todas, aquelas com fundo escuro na fonte clara. Os defensores do modo escuro não são bem-vindos aqui, vocês não me convencerão que uma das leis-mor do design de editoração, e web, foi rechaçada por causa da galera que nunca mais dormiu de noite, e, por isso, só usa o telefone de madrugada!

Sem dúvidas, a fanfisfera — e a internet, em si, né — é absolutamente sensacional para publicar as histórias disruptivas que habitam o nosso coração, mas eu considero um erro quando isso é feito abrindo mão da decifrabilidade do que está escrito, e da limpeza visual geral da página.

Tenho isso comigo com muita seriedade. Nada de exagerar na quantidade de formatação especial, ou de mídias e códigos HTML. O meu principal objetivo é que a minha fanfic seja lida, então não posso adicionar nada que impedirá o meu leitor de conseguir isso. Não mais, pelo menos.

Porém, confesso que eu possa ter me tornado meio… conservadora… nesse quesito. Tô fugindo, até, de usar os sublinhados e tachados nos meus textos, sabe? Cá pra nós, esse ano tentei voltar a usar os coitados sem muito preconceito, aqui no blog, mas acho tão feio, tadinhos… uó.

 
10. Contar que pessoas fora da fanfisfera me apoiariam por serem meus amigos (e esse é polêmico!)
No começo, quando eu ainda estava no ensino médio e tinha fé de que me tornaria uma autora prolífica no Social Spirit — imagine só, que loucura —, eu divulgava as minhas fanfics e o meu blog para os meus amigos mais antigos, que eu confiei que não zombariam de mim, e pros meus amigos virtuais, que, de um jeito ou de outro, conheceram essa faceta fanfiqueira minha, e eu, de fato, achei que a nossa amizade seria suficiente para eles apoiarem esses projetos, tão importantes pra mim.

Bom, não foi o caso! ⸜(*ˊᗜˋ*)⸝

Eu tive, sim, apoio caloroso e temporário de alguns amigos, mas não de todos com quem falei sobre. Por um tempinho eu me senti magoada, não vou negar, mas não durou muito, não, sabe? Depois de pensar bastante, concluí que as pessoas têm mais o que fazer, e digo isso de boas de verdade. O que é interessante pra mim nem sempre vai brilhar os olhos das outras pessoas, e eu não acredito que esse causo, em específico, é notável o bastante para exigir um olhar de soslaio e dezessete páginas de journaling, sob o enunciado de, “ah, mas se fossem amigos de verdade eles me apoiariam!” Cara, o meu círculo social está todo se empenhando a construir uma carreira bem-sucedida, ajudando as suas famílias e buscando casas próprias em boas vizinhanças. Quem eu penso que sou, disputando pela atenção deles por causa dos meus passatempos? Não sou idiota, eu respeito eles.

Entender qual o devido lugar de certas coisas na sua lista de prioridades, e na dos teus amigos, não é falsa modéstia: é inteligência emocional. Nem mesmo para coisos objetivamente sérios eu faço questão, acho uma pataquada ficar implorando por interação nos perfis profissionais, por exemplo, quem dirá quanto aos meus hobbies… após alguns anos, aprendi que é mais fácil cativar um colega dentro da esfera em cheque do que tentar trazer alguém do teu círculo pra ela.

Se você quer leitores pra sua fanfic, interaja com leitores de fanfic. Se tu quer leitores pro teu blog, interaja com quem escreve e lê blogs. Quem for de fora pode vir e ficar, mas não se valha disso, pois não é uma regra. E tá tranquilo, namoral. O processo pelo processo faz valer a pena.
 
 
No meu último texto por aqui, o artigo: “[Qs.] Um pouco do blogueiro em 8 perguntas!”, eu comecei dizendo que a minha depressão subclínica tinha estabilizado… me chamou a atenção registrar um comentário desses em março, porque estamos no meio de julho, agora, e só consigo me lembrar da angústia silenciosa que foi esse primeiro semestre de 2025.

Levei um dia de cada vez, como sempre faço — embora ache que, dessa vez, foi um tanto diferente, mas não saberei explicar como, por enquanto —, e, quando vi, o segundo estágio tinha acabado, e eu me sentia… vazia. Cansada, muito cansada, mas mais esgotada e sozinha do que qualquer coisa. Eu precisei abrir mão do meu trampo freelance, que me garantia uns trocados de vez em quando para prendas pouco frequentes, e com a enxurrada de enxaquecas que assolou minha casa esse ano, pois, é claro, quando não é uma coisa é outra coisa neste caralho, não pude contar com o dinheiro dos meus pais para além do absolutamente necessário. Fiquei sem dinheiro, então fiquei sem ver meus amigos. Pra não dizer que vi ninguém, vi a Madu em janeiro, com o dinheiro que recebi do reveillón. Depois disso eu caí no vórtice de estágio, casa, estágio, casa, hospital; definhei, quase.

Bom, “quase” não. Creio que cheguei a definhar, de fato.

Não tô bem.

Sempre me aborreci muito com a sensação de culpa, demorei para desconstruir a ideia de preguiça. Não existe ‘pessoa preguiçosa’, aprendi — existe quem procrastine, e a procrastinação sempre tem uma razão por trás. Dito isso, esse semestre confesso que me acomodei com o estágio, não busquei mais do que ele. Continuei estudando em cima da hora, dormindo pouco e dormindo mal, sem falar na alimentação empobrecida e no inexistente hábito de fazer exercícios com regularidade (até tentei começar em janeiro, mas perdi o gás rápido). Se a procrastinação é o não-fazer com explicações por trás, o que seria encarar o teto, vendo o tempo passar? Se eu sentir que só não quero, porque não, é válido investigar isso, ou, às vezes, a gente só não quer, mesmo, e é sem vergonha e preguiçosa?

Talvez eu seja uma grande vagabunda, afinal. Por quanto tempo mais essa justificativa de que estou deprimida valerá? Em que momento o esgotamento se torna cara de pau? O autoacolhimento deve ter limites, ou, a partir de determinado ponto, preciso voltar a me autopunir?

Eu li que a pessoa verdadeiramente preguiçosa não se importa de não fazer as coisas, mas tem dias que eu não sei se a minha preocupação me afasta o suficiente da definição pra que eu ainda mereça acalento. Sei lá, queria um abraço. Talvez fosse me sentir motivada se não estivesse tão sozinha.

Que saco, deu vontade de chorar de novo.
 
 
Sabe de uma coisa? (Pois agora vai saber.)

No começo do ano, eu pensei em criar um desafio pra comemorar o dia do blog, no final de agosto, mas após várias pesquisas eu descobri que existe um tal de BEDA: ‘Blog Every Day August’. É 100% a ideia que eu tive, então preciso criar nada. Pelo visto é coisa da blogosfera brasileira, dum grupo no Facebook — Rotaroots, hoje trancado — criado em 2013. Eu vi alguns blogs publicando textos para o desafio após 2020, o que achei interessante.

Na minha eterna busca por sites pra acompanhar, me deparei com o BEWA: ‘Blog Every Week April’, também chefiado por brasileiros; dessa vez, a Lana do PorceLana. Como é de se imaginar, a ideia é publicar semanalmente em abril (será que poderíamos mudar para agosto?), o que julguei sensato, até um tanto genial. Deu vontade de participar, confesso. O auê todo é só pra comentar que eu até pensei em postar o mês todo em 2025, porém, após uma reunião de mim com as vozes da oficina de lástimas diabólicas, chegamos ao consenso de que seria… pouco inteligente.

O desafio fica pra 2026. It is what it is.

Bom, em abril me deu um estalo, comecei a repensar várias coisas; principalmente nos 25 anos se avizinhando. Faltam somente dois anos, e passa rápido, né? Tô arrumando o que querer, pra ver se me motiva a continuar em movimento. Cismei que eu vou me tornar ensaísta de ensaios reflexivos e argumentativos, veja só. O mundo acabando, e eu caçando estresse pá estimular a cabeça.

Vê se pode uma macacada dessas, bê! Tsk, tsk.

Um abraço forte, fanfimor. Se cuida, fique bem.
 
6.255 palavras. 17h35 de tempo ativo.
 
E você, fanfimor? Há quanto tempo você escreve, e que lição valiosa aprendeu?
ngtskynebula: (Default)
Esses dias digo que a minha depressão subclínica estabilizou: não tô melhorando mas também não estou piorando significativamente, só de vez em quando… com os problemas familiares, financeiros e existenciais usuais. Vim na intenção de trazer outros tópicos pro EON, mas o blues me impediu de botar o tico-teco pra funfar então eu matutei algo mais fácil: uma tag, é claro, é claro.

Já venho surfando o que sobrou da blogosfera brasileira no Blogger há tempos, e, nessa, encontrei um punhado de questionários bacanas de serem revividos. Tomei a liberdade de escolher quais quis responder e “montar” uma listinha “original” (que de original nada tem). Uau, ‘blogosfera brasileira no Blogger’ tá tipo o ‘Bring Blogs Back’, no inglês… ah, perdi o fio da meada. Sigamos!


Qual é a história por trás do nome do teu blog?
Bom, a minha URL vem do meu nome de usuário atual — ngtskynebula. Se lê “night sky nebula”, pois vem exatamente daí, porém, para a minha grande tristeza, eu descobri que a ideia não é tão intuitiva pros outros quanto eu imaginei que seria… eu escolhi esse usuário porque queria um que não fosse associado a nenhum dos meus fandoms; após vários anos, entendi que sempre termino desgostando dos que são, e, como esperado, aquietei o facho com esse de maneira satisfatória.

Já o nome atual do blog, Em Outras Notas, é uma referência ao Anotações Esparsas, meu site antigo. O AE seria um eCaderninho de pensamentos meus, e desde que não deu certo apesar da proposta, o EON entra como um espaço para eu continuar registrando meus pensamentos na web. Talvez, lá pra uns anos, eu migre do Dreamwidth para outra plataforma. Estou pensando em ir pro Ghost CMS, já que vou precisar ter um website profissional. É uma plataforma paga, mas bem completinha.

Eu não usaria o meu nome de usuário como URL, e caso acabe não pegando o domínio do EON para mim eu pensei em ‘Céu Noturno de Janeiro’ — conversa com ngtskynebula sem ser sobre ele. Porém ‘Em Outras Notas’ funciona maravilhosamente, então veremos, veremos…

Ó, lástima! Eustáquio Mísero, o que você faria no meu lugar?


Quando, e como, surgiu a ideia de criar um?
Nossa… sabe que eu não sei? Tipo assim, eu tô na blogosfera brasileira como leitora há muitíssimo tempo, basicamente desde que criei a minha primeira rede social — o Facebook, na época que ainda era uma rede social —, então acho que, em maior ou menor grau, eu quis um blog a partir dali. Já tentei ter, pelo menos, uns dois pelo Blogger (já tive uma página de “frases românticas” no FB, e o mais estranho é que eu nem sabia como é estar apaixonada…?), porém foram websites lançados sem um nicho, um calendário editorial ou, sequer, alguma importância pra mim, portanto não vingaram.

O AE, verdadeiramente, foi meu primeiro projeto do tipo que deu certo (bem como O conto inscrito na lâmina, então com outro título, foi a minha primeira longfic que seguiu).

De primeira eu queria um blog porque todas as Garotas Legais tinham um, mas depois dos fracassos eu encontrei uma razão mais sincera: quero o meu espaço. Uni os nichos da escrita criativa com os textos pessoais pois li inúmeros tutoriais, por vários anos, ensinando que todo autor de sucesso tem um blog de autor… no fim, como sempre, demorei tanto pra terminar qualquer coisa que isso deixou de ser realístico pra mim; teoricamente o EON é um ‘blog de autor’, mas eu o trato bem mais como o local de registros das minhas desventuras que um website pra capturar leitores e lhes vender o meu peixe de fanfiqueira, sabe? O AE foi maisoumenos nessa naipe, e não me identifiquei com o modo.

Em vez dos leitores me encontrarem pelo EON, e sair dali para as minhas fanfics, é mais viável que encontrem as minhas fanfics e, então, visitem o EON. E está ótimo! Isso também me serve.


Você tem, ou já teve, outros blogs além desse aqui?
Siiim, e eu super os mostraria mas eu deletei os dois! O Blogger deleta permanentemente, affs. Se eu pudesse voltar no tempo, não os deletaria; e digo aos fanfimores com histórico que não deletem os seus, pois vocês sentirão falta de poder visualizar esse recorte e comparar com como estão hoje em dia! Sério, é tão triste. (Não deleto o que sobrou das minhas fanfics no Evernote por causa disso, por mais que lê-las me dê gastura.)


Já pensou em criar para além dos textos para blog?
Olha, eu já pensei em criar alguns vídeos pro YouTube… nada que mostre a minha identidade, mas não vou me dar o trabalho de alterar a minha voz (até porque ela já está na web, né, gravada num EP de podcast, então pfft), por mais que eu queira separar o meu branding profissional da vivência em fandoms e afins. Tenho uma amiga que sonha em gravar podcasts, é um formato que ela ama. Talvez gravemos juntas no futuro, não sei. De minha parte, eu gostaria de colaborar com outros projetos do mundinho fanfics brasileiras: BetaCast, Liga dos Betas, NEPF-UFRJ no Instagram, fanficast, fanfica aí, e, por fim mas não menos importante, o FanficShow no YouTube.

Eu gravaria pouquíssimos vídeos pro YouTube, se fosse o caso, mais para ter conteúdo sobre fandom e fanfic em brasileiro por lá, coisa que eu vejo tão, tão, tão pouco que dói o coração. É uma área bem esquecida pelo pessoal, apesar do potencial enorme (vide os antigos vídeos da Plushie, que sumiu da face da plataforma, e das famigeradas fanfics audiovisuais com formatação estranha). Na gringa tem a Cora Maria, que cresceu exponencialmente num período diminuto de tempo, e o canal tonka joey, que posta nada de original mas o pessoal devora, mesmo assim. O YouTube precisa de vídeos sobre fanfic e fandom que levem isso a sério! Sem zombar! Um dia eu surjo por lá, talvez.

Who knows, who knows...


Você se inspira em algum outro blog? Se sim, qual ou quais?
Eu não diria que me inspiro num blog específico, mas, sim, nas minhas impressões do que torna a visita a um blog algo agradável ou desagradável… digamos assim. E nas minhas memórias do Liga dos Betas, de quando eu o lia como se fosse o jornal local duma cidade pequena no interior do Rio; religiosamente, quero dizer. Esses tempos eu surfei no arquivo deles, e quebrei a cara um bocadinho pois me lembro de gostar muito mais da maioria dos textos ali antigamente, enquanto que, hoje em dia, os que me cativaram foram os que, na época, eu não leria. Foi bom, foi bom.

Em mente, eu visualizo com afinco o que quero do EON; há toda uma estratégia por trás. 


De que maneira a blogosfera influenciou a sua vida fora do digital?
Conheci pessoas através da blogosfera; se não pelos sites em si, então por estar nessa ala da internet e, portanto, poder conversar sobre isso. Também desenvolvi bastante da minha comunicação escrita ao procurar melhorar as minhas redações pro blog. Acho que estou aprendendo a abrir o meu peito com a escrita por causa do EON, também (pois é, pois é, demorou isso tudo mas veio aí).

O EON me faz me sentir menos sozinha, de certo modo. É um espaço que me ouve sempre que eu preciso, sem que eu me preocupe se incomodo, se as minhas necessidades emocionais são exigentes demais, se eu sou muito chata, se a minha energia baixa o astral do pessoal, ou qualquer linha de raciocínio nessa direção. Mais do que isso, ela me dá a validação que eu quero na medida correta pois vem de mim, porque sou eu me olhando no espelho, pensando: “É assim que é.”


O que diria para alguém adentrando a blogosfera?
Encontre um nicho do qual você realmente goste, mas não se prenda a ele (‘cê sempre pode mudar); não fale só desse nicho, use o blog para registrar coisas comuns e pessoais, também (ó, mas não se sinta pressionado só porque eu te disse isso). Saia cada vez mais das grandes redes e focalize a sua experiência digital no teu blog, vai tornar a sua vida de internauta mais leve.

De resto, visite outros blogs (a blogosfera brasileira não morreu!) e aguensurte firme.


Complete a frase: “Para mim, a blogosfera é… [ ___ ].”
‘Um respiro.’

 
 
This is not part of today’s article’s original intent, but since I’m already here I might, as well, take the opportunity to answer this fun, quick meme I’ve been tagged. Thanks to dear [personal profile] catgiri! I’ve got: ‘M’.
 
Something I hate: Mingau de aveia. (I know it isn’t in English, but I can’t think of any other thing, I’m so sorry!) I’m not into… soups… in general, I fear, but porridges are even worse for me. I’ll eat it if it’s the only option I’ve got, but I’d rather not.

Something I love: No other option than music, yeah. I’m frequently listening to it, though not always cause it’s pretty easy for me to get a headache from noises in general, even if it’s not that loud.
 
Somewhere I have been: Mariópolis, in Nilópolis, North of Rio de Janeiro City. My maternal grandma used to live there with her husband, and the house they had scared me a lot cause it was surrounded by tall trees and it had few light-bulbs… I remember showering while trembling in fear (she wouldn’t listen to me when I told her I was afraid, figures) cause it wasn’t really covered by a ceiling and there were small, black things falling on me. Nowadays I know they were just simple little tree seeds, but back then! Back then I almost had a heart attack!
 
Somewhere I would like to go: Minas Gerais, a neighbor state of Rio de Janeiro. I’d stay, like, an entire month there if I could (though I think I’d feel too anxious by the end of the first week and would just comeback to see how my family’s doing, ah).
 
Someone I know: I know a bunch of Marias Eduardas, a single Maria Luiza and other flavours of Marias that aren’t in my life anymore, but I’ll say — Mayara. She was one of the first friends I made in the neighborhood I currently live in… she moved out, that little bitch. (I miss my little sis so much, ugh.)
 
Best movie I’ve watched: Maze Runner I, II ‘n III (though I loathed how Teresa was handled in the end, not gonna lie). I watched it for Dylan O’Brien, but I stayed for the plot, I swear! Plus his homoerotic tension with Thomas’ Newt, but, uh. Yeah.

 
 
Eu reaproveitei perguntas seletas que encontrei através de múltiplos blogs respondendo tags: Crazy Otaku, Bolinho de Arroz, Shy & Brave e Cupcake Kawaii. (São todos bem fofos, com layouts para web beeem '10s, por sinal).

Querido fanfimor, quando você vir um blogueiro postando uma tag saiba que, muito provavelmente, o texto que deveria ser publicado não era aquele… mas tá tudo bem, blogueiro também é gente e ser brasileiro é difícil (afirmação válida para qualquer momento desde 1500). Dito isso, até que gostei.

Eu poderia trazer um relato intimista, mas do jeito que a minha cabeça está sei que a última coisa que eu preciso é remexer mais essas feridas emocionais pulsando. Confesso que tô exausta, de novo, e bastante magoada com algumas coisas; não sei mais quantos “vai dar tudo certo” tenho no bolso pra oferecer de consolação, mas, ao mesmo tempo, não quero que se apavorem comigo. Sei lá.

Como diz a minha melhor amiga: “Eu não desisti, só está bem difícil.”

Espero que as coisas estejam melhores pra ti, do outro lado da telinha, fanfimor. Beijos!
 
 
Para que respondam essa tag, eu marco: a Beatriz, do Just Daydreamin’; a Yasmin, do Quase Inédita; a Nana, do nanaview; e a Laurinha, do Missing Simpler Archives. Um abraço!

Oi! Tudo bem?

Nascida em 2002, sou assexual, multirromântica, preta, carioca da gema e bastante revoltada com os governos estadual, nacional e mundiais.

Gosto de gatos, cozinhar, gargalhar alto. Gosto, também, de Grand Chase, Seventeen, alta fantasia e não-ficção.

Como todos os outros, sou uma miríade.

Finquei meus pés na blogosfera em 2018, lançando o blog Anotações Esparsas, cujo qual eu viria a coautorar com o Carlos, um colega meu, até eu me retirar da equipe. Como poderá ler no texto: “Com anos de atraso, hoje eu me apresento a vocês”, deixei o AE porque cresci para além dele, embora minha proposta com o EON seja quase idêntica.

Minha proposta de falar de fanfics, fandom e cultura de fãs continuará, porém com a adição positiva de mais de mim. Mais do que escrevo, mais do que penso, e, principalmente, mais do que sou. Por aqui, você, fanfimor, lerá sobre minhas fics, e das releituras que eu fizer, e artigos tratando das opiniões que eu me reprimi compartilhar publicamente por tantos anos.

Como estou adulta — para o meu pavor —, espere por publicação lenta. Minhas prioridades serão minha carreira e minha vida pessoal, então escrever para blog será terciário, por vezes quaternário. Quando o influxo alcançar o estopim, darei as caras por aqui para extravasar um pouco. Não sei escrever demais, e não sei ficar sem escrever. Estranho como são as coisas, não?

No âmbito de escrever e postar fanfics, não tem diferença; escreverei devagar, postarei quase nunca. Dito isso, a feitiçaria que a KOG Studios fez não me deixa sair do fandom, e, por isso, as chances de eu postar uma oneshot ou shortfic são baixas, mas nunca zero. Se eu não estiver fazendo isso, então estou quebrando a cabeça com minha longfic Lass/Elesis — ‘O conto inscrito na lâmina’. Quando der na telha, comento dela por aqui.

Créditos do style