O horror de ser uma jovem adulta responsável no capitalismo tardio me impediu de registrar a minha jornada quando administradora do AE, portanto a evolução ocorrerá por aqui. Qual jornada? Bom, a de me desgarrar do pavor incompreensível de opinar — veja só, quão absurdo! — no meu próprio site, que eu criei para, bem, justamente… opinar. Com o Em Outras Notas (sim, referência integralmente intencional), me comprometo a realizar duas ações: a primeira, de levar mais a sério o que eu achar, seja lá o que for, e a segunda de começar me apresentando.
Sempre achei cafona e redundante; afinal, as páginas “Sobre” existem pra isso. Mas, ah… por que não? Não descarto a possibilidade da minha implicância ser mais um comportamento fugidio meu. Como eu disse, tenho dificuldades de levar a mim mesma a sério. Suponho que não haverá um melhor momento pra desconstruir esse péssimo hábito, né?
Sou assim, assim, assado
Tive mais de cinco nomes de usuário só desde 2018, mas em todos atendo por Mira, Mimi, ou, de forma menos comum, Miranda. Passei dos vinte, embora sinta que saí dos dezoito anos ontem mesmo. Sou mulher cisgênero, preta, assexual, multirromântica, fã de Grand Chase, Seventeen, bioparques, cachoeiras, o sol das oito da manhã e lanches leves.
Gosto de ler e estudar sobre Saúde, Sociologia, fanfiction como um fenômeno sociocultural, ética, o exercício da cidadania, bem como outros tópicos aleatórios cujos nomes não me recordo. Gosto de cozinhar, escrever, ler, abraçar, ouvir, entender. Aprecio quietude, lentidão, o detalhe. Cuido de quem amo, e estou aprendendo a cuidar e amar a mim, também. Enfim, como todas as outras pessoas no mundo, sou um mural de esboços em consistente fluidez.
Curso Fisioterapia; estou na reta final. Como fisioterapeuta, conquistarei estabilidade financeira e ajudarei meus pacientes a aprenderem a amar cuidar de si. No futuro, cursarei Psicologia, embora não tenha planos de atuar como psicóloga. E talvez Neurociências, mas ainda não me decidi.
Meus amigos me dizem que sou viciada em estudar… não sei de onde tiraram isso.
Quanto às Ciências Sociais, me interesso por debater feminilidades, masculinidades, racismo e preconceito, a porra do capitalismo, sexo sob perspectiva biopsicossocial, entre outros. Consumo vídeos de comentário social no YouTube com frequência, e me interesso por livros de não-ficção nas áreas, também. É improvável que eu traga discussões extensas neste nicho pro blog, sobretudo porque não me considero suficientemente versada nessa inteligência específica. Porém minha socióloga interior estará ali, nas entrelinhas. É inevitável, né?
(Por pouco eu não cursei Ciências Sociais. Se eu tivesse um tico, assim, a mais de afinidade… ah!)
Já em relação às fanfics sou extremamente cara de pau, posto que minha afinidade com Letras é baixíssima. Falo sim! Comento sim! O entusiasmo relativo aos estudos transmídia ganha da minha eu-censora. Reflito muito, leio bastante, debaterei com gosto. No AE eu molhei os dedos dos pés na piscina, experimentei, falhei; por aqui, com a maturidade a meu favor, me jogarei de cabeça.
E, a fim de cumprir minha promessa de tratar o blog como meu espaço, você, fanfimor, verá partes de mim que eu não deixava transparecer anteriormente. Não só falarei de escrita e leitura, como também de outros hobbies e verdades pessoais minhas que, francamente, são mais eu do que a escrita e a leitura jamais serão. Devagar, devagarinho… aos poucos eu abro meu coração, e costuro a narrativa de comunidade e afeto com a qual sempre sonhei.
É como eu sou, como sei ser.
Registrando minha segunda tentativa de falar sobre fanfics
Comecei a ler fanfics aos 12 anos, e foi mais ou menos nessa época que eu olhei pro ficdom e pensei: “…Espera aí.” Meu interesse por fanfics como objeto de estudo acadêmico, ou, no mínimo, conversa acalorada, não é novidade. Antes do AE, criei, lancei e eliminei pelo menos dois blogs. Com o AE, tive meu primeiro sucesso. Sendo assim, o EON é o que vem depois do AE.
(Não confunda com ‘éon’, que foi o tempo necessário pra eu desenvolver um estilo de escrita pra blogs minimamente aceitável; ou seja, cerca de um bilhão de anos. Shit’s hard, y’all.)
Por insegurança, eu não me aventurei tanto em posts considerativos. Me arrependo disso. Sério, tem sentido nenhum ficar com vergonha de dar opinião no meu próprio site. Não supero, juro por deus. Ah, bom, enfim. Beyoncé done said I’m a grown woman, I can do whatever I want.
Dessa vez farei diferente, e farei bonito.
Trarei, devidamente comedida, formulários coletando respostas para pesquisas nada profissionais e pouco metodologicamente científicas, propostas de conversas, comentários sobre títulos relidos, guias e tutoriais, listas atrás de listas, textos e ideias — em suma, o que fizer sentido. Meu hobbie é levar meus hobbies a sério. Não recomendo… mas já que você está aqui, fique mais, sinta-se em casa; vamos trocar ideias sobre fanfics? Tome, tome, um cookie da Bauducco (da receita antiga, era mais gostosa).
Bem como minhas infinitas tentativas de escrever fanfics
Outra razão pra eu querer tanto ter um blog foi a necessidade espiritual de poder reclamar, de modo organizado, da vida de escritora. Quebrei a cara ao descobrir que, ou eu escrevia fanfic, ou eu escrevia sobre escrever fanfics, desde que, uh, os dois ao mesmo tempo não dá. Segundo a Física, ou algo do gênero. Não sou de Exatas.
De início, publiquei uns artigos falando da pré-escrita da minha longfic Relíquia das Almas: O Conto da Espada, no que eventualmente centralizei as atualizações na finada série quinzenal (…?) Notas Extras & Avulsas. Spoiler: não deu certo.
Sou uma ficwriter mais ajuizada, e atarefada, hoje em dia, portanto meu plano de ação foi revisado. Falarei, sim, da minha escrita, porém de forma esporádica e descompromissada. Mexer com fanfics é um tremendo estresse, mas também é uma delícia. Não desistirei tão cedo. Ou melhor: desistirei nunca. Eu amo essa dor de cabeça.
Por hora, a longfic citada antes será prioritária, contudo me permitirei flexibilidade criativa. Sou lenta em tudo o que me proponho, mas compenso sendo caprichosa; você pode esperar por eventuais oneshots e shortfics bacanas, fanfimor. No EON, saberá dos bastidores por trás da maior parte dos meus projetos publicados, e da minha batalha com o replanejamento, a reescrita e a republicação — caramba! — da minha longfic. Holy shit, god bless. This bitch is trying her best.
⁂
O AE — Anotações Esparsas, para quem me desconhece d’outros rodeios — foi a grande paixão da minha adolescência, e serviu seu propósito. Cresci para além dele. Deletei a maior parte dos meus posts, e não faço mais parte da equipe. Determinados textos serão reescritos e publicados aqui, no Em Outras Notas. Outros alimentarão a singularidade de qualquer buraco negro… e ai de quem acionar o Wayback Machine!
Como eu disse antes,a minha proposta é focar em mim, no que eu penso, no que experiencio; algo... intimista. Não um site sobre fanfics, com toda a pompa que a frase inspira, mas um blog, um blog que seja meu. Isso faz sentido pro que quero da minha estadia no ficdom. Espero sua companhia nessa empreitada, fanfimor!
Hoje lhe ofereço: surtos embalados em serenidade fabricada, uma fanfiqueira da área da Saúde que gosta de estudar cultura de fãs, simplicidade, conteúdo lento, e textos que são a minha cara. Does it sound good? Cause we in for a ride. Fasten your seatbelts.
[05/02/25] Por causa de erros na formatação do artigo, eu precisei republicar ele e acabei perdendo o comentário que a querida Bea deixou. Meu anjo, se você acabar revendo esse texto saiba que sou muito grata pelo seu carinho e visita ao meu cantinho, okay? Um beijo na testa! Fique bem, te adoro.
1.290 palavras.
[05/02/25] Por causa de erros na formatação do artigo, eu precisei republicar ele e acabei perdendo o comentário que a querida Bea deixou. Meu anjo, se você acabar revendo esse texto saiba que sou muito grata pelo seu carinho e visita ao meu cantinho, okay? Um beijo na testa! Fique bem, te adoro.
1.290 palavras.
Sua vez, fanfimor. Diga-me: quem é você? Como tem sido sua experiência no ficdom?