ngtskynebula: (Default)
2029-01-08 03:00 pm

Seja bem-vindo, fanfimor!

"[...] ...Ninguém conhece, ninguém espera um domingo tácito para desfrutar; uma gentama tão ampla entre a alvura e a trigueira... mas não há um canto não inculco, é tudo carepa na alma, e a vida se baseia em colligo virgo. [...]"




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!mini-bio: ela/dela · +20 · lgbt · rj, brasil · grand chase, k-pop · magi, fairy tail, animangá
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!política de acesso
: sinta-se livre pra discordar de mim, no seu blog, ou “copiar” uma ideia de publicação do meu blog, porém repostar os meus textos é proibido. no mais, vamos interagir! esse blog estará aberto a comentários sempre, inclusive se fizer muito tempo desde que publiquei determinado artigo. confira o meu arquivo, fique à vontade, okay? ah, e eu não permito que as minhas histórias sejam resenhadas nas redes sociais (porém está tudo bem se for em um blog.)

!política de obras transformativas: não tenho problema algum com quem queira fazer fanart das minhas fanfics, ou fanfic delas, ou até mesmo utilizar a premissa de alguma fic minha para uma fanfic própria (mesmo que seja de outro fandom e/ou ship), desde que a execução não seja idêntica; ou seja, que, aí sim, se configure plágio. ideia nenhuma é propriedade intelectual de ninguém, e todos estamos brincando numa caixa de areia legalmente cinza. também não tenho problema com trabalhos transformativos baseados nos textos do blog, mas quero ser notificada quanto à publicação. e quanto a arquivar as minhas fanfics, eu não permito que seja feito de maneira pública, na web; se quiser, faça download e mantenha o documento consigo, para uso pessoal.

!obs: eu publicarei alguns jornais privados, e apenas amizades específicas terão acesso a eles por privacidadeisso é inegociável, não me disporei a liberar o acesso pra quem pedir; porém a maior parte dos meus textos é pública, e inscrições no meu jornal são bem-vindas! me inscreverei no seu se gostar do teu conteúdo. i can speak english. she/her.

!note que: estou velha demais pra esquentar a cabeça com picuinha digital, portanto antishippers não têm espaço no meu blog se for para criticar qualquer darkfic ou darkship que eu possa vir a explorar no futuro. eu sou contra o assédio e acredito que toda fanfic, sendo ela puramente fictícia, tem o direito de existir, inclusive as histórias retratando e explorando o moralmente repreensível; se você desgosta de algo, a porta da rua é serventia da casa. o autor é responsável pela sinalização e classificação adequada do conteúdo, e você é responsável pela sua curadoria digital.
ngtskynebula: (Default)
2025-07-16 10:30 pm

10 descuidos que eu cometi quando comecei a escrever fanfics

Olá, fanfimor! Como estão as coisas por aí? De minha parte, gostaria de declarar o hiato na seção já furreca de publicações sobre os meus projetos criativos; esses tempos não ando muito à fim de ser fanfiqueira, paciência. Eu continuo querendo postar no blog, então hei de inventar moda (e, de fato, usar as dezenas de ideias que tenho guardado). Inclusive, uma epifania que me ocorreu há tempos foi de que os dailys de Insta nada mais são do que a reinvenção do blog pessoal femme, não? Tenho um punhado de ideias que se encaixam nesse nicho, o que não é o assunto do artigo de hoje — não, hoje eu vou realizar um miúdo desejo da Mira de 16 anos, lá de 2018…

Que é: falar dos meus erros artísticos enquanto escritora! Sempre achei muito chique ler textos do tipo nos blogs de outros autores, e sempre quis um que fosse meu, mas eu precisava de experiência pra ter o que comentar, é claro. Bom, O conto inscrito na lâmina está engavetada e sem previsão de ressurreição, mas eu continuo escrevendo — esporádica e inconsistentemente, mas escrevo — aqui e ali, além de ter me lascado vezes o bastante desde 2018 para ter um, ou dois, murmúrios a registrar. Essas reflexões devem servir bem a qualquer fanfiqueiro calouro na Shipping Goggles University, no centro comercial de Kiss, Kiss! Fall In Love! do Sul; então, vamos que vamos.

 
1. Manter escrita e leitura como os meus únicos hobbies.
Confesso que a minha eu de 13 anos ficaria embasbacada de me ver quase fisioterapeuta, lidando com o movimento humano, dentre todas as coisas! Porém, considerando que estou no último ano do curso, estou nessa há tempo suficiente para, também, ser de cair o queixo que eu tenha demorado tanto para entender que o quê me faltou… foi requebrar o esqueleto.

Eu nunca gostei de realizar atividades físicas; conforme cresci, e o brincar deixou de fazer parte do meu dia-a-dia, me tornei sedentária — agravo que ainda não reverti, porém busco sanar —, e, nisso, a escrita e a leitura, dois hobbies de lazer passivo, passaram a ser os meus únicos passatempos. Os anos de estase cinética acumularam-se… ao ponto d’eu desenvolver disfunções musculoesqueléticas e quase odiar dois dos meus amores maiores, de tão exausta. Ceder à resistência inicial, própria do processo de criação de hábitos, em vez de teimar por saber o bem que me faria, me fez chegar aos 23 anos com o condicionamento físico ruim e até suspeita de hipertensão arterial!

(Aliás, busquei assistência médica e concluiu-se que eu não desenvolvi hipertensão arterial, não, foi só um susto. Minha alteração está dentro da normalidade por enquanto. Como é bom ser jovem!)

Claro, por vir de família baixa renda o meu acesso aos recursos que garantem dignidade mínima é bastante limitado, senão completamente bloqueado, mas eu poderia, sim, ter feito mais nos últimos tempos. Não digo isso no sentido de autorressentimento, todavia, e, sim, autocontemplação. Bom, já passou, né? Paciência. Hoje, sabendo a real extensão da importância de um estilo de vida ativo, com descanso adequado, alimentação adaptada e exercícios físicos com moderação, tô lutando contra a depressão subclínica e ficando 2% mais próxima de cuidar bem de mim a cada tentativa.

Só ter hobbies de lazer passivo é absolutamente insustentável. Os seres humanos precisam de uma atividade, associada à diversão, que lhes faça agitar os ossículos, salvo pessoas que já trabalham se mexendo muito (apesar de que, eu argumento, até nesses casos é bom). Para nós, almas caseiras e pouco energéticas, é bastante aborrecedor, mas é isso aí; de outro modo, com o organismo feito pra movimentar-se, é interessante o quão rápido nós nos adaptamos e passamos a querer o movimento, após começar. Eu te juro! Experiência própria.

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No meu caso, descobri que amo dançar. Não sou boa dançando mas amo dançar, e eu espero firmar ela na rotina. No YouTube há uma quantidade infinita de recursos gratuitos; se você gosta de dançar, recomendo o PS Fit, Well+Good e o Shake Twins. Eu acompanho os workouts desses canais nos dias que tomo coragem de balançar os membros de espaguete, são ótimos!

O meu conselho, enquanto fanfiqueira há uns tantos anos e como acadêmica, é que você explore as possibilidades ao seu alcance até achar algo que te cative. Não precisa ser nada que exista nalguma possível ideia fixa dentro da sua cabeça; não existe exercício certo ou errado, menos ou mais ideal, mas, sim, o que funciona pra você. Não se valha unicamente da escrita e da leitura, fanfimor; nada que te mantenha grudado ao telefone, PC ou códice será suficiente — você tem que se mexer! Nosso corpo cobra a dívida, nosso cérebro sente falta, e deitar na inércia da estagnação só vai te adoecer.

Não espere por um milagre; faça o que puder, do jeito que puder, na medida que puder. Gosto muito daquela tendência nos reels do Insta: “Primeiro você começa, depois você melhora.” Talvez te pareça um pouco bobo, mas é um excelente conselho.

 
2. Não organizar os meus arquivos de maneira adequada.
Eu já testei um punhado de software de escrita (exceto pelo Scrivener, o queridinho do ‘authortube’ gringo e meu maior inimigo), até o Quoll Writer — gratuito, código-aberto e minimalista, ou seja, do jeitinho que a mãe gosta, mas, pra minha genuína infelicidade, estou tão habituada a ter cinquenta mil pastas de documentos do LibreOffice Writer que eu simplesmente não me apeguei ao ícone. Dito isso, nem sempre eu entreguei conceito, coesão e aclamação no quesito bagunça com B…

Querido fanfimor, saiba: o escritor precisa de um sistema, e ele tem que ser simples e reproduzível, principalmente se for uma longfic. Se variar muito de um pra outro nunca saberá aonde encontrar anotações do tipo X ou Y. Já errei por deixar tudo descentralizado através de múltiplos cadernos, o que me atrasou em vários projetos e me fez, inclusive, desistir de alguns! Gosto da filosofia da Marie Kondo, e creio que ela é aplicável à fanfisfera. Hoje, o meu sistema funciona bem.

Eu tenho uma pasta só para os projetos de escrita criativa, dividida em: ‘Histórias originais’, ‘Minhas fanfics’, ‘Histórias engavetadas’ e ‘Outros arquivos’. Cada projeto leva sua própria pasta dentro delas, exceto algumas oneshots cuja outline eu mantenho no telefone ou só anoto no documento onde está o rascunho, mesmo. Na pasta de contos engavetados vão todas as premissas que eu não assumo, tal qual um homem cafajeste, mas que não abro mão por completo e há chances de eu retomar.

Na de O conto inscrito na lâmina, existem: ‘Monitoramento’, ‘Outros’, ‘Planejamento’ e ‘Publicação’; dentro de ‘Planejamento’, existe: ‘Cenários’, ‘Construção de mundo’, ‘Enredo’, ‘Exploração temática’ e ‘Personagens’. É facilmente reproduzível com outras longfics, vê?

Desse jeito, mesmo os arquivos aleatórios têm lugar certo. É bom que os arquivos em si sejam bem organizados, mas aí já é assunto para um outro dia. Sugiro que, além do PC, você organize os apps de escrita que usa, pois é bom guardar anotações do mesmo tipo sempre no mesmo lugar, ou seja, nada de ter um pouquinho no Google Documentos, e mais no Evernote, et cetera, et cetera, et cetera. E vou além: para a sua segurança cibernética, nem use nada da suíte Google, viu?

Hoje em dia eu só uso o Samsung Notes, mas já ouvi falar do Notesnook. Outra suíte que eu conheço um pouco é o WPS Office, e para as redações colaborativas fiquei sabendo, por alto, do Etherpad.

Independentemente de quais ferramentas você optar por usar, não deixe de criar um sistema que dê formato ao seu processo criativo. É importante para histórias curtas, e essencial para as longas.

 
3. Não estabelecer estratégias para monitorar o meu progresso.
Eu já tive aquela fase quase unânime, entre os internautas escritores, de querer um bullet journal; a minha tentativa foi xexelenta e infrutífera, mas tá aí, existe, e me rendeu respeito pelos gráficos e tabelas de contagem de palavras. Eventualmente abri mão das feitas a punho — a absoluta primeira que eu fiz tinha um desenho da Elesis ao lado… quando lembro, eu tenho vontade de, tipo, pulverizar espontaneamente, mas não falemos disso —, me casei com o TrackBear.app e não olhei mais atrás. But then! The horrors…! Um exemplo emblemático é de quando eu estava na minha quinquagésima revisão da outline de O conto inscrito na lâmina, me preparando para começar os rascunhos; no ir e vir das cenas, pensando somente em incluir todas as ideias das versões antigas que faço questão de reaproveitar, porém sem fugir muito dos limites narrativos da história como um todo, me esqueci totalmente que a Elesis passa por eventos profundamente traumáticos no início da longfic! Ela não teve um momento de respiro, foi só tiro, soco, porrada e bomba! Quando me dei por mim, já tinha uns oito capítulos planejados e ela pleníssima, apesar de et cetera y et cetera (spoilers, família). She would not fucking react like that, bitch. Então lá vai Miranda abrir o caderninho e matutar um jeito de evitar que essa gafe se repita… elaborei uma maneira de resumir o conteúdo dos capítulos e, ao mesmo tempo, sinalizar o movimento emocional das personagens.

Claro, essas parafernálias todas não servirão a todos os escritores, mas funcionam pra mim porque quando eu rascunho um capítulo, a última coisa que eu quero é realizar as modificações estruturais, conteudísticas. Dali pra frente só pode ser copidesque e publicação. Sendo assim, quebro a cabeça consertando o que há antes, durante o planejamento minucioso, quase obsessivo. Eu sou impaciente quando os meus projetos dão errado, por isso busco evitar frustrações futuras… eita, talvez eu deva levar isso pra terapia. Oh, well. Fwomp, fwomp, fwomp.

Ademais, pondo essa preocupante epifania de lado, esse tantão de fichas, listas anotadas e tabelas formatadas divertidamente só existem porque a minha longfic é longa mesmo. Entende porque eu não quero ter que mudar mais do que uns parágrafos quando digo que 280k é muuuita coisa? É uma lacuna gritante no enredo épico desses, e eu infarto, viu!

O problema do movimento interno eu resolvi com o que chamei de “linha do tempo psicoemocional do enredo”, com direito a enumeração do capítulo e das cenas que o compõe, sendo que cada cena tem a sua devida descrição, e ainda tem uma coluna pra pintar um gradiente conforme a atmosfera da seção, e outra pra imagem de um calendário (e eu não me perder em quando que os coisos estão acontecendo). Confesso que me senti galaxy brained demais inventando este, hehehe. Já outra tabela útil é mais básica, aonde eu averiguo em qual estágio do processo cada capítulo está — se está como rascunho, ou sendo reescrito, editado ou já publicado.

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A necessidade das planilhas únicas surge conforme se trabalha nas histórias, então, com o passar dos anos, trarei mais das minhas ideias pro EON; por hoje, o meu argumento é que você, fanfimor, debata sobre isso com seus amigos escritores para, talvez, adotar alguma ideia interessante, e não se esqueça de simplesmente criar os seus próprios materiais sempre que der na telha. Você não ouviu isso de mim, mas alguns recursos da Matemática até que são legais…

Ó, e se ainda não ficou claro, isso tudo é para que, na hora de caçar uma informação do projeto, ‘cê não precise reler tudo. Uma lista ou tabelinha é mais prático do que um tomo inteiro, não?

 
4. Querer complicar os textos para soar “mais inteligente”.
Okay que esse aqui é um espaço de acolhimento e respeito mútuo, mas, em minha defesa — sim, eu tô na defensiva, me deixe —, até que não fiz muito disso nas minhas histórias… porém meu telhado é de vidro no quesito redação para blogs, laaamentavelmentchy. It really yabba-dabba do be like it.

…Bom, quem nunca que atire a primeira pedra, né? (Não faça isso, por favor.)

Como sabemos, as duas únicas certezas da vida é o passar do tempo e o sofrimento, então, com um e outro, eventualmente amadureci a minha filosofia em relação à comunicação escrita; hoje entendo que não só não há necessidade de usar termos “rebuscados” quando os mais simples servem, como fazê-lo ainda é pedante pra caramba. Existe a ressalva da concreticidade e especificidade, conforme os ensinamentos maravilhosos da Shaelin Bishop, além da regrinha de copidesque que diz ser legal evitar repetições em excesso, nos incentivando a usar os famigerados sinônimos, maaas há de se concordar que tem umas palavras que só o pessoal de Filosofia, ou Direito, usa, né?

Quando se vê, a gente percebe logo… são aqueles textos que transmitem ideias do modo menos compreensível que a língua brasileira admite, é um saco. Ideias verdadeiramente complexas demandam um linguajar do tipo, porém, num geral, não há porque se comunicar dessa maneira quando debatemos tópicos que poderíamos, para fins didáticos, categorizar como “conhecimento iniciante” ou “intermediário”. Se você não consegue resumir a sua mensagem será que você realmente entende o que diz?

Se não consegue redigir histórias legíveis e fáceis de entender, será que você entende qual história quer contar, afinal?De novo, existem textos e fábulas onde faz sentido escrever desse jeito, mas são pouquíssimos os projetos que se beneficiariam dessa escolha estilística, se formos honestos. Falando da fanfisfera em si, essa quantidade diminui muitíssimo mais! Querido fanfimor, acredite: prefira o modo simples sempre que der, ele vai te servir em 86% dos casos. E outra, quando a gente leva isso a sério, percebe, fatalmente, que escrever fácil não é fácil, não…

E como seria, se você precisa entender do que está falando para poder comunicá-lo, e só entende as coisas quem pondera e estuda? Do give it a thought or two, pun intended.

Saindo do âmbito do que não se fazer e entrando na questão de como fazê-lo, não tem mistério, não, só um bocadinho de estresse. O primeiro passo é ler, e ler bem. Eu não digo que é preciso ler muito — sou adepta à lentidão intencional, é a minha filosofia de vida —, porém estar sempre lendo um ou outro título, através de assuntos variados, é suficiente. Leia livros, artigos e ensaios, relatos. Os textos precisam ser inteligentes; isso aumentará o teu vocabulário, e te ensinará maneiras de organizar as próprias ideias. Quem estuda e trabalha com textos saberá explicar isso melhor que eu… ó, de minha parte o que sei é intuitivo, por ser leitora. Também vale a pena esquadrinhar os seus textos favoritos para que identifique porque eles funcionaram pra ti, o que há na construção das frases e parágrafos, e na disposição dos tópicos, e, até mesmo, na escolha da tese defendida, que torna o texto bom como ele é. Vá, os encha de marginália, leia em voz alta, anote tudo, tudo, tudo.

Por fim, investigue a comunicação escrita e a redação dos textos que você quer aprender a escrever melhor, conhecimento esse que pode vir de inúmeras fontes. No YouTube tem um bocado de coisas, mas vou fazer um jabá da esquecidíssima blogosfera, cheia de tutoriais jogados ao relento…!

Os seus textos transparecerão inteligência quando servirem bem à sua intenção textual, e trouxerem pensamentos e convicções interessantes de se ler. Não precisa invocar o ‘de Moraes no STF pra isso.

Não complique o que é simples, fanfimor! Seja breve e intencional.

 
5. Só trabalhar em um projeto por vez.
Não sei se já comentei sobre isso, mas quando eu comecei a minha longfic atual — e anteriormente a ela, é claro —, eu só trabalhei nela. Fiquei de 2018 para meados de 2020 investindo intensamente na querida, e, com isso, me certifiquei de desenvolver um burn-out criativo que até hoje eu nem sei se curei por completo. Um excelente prospecto, não? Irrá…

Veja bem, trabalhar numa história por vez pode funcionar para alguns, mas pra mim foi um tiro no pé, e pode ser que seja pra você, também, fanfimor, então tome atenção disso. No meu caso gerou a sensação sufocante de estagnação artística, além de que ao se debruçar sobre um projeto que parece nunca ter fim, como é natural das longfics, se frustra até o escritor mais paciente. Minha paciência é de lua, é grande para algumas coisas e apoucada para outras… eu me importo com O conto inscrito na lâmina, por isso dedico bastante paciência a ela. Contudo, durei só dois anos nesse pique.

O que funciona para mim, hoje em dia, é pular de um projeto pro outro conforme o meu humor no dia ou temporada: eu tenho a longfic, de Grand Chase, e a mantenho como meu único projeto longo, podendo me enrabichar com uma shortfic (até agora não me interessei por nenhuma das ideias que eu tenho, portanto essa lacuna está em branco), e, por fim, até três oneshots de tamanhos variados (se bem que estou tentando me ater às ideias que provavelmente não passarão de 10k).

Caráter de curiosidade, percebi que quando estou em época de querer redigir pro blog significa que não ando fanficando muito enquanto autora. Well, it is what it is, I gueeeeess.

Quanto aos projetos longos, eu sugeriria ter algum tipo de compromisso com ele, apesar de ser total a favor da fluidez criativa — juro por deus, sou 100% adepta a ela —, pelo simples fato de que uma oneshot que se escreve quando dá na telha nós até conseguimos terminar entre dois a cinco anos (sim, isso é pouco tempo pra mim), mas uma longfic pode quadruplicar isso sem pestanejar, o que não é lá muito agradável para quem é ansioso e gostaria de terminar suas coisas, então… hm. O que for melhor pra ti, fanfimor, vai ter que servir, mas que haja alguma consistência, tá?

Eu tô terminando a minha primeira graduação, ocupada demais com o início da minha carreira e mais cinquenta mil outras demandas, por isso não o fiz com O conto inscrito na lâmina, mas tenho a mais honesta pretensão de fazê-lo quando as coisas se acalmarem! O resto das fanfics que lutem.

Cuide do seu jardim interno com as devidas variações de estímulo, e depois me agradeça, hehe.

 
6. Não me planejar para divulgar a fanfic.
Ainda que a fanfisfera se difira do mundo literário profissional, podemos aprender muitíssimo com os nossos colegas trabalhadores, sobretudo no quesito publicidade. Pra início de conversa, não deixe pra falar da tua fanfic apenas após tê-la publicado, e, após, não o faça à moda vamos ‘simbora. Tem que ter estratégia, fanfimor! Mesmo que seja simplificada, tem que ter.

Claro, nem todo projeto pedirá por tanto (eu te sugiro se dar o trabalho apenas em caso de shortfics e longfics), e também não te digo pra quebrar a cabeça com um plano super, hiper, ultradetalhado. Eu te aconselho sensibilidade: se o objetivo é conquistar leitores que acessarão o seu perfil e lerão a sua história, o mais ineficaz a se fazer é jogar um link no feed e esperar pela sorte, porém não tem porque se estressar além da conta todas as vezes, sabe?

Pelas minhas pesquisas e observações, eu diria que uma possibilidade, dentre tantas, é:
  1. Se fizer sentido, fale do teu processo nas redes conforme trabalha no off. Quase todos já o fazem, de maneira intuitiva, mas vale a pena destacar aos calouros. Eu sugeriria fazer uma publicação apresentando o projeto, pra que seus seguidores se informem quando necessário; de outra forma, comente sobre o andamento naturalmente pois isso alertará as pessoas no seu círculo literário que você escreve. (Porém se não quiser não precisa!)
  2. Comece a falar taticamente da sua fanfic uns dois meses antes de publicá-la. Organize um calendário editorial de marketing, com a quantidade de publicações semanais (para cada plataforma de divulgação escolhida) que lhe apetecer; três por semana é um bom número. Dessa forma, os leitores já saberão do teu projeto quando ele for ao ar. Reflita no que você gosta de saber das histórias, e parta desse princípio para decidir o que postar.
  3. Quando atualizar a fanfic, anuncie nas suas redes. Após começar a publicação dos capítulos, não abra mão dos lembretes amigáveis toda vez que o fizer, pois muitos leitores se valem mais das atualizações no feed das redes sociais do que das notificações nas plataformas.
  4. Leia fanfics de mesmo ship, enredo e gênero textual que a sua, e comente nelas. Já dentro da plataforma, a maneira mais educada de ser visto é ser um leitor genuíno. Visite fanfics que tenham relação com a sua, pois isso aumenta as chances dos leitores delas olharem o seu perfil e se interessarem. No meu Social Spirit, por exemplo, criei uma lista de leituras com histórias de pessoas que favoritaram e comentaram em fanfics dos meus ships flopados, e venho lendo elas bem devagarinho.
 
Existe a detestada técnica de mandar mensagens privadas pro pessoal, divulgando a fanfic, e eu… não sou totalmente contra isso, na verdade, porém eu concordo que é algo bem 2010, bastante sem tato. Penso que a única exceção admissível é quando a pessoa tem nada no perfil dela com o qual tu possa interagir (para que ela receba notificação sua de modo “não-invasivo”), e apenas se for num fandom ou ship muuuito flopado, em que você basicamente está de mãos atadas.

Sou fã de Magi: The Labyrinth Of Magic, que está morto há anos, então visitaria pessoas desse jeito para divulgar a minha oneshot Kouhaddin, por exemplo. Kouhaddin shipper é lenda urbana, então eu precisaria interagir com quem já leu fanfics com o Kouha ou com o Aladdin, e tentar a sorte. O ficdom brasileiro pode discordar de mim, eu entendo, eu entendo…

Bom, prossigamos com o prosear.

Creio que nada supera as atualizações semanais: não fica pesado pro autor, formatar os capítulos é um saco (ainda mais se você for multiplataforma) então todo alívio é bem-vindo, e é um ritmo bem legal pro leitor, que tem tempo de processar tudo sem correr o risco de se sentir ansioso por já ter muitos capítulos acumulados pra ler. E ainda dá tempo tanto de acumular mais comentários para responder, quanto para reanunciar a fanfic nas redes.

Falarei mais sobre a questão de ser fanfiqueiro multiplataforma, dado a minha experiência, mas, por hora, adianto a questão das imagens. Na hora de divulgar a sua fanfic é bom usar imagens, mas os espaços de leitura — bookgram, booktwt, bookblr — nos mostram que essa não é a única opção. Olha, eu aconselho você a dar uma olhada nessas subcomunidades como leitor, fanfimor, e tomar nota do que funciona pra você pessoalmente; não tente usar todas as opções de mídia possíveis, não faz sentido e só presta se você fizer sempre, no fim das contas. Possuir menos perfis significa maior assertividade na hora de administrá-los. Considere onde estão os fãs do teu fandom, e o shippers do teu ship, e comece por aí, mas não se force a entrar numa rede que não casa com o teu jeito de usar a internet só pra isso, pois não vale a pena e vai te fazer odiar o processo.

Se bem que o Insta e o Twitter andam tão merda que eu acho que vale mais a pena fazer tal qual os incas e maias, e interagir dentro dos sites de fanfic… e quais são as outras opções, mesmo? Reddit, TikTok, Amino Apps e Discord, né?Damn it, the fansphere is cooked.

 
7. Não fazer o backup adequado dos meus projetos.
Eu devo gostar muito de viver perigosamente, porque, por mais que esteja lhe escrevendo isso nesse momento, fanfimor, as minhas fanfics e mais muitos outros arquivos importantíssimos só existem localmente, no meu PC de 2019… dito isso, como diz a minha mãe (e eu discordo, então sei que você também discordará): “Faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço.”

Bom, que esse artigo sirva de lembrete — preciso começar a praticar esse aspecto do que prego. Sabe como é, né? Eu escrevo há muitos anos, tem tanta coisa pra fazer backup… um tempo atrás eu usava o backup automático da suíte Google, mas estou degooglificando minha experiência digital (além de que a onda de inteligência artificial generativa deixou o produto deles bem menos atrativo). Usar do Google, ou não, é assunto pra um outro dia, embora eu deixe, aí, a sugestão de você ir buscar do assunto e tirar as suas próprias conclusões, mas algo é certo: todo criativo precisa de um sistema de backing up. O backup correto, completo, não é só subir os arquivos na nuvem e ir descansar. Exige a manutenção periódica e criteriosa da qual nós tanto fugimos, e de mais de um meio.

Aprendi que o esquema básico tem três saídas: a cópia local, ou seja, no seu telefone ou PC; a cópia na nuvem (algum serviço que te permita acessá-la e/ou baixá-la em outro dispositivo); a cópia num aparelho físico excedente (HD externo, pendrive ou cartão SD). Sim, é tão chato e trabalhoso quanto parece, porém imagine o que você sentiria ao perder todos os seus textos, e compare o estresse da prevenção com o desalento do descaso. Não deixe de fazer backup, hein!

O que faz sentido pra mim é tirar um dia a cada dois meses pra limpar o meu PC do lixo eletrônico deixando ele lento; eu aproveitaria para fazer o backup das minhas histórias nesse momento. Já que eu escrevo cada capítulo em seu próprio documento, faria o upload deles conforme terminasse os textos, e conferiria se os outros arquivos não se corromperam. Eu não lembro se já cheguei a perder histórias minhas por falta de backup pois os meus aparelhos sempre funcionaram muito bem — bem como o Writer, meu editor de textos há quase dez anos —, mas sei que, hoje, tenho textos que quero levar pra vida. Quero imprimir e encadernar alguns, mas enquanto não o faço, o digital terá de servir. …É, acho que preciso ir correndo praticar o que prego…

E se você quiser saber por onde começar a pesquisar, gostaria de compartilhar as opções que ouvi falar até então: Nextcloud, Mega e MediaFire para upload na nuvem; Seagate, como marca para HD externo. Uma artista que eu sigo no Instagram me recomendou ele. Não entendo bem de tecnologia, então estou aceitando dicas de quem é mais cabeça nisso!

 
8. Optar por ser multiplataforma sem me planejar.
Se, por um lado, publicar em múltiplas plataformas de fato aumenta as chances de você ser lido (no meu caso não muito, pois os meus fandoms estão todos mortos e os meus ships são sempre os mais flopados desses fandoms desfalecidos, mas aumenta uns 0.002%), por outro você paga pelo benefício com sangue e alma, porque só deus sabe como postar o mesmo texto várias vezes no mesmo dia vai descaralhar a mente do palhaço! O encoringamento não tá no gibi!

Se você planeja uma atualização dupla, por exemplo, é quase o suficiente pra te fazer querer desistir da escrita criativa de uma vez. “Ah, Mira, você está exagerando…” Não estou. Na minha experiência, ao menos, publicar sempre foi um estresse tremendo pois nunca deixa de dar algo de errado no site, ainda mais com a formatação — pior ainda se for um texto longo, com mais de cinco mil palavras. Eu postava no Social Spirit, que come os alinhamentos que não à esquerda, e no Wattpad, que faz mandinga com os travessões, e no Nyah! Fanfiction, que tem um campo de inserção microscópico. Nessa brincadeirinha eu preciso me lembrar do que dizer nas notas iniciais e finais, e também de atualizar todos os sites no mesmo dia — mas nunca um atrás do outro, senão me dá enxaqueca, dor nos ombros e nuca, e a maior sensação de desespero que um domingo pode proporcionar.

Talvez haja algo de errado comigo mas ainda não identifiquei o que é para corrigir, então venho, por meio desta carta, te alertar dos perigos sob a penumbra da internet… olha, ser multiplataforma é um evento à parte. Eu sugiro reservar uma dose generosa de bom humor, e umas duas ou três horas da sua manhã ou tarde, para fazer com calma, sem desígnio de ir “rápido” ou “sem aborrecimento”.

Separe quitutes e uma garrafinha d’água.

(Deu pra perceber que eu tenho um certo pavor dessa parte do processo?)

Cara, sério, ser multiplataforma é uó.

 
9. Desconsiderar que a fanfic será lida em ambiente virtual.
Não estou dizendo que ser… imaginativo com a formatação dos capítulos é errado, afinal a fanfisfera é o ambiente propício para tais explorações, normal, normal, mas assim… hm. Eu me atrevo a dizer que, pelo menos se a intenção do fanfiqueiro é ser lido, e isso está acima do viés de experimentação estilístico-literária do projeto, então a legibilidade da fanfic é, sim, mais importante do que o desejo do autor de publicar uma fanfic visualmente mirabolante. Repito, não é errado, mas eu acho que os autores precisam saber o que estão fazendo, e saber o quê querem com o que estão fazendo.

O “máximo” que eu já fiz foi encher os meus textos de negrito para destaques — porque não usar a própria narrativa pra destacar, não é? —, e abusar dos emojis e kaomojis, com zero amor no coração aos leitores em máquinas mais antigas ou que usassem o leitor de tela. Enquanto leitora, no entanto, eu lembro de fanfics publicadas com código de cores, e áudios e vídeos e imagens, e, a pior de todas, aquelas com fundo escuro na fonte clara. Os defensores do modo escuro não são bem-vindos aqui, vocês não me convencerão que uma das leis-mor do design de editoração, e web, foi rechaçada por causa da galera que nunca mais dormiu de noite, e, por isso, só usa o telefone de madrugada!

Sem dúvidas, a fanfisfera — e a internet, em si, né — é absolutamente sensacional para publicar as histórias disruptivas que habitam o nosso coração, mas eu considero um erro quando isso é feito abrindo mão da decifrabilidade do que está escrito, e da limpeza visual geral da página.

Tenho isso comigo com muita seriedade. Nada de exagerar na quantidade de formatação especial, ou de mídias e códigos HTML. O meu principal objetivo é que a minha fanfic seja lida, então não posso adicionar nada que impedirá o meu leitor de conseguir isso. Não mais, pelo menos.

Porém, confesso que eu possa ter me tornado meio… conservadora… nesse quesito. Tô fugindo, até, de usar os sublinhados e tachados nos meus textos, sabe? Cá pra nós, esse ano tentei voltar a usar os coitados sem muito preconceito, aqui no blog, mas acho tão feio, tadinhos… uó.

 
10. Contar que pessoas fora da fanfisfera me apoiariam por serem meus amigos (e esse é polêmico!)
No começo, quando eu ainda estava no ensino médio e tinha fé de que me tornaria uma autora prolífica no Social Spirit — imagine só, que loucura —, eu divulgava as minhas fanfics e o meu blog para os meus amigos mais antigos, que eu confiei que não zombariam de mim, e pros meus amigos virtuais, que, de um jeito ou de outro, conheceram essa faceta fanfiqueira minha, e eu, de fato, achei que a nossa amizade seria suficiente para eles apoiarem esses projetos, tão importantes pra mim.

Bom, não foi o caso! ⸜(*ˊᗜˋ*)⸝

Eu tive, sim, apoio caloroso e temporário de alguns amigos, mas não de todos com quem falei sobre. Por um tempinho eu me senti magoada, não vou negar, mas não durou muito, não, sabe? Depois de pensar bastante, concluí que as pessoas têm mais o que fazer, e digo isso de boas de verdade. O que é interessante pra mim nem sempre vai brilhar os olhos das outras pessoas, e eu não acredito que esse causo, em específico, é notável o bastante para exigir um olhar de soslaio e dezessete páginas de journaling, sob o enunciado de, “ah, mas se fossem amigos de verdade eles me apoiariam!” Cara, o meu círculo social está todo se empenhando a construir uma carreira bem-sucedida, ajudando as suas famílias e buscando casas próprias em boas vizinhanças. Quem eu penso que sou, disputando pela atenção deles por causa dos meus passatempos? Não sou idiota, eu respeito eles.

Entender qual o devido lugar de certas coisas na sua lista de prioridades, e na dos teus amigos, não é falsa modéstia: é inteligência emocional. Nem mesmo para coisos objetivamente sérios eu faço questão, acho uma pataquada ficar implorando por interação nos perfis profissionais, por exemplo, quem dirá quanto aos meus hobbies… após alguns anos, aprendi que é mais fácil cativar um colega dentro da esfera em cheque do que tentar trazer alguém do teu círculo pra ela.

Se você quer leitores pra sua fanfic, interaja com leitores de fanfic. Se tu quer leitores pro teu blog, interaja com quem escreve e lê blogs. Quem for de fora pode vir e ficar, mas não se valha disso, pois não é uma regra. E tá tranquilo, namoral. O processo pelo processo faz valer a pena.
 
 
No meu último texto por aqui, o artigo: “[Qs.] Um pouco do blogueiro em 8 perguntas!”, eu comecei dizendo que a minha depressão subclínica tinha estabilizado… me chamou a atenção registrar um comentário desses em março, porque estamos no meio de julho, agora, e só consigo me lembrar da angústia silenciosa que foi esse primeiro semestre de 2025.

Levei um dia de cada vez, como sempre faço — embora ache que, dessa vez, foi um tanto diferente, mas não saberei explicar como, por enquanto —, e, quando vi, o segundo estágio tinha acabado, e eu me sentia… vazia. Cansada, muito cansada, mas mais esgotada e sozinha do que qualquer coisa. Eu precisei abrir mão do meu trampo freelance, que me garantia uns trocados de vez em quando para prendas pouco frequentes, e com a enxurrada de enxaquecas que assolou minha casa esse ano, pois, é claro, quando não é uma coisa é outra coisa neste caralho, não pude contar com o dinheiro dos meus pais para além do absolutamente necessário. Fiquei sem dinheiro, então fiquei sem ver meus amigos. Pra não dizer que vi ninguém, vi a Madu em janeiro, com o dinheiro que recebi do reveillón. Depois disso eu caí no vórtice de estágio, casa, estágio, casa, hospital; definhei, quase.

Bom, “quase” não. Creio que cheguei a definhar, de fato.

Não tô bem.

Sempre me aborreci muito com a sensação de culpa, demorei para desconstruir a ideia de preguiça. Não existe ‘pessoa preguiçosa’, aprendi — existe quem procrastine, e a procrastinação sempre tem uma razão por trás. Dito isso, esse semestre confesso que me acomodei com o estágio, não busquei mais do que ele. Continuei estudando em cima da hora, dormindo pouco e dormindo mal, sem falar na alimentação empobrecida e no inexistente hábito de fazer exercícios com regularidade (até tentei começar em janeiro, mas perdi o gás rápido). Se a procrastinação é o não-fazer com explicações por trás, o que seria encarar o teto, vendo o tempo passar? Se eu sentir que só não quero, porque não, é válido investigar isso, ou, às vezes, a gente só não quer, mesmo, e é sem vergonha e preguiçosa?

Talvez eu seja uma grande vagabunda, afinal. Por quanto tempo mais essa justificativa de que estou deprimida valerá? Em que momento o esgotamento se torna cara de pau? O autoacolhimento deve ter limites, ou, a partir de determinado ponto, preciso voltar a me autopunir?

Eu li que a pessoa verdadeiramente preguiçosa não se importa de não fazer as coisas, mas tem dias que eu não sei se a minha preocupação me afasta o suficiente da definição pra que eu ainda mereça acalento. Sei lá, queria um abraço. Talvez fosse me sentir motivada se não estivesse tão sozinha.

Que saco, deu vontade de chorar de novo.
 
 
Sabe de uma coisa? (Pois agora vai saber.)

No começo do ano, eu pensei em criar um desafio pra comemorar o dia do blog, no final de agosto, mas após várias pesquisas eu descobri que existe um tal de BEDA: ‘Blog Every Day August’. É 100% a ideia que eu tive, então preciso criar nada. Pelo visto é coisa da blogosfera brasileira, dum grupo no Facebook — Rotaroots, hoje trancado — criado em 2013. Eu vi alguns blogs publicando textos para o desafio após 2020, o que achei interessante.

Na minha eterna busca por sites pra acompanhar, me deparei com o BEWA: ‘Blog Every Week April’, também chefiado por brasileiros; dessa vez, a Lana do PorceLana. Como é de se imaginar, a ideia é publicar semanalmente em abril (será que poderíamos mudar para agosto?), o que julguei sensato, até um tanto genial. Deu vontade de participar, confesso. O auê todo é só pra comentar que eu até pensei em postar o mês todo em 2025, porém, após uma reunião de mim com as vozes da oficina de lástimas diabólicas, chegamos ao consenso de que seria… pouco inteligente.

O desafio fica pra 2026. It is what it is.

Bom, em abril me deu um estalo, comecei a repensar várias coisas; principalmente nos 25 anos se avizinhando. Faltam somente dois anos, e passa rápido, né? Tô arrumando o que querer, pra ver se me motiva a continuar em movimento. Cismei que eu vou me tornar ensaísta de ensaios reflexivos e argumentativos, veja só. O mundo acabando, e eu caçando estresse pá estimular a cabeça.

Vê se pode uma macacada dessas, bê! Tsk, tsk.

Um abraço forte, fanfimor. Se cuida, fique bem.
 
6.255 palavras. 17h35 de tempo ativo.
 
E você, fanfimor? Há quanto tempo você escreve, e que lição valiosa aprendeu?
ngtskynebula: (Default)
2025-03-20 10:55 am

[Qs.] Um pouco do blogueiro em 8 perguntas!

Esses dias digo que a minha depressão subclínica estabilizou: não tô melhorando mas também não estou piorando significativamente, só de vez em quando… com os problemas familiares, financeiros e existenciais usuais. Vim na intenção de trazer outros tópicos pro EON, mas o blues me impediu de botar o tico-teco pra funfar então eu matutei algo mais fácil: uma tag, é claro, é claro.

Já venho surfando o que sobrou da blogosfera brasileira no Blogger há tempos, e, nessa, encontrei um punhado de questionários bacanas de serem revividos. Tomei a liberdade de escolher quais quis responder e “montar” uma listinha “original” (que de original nada tem). Uau, ‘blogosfera brasileira no Blogger’ tá tipo o ‘Bring Blogs Back’, no inglês… ah, perdi o fio da meada. Sigamos!


Qual é a história por trás do nome do teu blog?
Bom, a minha URL vem do meu nome de usuário atual — ngtskynebula. Se lê “night sky nebula”, pois vem exatamente daí, porém, para a minha grande tristeza, eu descobri que a ideia não é tão intuitiva pros outros quanto eu imaginei que seria… eu escolhi esse usuário porque queria um que não fosse associado a nenhum dos meus fandoms; após vários anos, entendi que sempre termino desgostando dos que são, e, como esperado, aquietei o facho com esse de maneira satisfatória.

Já o nome atual do blog, Em Outras Notas, é uma referência ao Anotações Esparsas, meu site antigo. O AE seria um eCaderninho de pensamentos meus, e desde que não deu certo apesar da proposta, o EON entra como um espaço para eu continuar registrando meus pensamentos na web. Talvez, lá pra uns anos, eu migre do Dreamwidth para outra plataforma. Estou pensando em ir pro Ghost CMS, já que vou precisar ter um website profissional. É uma plataforma paga, mas bem completinha.

Eu não usaria o meu nome de usuário como URL, e caso acabe não pegando o domínio do EON para mim eu pensei em ‘Céu Noturno de Janeiro’ — conversa com ngtskynebula sem ser sobre ele. Porém ‘Em Outras Notas’ funciona maravilhosamente, então veremos, veremos…

Ó, lástima! Eustáquio Mísero, o que você faria no meu lugar?


Quando, e como, surgiu a ideia de criar um?
Nossa… sabe que eu não sei? Tipo assim, eu tô na blogosfera brasileira como leitora há muitíssimo tempo, basicamente desde que criei a minha primeira rede social — o Facebook, na época que ainda era uma rede social —, então acho que, em maior ou menor grau, eu quis um blog a partir dali. Já tentei ter, pelo menos, uns dois pelo Blogger (já tive uma página de “frases românticas” no FB, e o mais estranho é que eu nem sabia como é estar apaixonada…?), porém foram websites lançados sem um nicho, um calendário editorial ou, sequer, alguma importância pra mim, portanto não vingaram.

O AE, verdadeiramente, foi meu primeiro projeto do tipo que deu certo (bem como O conto inscrito na lâmina, então com outro título, foi a minha primeira longfic que seguiu).

De primeira eu queria um blog porque todas as Garotas Legais tinham um, mas depois dos fracassos eu encontrei uma razão mais sincera: quero o meu espaço. Uni os nichos da escrita criativa com os textos pessoais pois li inúmeros tutoriais, por vários anos, ensinando que todo autor de sucesso tem um blog de autor… no fim, como sempre, demorei tanto pra terminar qualquer coisa que isso deixou de ser realístico pra mim; teoricamente o EON é um ‘blog de autor’, mas eu o trato bem mais como o local de registros das minhas desventuras que um website pra capturar leitores e lhes vender o meu peixe de fanfiqueira, sabe? O AE foi maisoumenos nessa naipe, e não me identifiquei com o modo.

Em vez dos leitores me encontrarem pelo EON, e sair dali para as minhas fanfics, é mais viável que encontrem as minhas fanfics e, então, visitem o EON. E está ótimo! Isso também me serve.


Você tem, ou já teve, outros blogs além desse aqui?
Siiim, e eu super os mostraria mas eu deletei os dois! O Blogger deleta permanentemente, affs. Se eu pudesse voltar no tempo, não os deletaria; e digo aos fanfimores com histórico que não deletem os seus, pois vocês sentirão falta de poder visualizar esse recorte e comparar com como estão hoje em dia! Sério, é tão triste. (Não deleto o que sobrou das minhas fanfics no Evernote por causa disso, por mais que lê-las me dê gastura.)


Já pensou em criar para além dos textos para blog?
Olha, eu já pensei em criar alguns vídeos pro YouTube… nada que mostre a minha identidade, mas não vou me dar o trabalho de alterar a minha voz (até porque ela já está na web, né, gravada num EP de podcast, então pfft), por mais que eu queira separar o meu branding profissional da vivência em fandoms e afins. Tenho uma amiga que sonha em gravar podcasts, é um formato que ela ama. Talvez gravemos juntas no futuro, não sei. De minha parte, eu gostaria de colaborar com outros projetos do mundinho fanfics brasileiras: BetaCast, Liga dos Betas, NEPF-UFRJ no Instagram, fanficast, fanfica aí, e, por fim mas não menos importante, o FanficShow no YouTube.

Eu gravaria pouquíssimos vídeos pro YouTube, se fosse o caso, mais para ter conteúdo sobre fandom e fanfic em brasileiro por lá, coisa que eu vejo tão, tão, tão pouco que dói o coração. É uma área bem esquecida pelo pessoal, apesar do potencial enorme (vide os antigos vídeos da Plushie, que sumiu da face da plataforma, e das famigeradas fanfics audiovisuais com formatação estranha). Na gringa tem a Cora Maria, que cresceu exponencialmente num período diminuto de tempo, e o canal tonka joey, que posta nada de original mas o pessoal devora, mesmo assim. O YouTube precisa de vídeos sobre fanfic e fandom que levem isso a sério! Sem zombar! Um dia eu surjo por lá, talvez.

Who knows, who knows...


Você se inspira em algum outro blog? Se sim, qual ou quais?
Eu não diria que me inspiro num blog específico, mas, sim, nas minhas impressões do que torna a visita a um blog algo agradável ou desagradável… digamos assim. E nas minhas memórias do Liga dos Betas, de quando eu o lia como se fosse o jornal local duma cidade pequena no interior do Rio; religiosamente, quero dizer. Esses tempos eu surfei no arquivo deles, e quebrei a cara um bocadinho pois me lembro de gostar muito mais da maioria dos textos ali antigamente, enquanto que, hoje em dia, os que me cativaram foram os que, na época, eu não leria. Foi bom, foi bom.

Em mente, eu visualizo com afinco o que quero do EON; há toda uma estratégia por trás. 


De que maneira a blogosfera influenciou a sua vida fora do digital?
Conheci pessoas através da blogosfera; se não pelos sites em si, então por estar nessa ala da internet e, portanto, poder conversar sobre isso. Também desenvolvi bastante da minha comunicação escrita ao procurar melhorar as minhas redações pro blog. Acho que estou aprendendo a abrir o meu peito com a escrita por causa do EON, também (pois é, pois é, demorou isso tudo mas veio aí).

O EON me faz me sentir menos sozinha, de certo modo. É um espaço que me ouve sempre que eu preciso, sem que eu me preocupe se incomodo, se as minhas necessidades emocionais são exigentes demais, se eu sou muito chata, se a minha energia baixa o astral do pessoal, ou qualquer linha de raciocínio nessa direção. Mais do que isso, ela me dá a validação que eu quero na medida correta pois vem de mim, porque sou eu me olhando no espelho, pensando: “É assim que é.”


O que diria para alguém adentrando a blogosfera?
Encontre um nicho do qual você realmente goste, mas não se prenda a ele (‘cê sempre pode mudar); não fale só desse nicho, use o blog para registrar coisas comuns e pessoais, também (ó, mas não se sinta pressionado só porque eu te disse isso). Saia cada vez mais das grandes redes e focalize a sua experiência digital no teu blog, vai tornar a sua vida de internauta mais leve.

De resto, visite outros blogs (a blogosfera brasileira não morreu!) e aguensurte firme.


Complete a frase: “Para mim, a blogosfera é… [ ___ ].”
‘Um respiro.’

 
 
This is not part of today’s article’s original intent, but since I’m already here I might, as well, take the opportunity to answer this fun, quick meme I’ve been tagged. Thanks to dear [personal profile] catgiri! I’ve got: ‘M’.
 
Something I hate: Mingau de aveia. (I know it isn’t in English, but I can’t think of any other thing, I’m so sorry!) I’m not into… soups… in general, I fear, but porridges are even worse for me. I’ll eat it if it’s the only option I’ve got, but I’d rather not.

Something I love: No other option than music, yeah. I’m frequently listening to it, though not always cause it’s pretty easy for me to get a headache from noises in general, even if it’s not that loud.
 
Somewhere I have been: Mariópolis, in Nilópolis, North of Rio de Janeiro City. My maternal grandma used to live there with her husband, and the house they had scared me a lot cause it was surrounded by tall trees and it had few light-bulbs… I remember showering while trembling in fear (she wouldn’t listen to me when I told her I was afraid, figures) cause it wasn’t really covered by a ceiling and there were small, black things falling on me. Nowadays I know they were just simple little tree seeds, but back then! Back then I almost had a heart attack!
 
Somewhere I would like to go: Minas Gerais, a neighbor state of Rio de Janeiro. I’d stay, like, an entire month there if I could (though I think I’d feel too anxious by the end of the first week and would just comeback to see how my family’s doing, ah).
 
Someone I know: I know a bunch of Marias Eduardas, a single Maria Luiza and other flavours of Marias that aren’t in my life anymore, but I’ll say — Mayara. She was one of the first friends I made in the neighborhood I currently live in… she moved out, that little bitch. (I miss my little sis so much, ugh.)
 
Best movie I’ve watched: Maze Runner I, II ‘n III (though I loathed how Teresa was handled in the end, not gonna lie). I watched it for Dylan O’Brien, but I stayed for the plot, I swear! Plus his homoerotic tension with Thomas’ Newt, but, uh. Yeah.

 
 
Eu reaproveitei perguntas seletas que encontrei através de múltiplos blogs respondendo tags: Crazy Otaku, Bolinho de Arroz, Shy & Brave e Cupcake Kawaii. (São todos bem fofos, com layouts para web beeem '10s, por sinal).

Querido fanfimor, quando você vir um blogueiro postando uma tag saiba que, muito provavelmente, o texto que deveria ser publicado não era aquele… mas tá tudo bem, blogueiro também é gente e ser brasileiro é difícil (afirmação válida para qualquer momento desde 1500). Dito isso, até que gostei.

Eu poderia trazer um relato intimista, mas do jeito que a minha cabeça está sei que a última coisa que eu preciso é remexer mais essas feridas emocionais pulsando. Confesso que tô exausta, de novo, e bastante magoada com algumas coisas; não sei mais quantos “vai dar tudo certo” tenho no bolso pra oferecer de consolação, mas, ao mesmo tempo, não quero que se apavorem comigo. Sei lá.

Como diz a minha melhor amiga: “Eu não desisti, só está bem difícil.”

Espero que as coisas estejam melhores pra ti, do outro lado da telinha, fanfimor. Beijos!
 
 
Para que respondam essa tag, eu marco: a Beatriz, do Just Daydreamin’; a Yasmin, do Quase Inédita; a Nana, do nanaview; e a Laurinha, do Missing Simpler Archives. Um abraço!
ngtskynebula: (Default)
2025-01-31 01:00 pm
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Caraminholas na cabeça aos 23 outonos tropicais

Em 08/01, o EON fez um aninho de existência. Não escolhi a data por qualquer boa razão; os primeiros textos foram redigidos no final de 2023, e eu optei por oito de janeiro porque achei que ficaria bonito visto num calendário. Uma segunda-feira, um número par.

Sei lá, tenho dessas inexplicabilidades em mim.

Janeiro é o mês da renovação, o mês do meu cantinho e o mês de mim mesma — pertenço ao vigésimo crepúsculo, dia de São Sebastião, dia de chuva, quietude, às vezes tragédias, às vezes vida. Isso aí: eu nasci em 20/01/2002, e em 2025 faço 23 anos. Quis trazer um quê afável para comemorar a continuação do Em Outras Notas, e como também quisera falar algo do próprio aniversário, uni o útil ao agradável em uma só cartinha. Dá até pra transformar em tradição no blog, ó, todo janeiro eu me reapresentar à blogosfera e aos fanfimores.

De um ano pro outro talvez eu tenha um punhado de reflexões a partilhar, não?
 
 
Thought I'd be flyin' by now
(Pensei que estaria arrasando agora)
But I feel so glued to the ground
(Mas me sinto tão grudada ao chão)
I look around, everybody's in the same boat
(Olho ao redor, estamos todos no mesmo barco)
So let go and know that you're not alone
(Então deixa pra lá, saiba que você não está só)

know that you’re not alone, Cat Burns
 
 
 
18h35. Olá! Meu nome é Miranda Giovannini, e se esse é o meu sobrenome real… fica em aberto; eu sou uma mulher cisgênero, ou, pelo menos, é o rótulo que mais faz sentido pra mim hoje. Sou preta, multirromântica, demissexual, ProUnista pelo Enem 2019 no quinto ano de graduação; sou ecossocialista, escritora e leitora, gateira, cansada e inconsistente. Eu sou toda molenga e o meu punho é feito de palito, mas meu toque ajuda a recuperar vidas. Tô nesse planeta para ser boa, porém não tenho muito apego à vida, não.

Os meus amores são a minha âncora.

Se me perguntarem, diria que as minhas principais características são a seriedade e o afeto. Eu me preocupo profundamente em demonstrar meu compromisso e carinho com as pessoas ao meu redor, e com os projetos — meus ou dos meus amigos, desde que importem pra alguém —, e, com isso, vem a autocrítica e sensação de insuficiência. Com o passar dos anos aprendi a gerenciar melhor esse lado, todavia tenho muito chão pela frente.

Eu me apaixonei pela escrita criativa aos doze anos, pois uma então colega de classe minha me mostrou o Spirit. Gosto de escrever para o blog, de escrever fanfics de alta fantasia e romance, de ler ficção e não-ficção; eu leio mangás, assisto pouquíssimas séries e só passo muito tempo no YouTube se o humor deprimido piorar. O EON é o segundo blog bem-sucedido que eu tenho, e nele a minha proposta é simples: ter um cantinho só meu, porque esse é o meu blog, e não um ‘blog de fanfics’. Algo bem 2010, né? Intencionalmente.

Sou trilíngue pois falo brasileiro, inglês e palavrões. Quero cursar chinês, no futuro, e libras; de outra maneira, também gostaria de realizar um curso técnico de confeitaria. Bom, de línguas, só o chinês e a libras, mesmo. Não sei quando, ou se, terei oportunidade, mas… é.

Nesse site você encontrará ensaios amadores de uma fã de fandoms mortos, relatos esparsos da minha jornada artística, parágrafos a fio sobre como eu quero me jogar na pista de BRT, ideias e observações sobre a fanfic e o fandom enquanto fenômenos, listas quaisquer e o que mais der na telha. Sou deliberadamente lenta, antiprodutividade, e tenho afazeres no mundo físico que vêm antes do EON, que é um hobbie, e continuará sendo um; dito isso, meu sonho de princesa é dar as caras uma vez por mês (no entanto, não me forçarei a fazer isso).

Caso lhe interesse, os meus principais fandoms são: Grand Chase, Seventeen, Fairy Tail e Magi: The Labyrinth Of Magic. Sou shipper, com um casal favorito pra cada — LaSis, JeongShua, NaLu e Kouhaddin. Eu quase nunca posto fanfics, pois, primeiro, precisaria terminar elas e essa é uma competência em falta por essas bandas, porém 98% das minhas histórias são shipfics, muitas +18 pela violência física ou então pelas cenas de sexo, mesmo.

Minha pasta de rascunhos é cheia de oneshots, porque são finalizáveis, mas tem uma longfic em andamento: O conto inscrito na lâmina, protagonizando o Lass e a Elesis. Sempre ressurjo no Em Outras Notas me lamentando dela. Eu te convido a ir dar uma olhada!


18h40. Eu estou quase terminando a minha primeira faculdade; curso Fisioterapia, e 2025 é o último ano. Tô me organizando pra começar Psicologia em 2026, ir caçar meu rumo fixo com algum financiamento da vida, sem pretensões de casamento ou maternidade. No blog eu não sei, ainda, o quanto exporei disso. O EON terá muito de mim, sem abrir mão da privacidade digital. O quanto me permitirei partilhar da minha vida pessoal por aqui, quem sabe pra inspirar algum fanfimor mais jovem ou simplesmente pra registrar minha jornada? Não sei.

Tenho tanta, tanta coisa reservada pra 2025 que, sinceramente, isso será um problema quando for um problema. Conforme o tempo passa mais o sereno se revela amigo indispensável, e se há algo que os últimos anos me ensinaram é deixar a maré me levar, às vezes. Um dia eu entenderei o que quero pra vida do quintal pra dentro, e tanto o percurso quanto o que saltará das páginas dos meus cadernos para o editor online de textos são aventuras para a minha eu-futuro.

Constantes só o movimento e a fluidez.

Nesse meio tempo, o EON e as fanfics ficam jogadas a escanteio, como já vêm. O usual. Tô quase aprendendo a não sentir culpa. É bom pensar que os meus hobbies me esperarão, não importa o que a vida adulta exija de mim; mesmo que passe anos, o que eu amo não se importa.

O amor é paciente, dos outros comigo e de mim comigo mesma. Há de ser.


18h55. Hmmm, deixa eu ver… o que mais eu poderia falar pra pintar uma imagem de mim na sua mente? Eu cismei que quero incluir isso no texto de hoje; cheguei a rever uma pilha de cartas de quando eu ia à psicanalista, cheia da marginália que revelou o meu crescimento psicoemocional dos últimos cinco anos. Foi desconfortável e interessante.

Mudei muito, esses tempos, e gosto de pensar que pra melhor. Identifiquei aspectos de mim que sequer lembrava estarem feridos. O baú saiu do fundo do armário, de fato.

Por exemplo: quem eu sou e quem estou? Quanto do ‘eu’ é fluido, ou é irrisório pensar que exista algo na natureza humana imutavelmente sólido? O que é ser adulto? Como ressignificar isso? É realmente importante ser a minha melhor versão de mim? E quando à minha versão favorita de mim? Quem ela é? Como eu defino sucesso? Que tipo de futuro faz sentido pra mim? Se eu viver muito, o que quero da vida adulta tardia? Quem eu seria, se eu me estimasse?

Não me proponho a responder qualquer pergunta dessas; não sei se um dia as solucionarei, e se, caso o faça, resolverei compartilhar algo tão pessoal na web. Só quero diagramar o que se passa na minha cabeça esses tempos. Sabe, comparando as questões que eu levantei aos 19 anos, que foi quando realizei o acompanhamento, e quais “resolvi” de lá pra cá, eu vi, de fato, quem eu ‘era’ — e essa ‘eu’ não me serve, mais.

Essa ‘eu’ existe, grandemente, no exato momento em que nascem as minhas dinâmicas com as pessoas que eu amo, e não é como se fosse, de todo, ruim; me fez bem focar em cultivar os laços platônicos que eu tenho da maneira que o fiz. Eu precisei disso, pra sobreviver. Sempre fui muito sozinha, e hoje sou menos justamente por ter priorizado tais vínculos.

Claro, me orgulho dessas características, e não serão qualidades da qual me desfarei no lapidar do ‘eu’ que foi negligenciado, mas vale ressaltar que, por exemplo, por meio que não saber como existir para além das minhas amizades, me sinto insegura quando não sou útil. Eu sou afetuosa, cuidadosa, sensível, compassiva… mas quando não interajo com o Outro, quem eu sou?

Sou honesta, assertiva, reservada e caprichosa, mas também lenta, frágil, melancólica, irritável. Quais dessas idiossincrasias me fariam querer ser minha amiga? Quando que eu dedico a mim o mesmo carinho que dedico aos outros? Eu percebi que está na hora de cultivar amizade comigo, agora que me sinto segura nas amizades convosco. Difícil! Porém, inescusável.

Nessas idas, ainda outra preciosidade: tô começando a pensar no que virá após o diploma. Como filha de duas pessoas empobrecidas mais ou menos conscientes, fui ensinada a estudar, estudar e estudar, ter uma faculdade pra “ganhar bem” e “não ter” a vida dos meus pais; e agora, na reta final, me peguei pensando: “Tá, e depois?” Bom, depois vem a casa própria, né.

(Um salve ao Emicida, que disse, muito adequadamente, ser uma vergonha terrível pra qualquer país que o seu povo sonhe em ter casa própria. Casa própria, cara!)

E depois? Não sei. Mas, ó, como pode ver, já me dei conta que tenho que pensar nisso, e refletir é o que mais tenho feito. Hm… acho que quero que a sua imagem de mim, fanfimor, seja de uma pessoa pensativa. Thinking many thoughts, many, many thoughts.


19h15. No último ano eu publiquei oito redações, dos quais cinco foram sobre as minhas histórias e um foi sobre fanfic num geral. Quando eu olho pro meu arquivo, me sinto contente; todos são textos meus, que redigi cheia de carinho e boa vontade, e que, da forma que estão dispostos no blog, fazem jus ao meu compromisso de tornar o site um ambiente confortável pra mim. Nesse meio tempo eu iniciei e engavetei inúmeros outros conteúdos, mas te digo que, futuramente, retomarei a maioria — ideias de ensaios sobre fãs que agradarão muitos fanfimores!

Como eu sou perfeccionista, serão textos demorados a sair… vários pedem por referências no rodapé que sustentem os meus argumentos, então já viu, né. Os títulos que colecionei ajudarão, e posso dizer que pelo menos um foi relido, anotado, e está pronto pra servir ao blog.

Nos próximos anos eu gostaria de finalizar mais textos sobre fanfics e fandom… e, talvez, trazer mais dos meus gostos não-literários pra cá. Eu venho enriquecendo a minha vida aos poucos, e equilibrar o tempo pra viver com o tempo pra criar é desafiador. Guardo esse desejo dentro de mim com leveza, sem pretensão de realizá-lo por saber que não posso priorizar a escrita como quando mais nova. Bom, custa nada sonhar!

Quem sabe o futuro me reserve uma fartura artística, digamos assim, inimaginável; se for o caso, terei muitas fanfics com um punhado de leitores, e esses leitores gostarão o suficiente dos meus projetos para que se interessem por informações extras. Seriam… fãs, ou algo perto disso.

(Oras, vamos lá, né. Qual escritor nunca pensou nisso?)

Nesse sentido, os tópicos que você pode esperar no EON, fanfimor, incluem metacomentários sobre temáticas exploradas nas fanfics, textos sobre a construção de mundo e caracterização do elenco, prévias e ilustrações relevantes, e, é claro, minhas respostas às eventuais perguntas que me enviarem. Tô pensando em trazer reclistas de fanfic, também.

O que eu não sei se trarei são cenas deletadas; afinal, se foram deletadas é porque tem motivo. Joguei a ideia no ar, pois pode funcionar numa comparativa das versões dos contos e capítulos, ou pode não funcionar. Hmmm… não sabemos, não sabemos. Who knows?
 
 


No meio do caminho, eu desisti dumas poucas seções que o texto de hoje teria, por julgá-las exposição demais sob uma ótica mais comedida. Também sequer planejava reaparecer no EON com uma reapresentação; um artigo de retrospectiva deveria vir antes, mas eu não terminei de escrevê-lo e nem ando com vontade de retomá-lo, então… é. Sinceramente, não sei quando eu volto pra cá, porque agora eu realmente (realmente, realmente, realmente) preciso encontrar um estágio extracurricular remunerado que sugue a minha alma à moda capitalista e me forneça trocados mixurucas pra comprar o resto dos meus recursos cinesioterapêuticos.

Gente, sério — eu não vejo a hora dessa pataquada de ser uma adulta responsável render frutos, puta que o pariu neste caralho. Revolução Industrial inglesa, você me paga! Enfim, beijos, mwah, mwah.

Estou no +Fiction, Social Spirit e AO3. Interaja comigo no Tumblr. Uso o TrackBear para registrar e monitorar meu progresso com as fanfics. Sugiro, a ti, dar uma olhada no andamento da minha longfic de Grand Chase, O conto inscrito na lâmina, de alta fantasia.

2.142 palavras.
 
Confira também a versão anterior dessa introdução: “Com anos de atraso, hoje eu me apresento a vocês.” Obrigada pela visita! (*ˊᗜˋ*)
ngtskynebula: (dilraba dilmurat (hazy and fantastic))
2025-01-20 01:30 am

(How's it going for y'all?)

Hi, buddies! It’s 2025 already, uh… happy new year for us all! I’m wishing us great health, loud laughs, prosperity and plenty of enjoyable new experiences. So, as you might have noticed on my fixed note, I said I wouldn’t speak in English over here—but I lied. It’s all good, though, cause today is my birthday. [In Da Club, by 50 Cent, starts playing in the background.] Yeah, I’m a January Capricorn.


I’m not partying today, I rarely ever party at all and I feel less and less like commemorating this date as the years go by. I just wanted to update my blog, that’s all. I’ve changed the font, ya knew? It’s Arapey, now; a bit funky, lots of personality in the lightly squiggly design, but it’s somewhat tall ‘n easy to read long texts in it. The italic and bold are sufficiently apparent, the spacing’s just right… I’m still getting used to it, but I am quite satisfied. I’m not that happy with my current journal style, but I don’t know how to code.

I’m thinking of paying someone in the future to make a custom style for me. Gonna need to start a collage with web design ideas, hm… oh, another thing: my blog’s one year old, as of January 8th. Hooray! I’m 23 years old, today. Congratulations to me, I guess? I hope I get to ink my first tattoo this year. Maybe I’ll put it in my new year’s resolutions, so I don’t forget it.

I wanna tattoo the Chinese character for “melancholy”. I’d tattoo ‘melancholy’ itself, in Latin letters, or a pretty poem on melancholy, but I found the hanzi prettier. I have a personal warmth towards Chinese as a language, too. I also wanna tattoo other things, and I’m planning on drafting a blog post on the subject.

I wanna blog about many things. I wanna read lots, I wanna dance, I wanna go out on long walks. I want to write, and create physical anythings. I hope I find parts of me alight, despite the melancholy hugging my soul. I hope I ever find the “I” blessed to have been given birth to. I do.

Happy 23 winters for me, and, also, 23 springs lived through.

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愁緒 (“chóuxù”, melancholy in trad. Chinese).
平靜 (“píngjìng”, tranquil or serene in trad. Chinese).
 
Removo as minhas presas pois me mantenho bondosa apesar da ira.
ngtskynebula: (kouha ren (magi: the labyrinth of magic))
2024-12-15 06:55 pm

Última vez que eu discorro sobre a longfic (...esse ano)

Para me despedir de 2024 com o peito leve, eu quis trazer um último texto sobre a minha longfic pro blog. Como sabe, estou há seis anos na peleja pra avançar com ela — e hoje vou explicar tudo o que há. Eu fujo tanto de apresentações que estou há um ano falando dessa fic, e nunca realmente falei da fanfic. Querido leitor, hoje eu trago: explicações, e algo mais.


“O conto inscrito na lâmina.”
O conto inscrito na lâmina e O tinir ressoando no ar são duas partes de uma longfic, ou seja, uma duologia, no fandom de Grand Chase. Nessa história, lemos sobre a jornada de Elesis Sieghart, filha desaparecida do capitão da prestigiada guilda canabense Cavaleiros Vermelhos, e Lass Isolet, sobrevivente da Guerra, hoje guardião de uma cantora-sacerdotisa, que encontra Elesis e, acidentalmente, desfaz sua maldição.

Quando tinha nove anos ela foi enfeitiçada por Vimala Greatergold a tornar-se uma espada. Lass encontra a arma dez anos depois, transforma Elesis de volta, e, após ouvir sua história, devido ao senso de lealdade e gratidão, decide ajudá-la a localizar Vimala e recuperar sua humanidade. Elesis não poderia estar mais frágil e desamparada, portanto Lass, que traz consigo inúmeras dores e infortúnios, faz-se seu alicerce. Juntos, os dois dedicam-se a remediar a saúde debilitada dela, enquanto investigam o caso e aprendem a conviver entre si.

O conto inscrito na lmina

O enredo, verdadeiramente, segue-os na busca por Vimala — cujas perigosas associações incluem Cazeaje, bruxa responsável pela Guerra dos Cinco Anos, e uma aliada sobrenatural —, e pela relíquia que a elusiva feiticeira exige em troca do contrafeitiço que curará Elesis. No entanto, os protagonistas também crescem ao confrontar seus fantasmas internos e as diferenças entre si, culminando num laço sólido e seguro.

Elesis Sieghart tem ascendência nobre, gênio difícil e enorme sede de vingança. Suas feridas emocionais equiparam-se com as físicas, fazendo com que dois de seus maiores desafios sejam lidar com a súbita vida adulta, repleta de solidão e incerteza, mais um corpo de fisionomia irreconhecível e perícia apoucada. Ela tem fulgor, persistência, seriedade, e também tem hostilidade, urgência, medo. Um dia se viu furtada, e, logo, abandonada. N’O conto inscrito na lâmina, vemos muito de sua dor.

Sua profunda consternação é explorada, e Elesis aprende a melhor gerenciar essa angústia, principalmente de maneira que as pessoas ao seu redor não sofram devido à sua instabilidade.

Por outro lado, Lass Isolet nunca teve uma boa fase na vida, e carrega, para onde vai, o desgosto de querer nunca ter nascido. Os ruídos de seus anos no Circo dos Pesadelos ecoam dentro da cabeça, e as suas mãos estão manchadas com o sangue derramado pela antiga guilda de mercenários, e na Guerra. Embora seus amigos e seu emprego como guardião de Amy lhe distraiam, Lass sente que não pertence ao grupo, e que desmerece essa paz; nesse contexto, Elesis surge para forçar mudanças e conexão — de primeira, a duras penas, mas, depois, garantindo a estabilidade que ele precisa.

Ele é comedido, austero, quieto e confiável… em contrapartida, é inseguro, vulnerável e esmorecido. Mais do que aprender a lidar com Elesis e seus modos, Lass eventualmente descobre-se digno de autocompaixão e zelo. O caminho é demorado, mas nós chegaremos lá.

Minha longfic será uma looooongfic dos gêneros alta fantasia, ação e aventura, angst, e fluffy, com avisos para violência explícita, abuso emocional, abuso infantil, entre outros. Explora múltiplos temas além dos supracitados, como, por exemplo, o amor platônico e sua importância na vida da pessoa com depressão, ou a relevância da inteligência emocional enquanto competência. É uma shipfic, claro, mas a primeira parte do projeto desenvolverá, “apenas”, a amizade entre o Lass e a Elesis, porque não tem como pôr essa mulher pra namorar ninguém antes dela virar gente. Em dado momento da fic, a Lire mete a porrada na Elesis. Será lindo, será justo, eu vou amar escrever essa cena. Beijos!

No decorrer da fic, outra personagem notável é Victorio Greatergold: irmão de Vimala, e o nobre mais poderoso do Reino de Mjolnir, em Arquimídia! Ele tem a relíquia sob sua posse, e o grave objetivo de impedir que Vimala consiga o que quer. Olha… é espoleta, viu?

Ufa! Pronto, assim ninguém terá dúvidas do que raios eu tanto falo no EON. Se quiser que eu esclareça algo, me dê um toque no Neospring ou simplesmente deixe um comentário nesse texto, tá? Confira, também: “Uns muitos anos desengavetando a mesma fic”, primeiro post sobre ela no blog, e: “1h por dia progredindo com a minha longfic”, segundo post da categoria. No post: “(Seis meses, e pause — Jan/Jun de 2024.)”, tem uns breves comentários.
 
Oh, também vale destacar que eu criei um mural de atualizações pra fanfic, aqui no blog. O Dreamwidth não admite muuuuita peripécia de personalização, mas dá pra fazer uma graça ou duas; optei por dedicar uma página inteira pois ficará organizado dessa maneira, e eu explico a minha linha de raciocínio lá.


Últimos comentários, quanto à fanfic, em 2024
(Meu PC reiniciou sozinho enquanto eu estava redigindo essa parte. Puta que pariu!)

Originalmente, eu ia resumir os progressos da longfic e incluir uns dois rabiscos a mais, porém os tópicos que eu destaquei nessa seção não se qualificam como novidades. Encare essa parte como os pós-créditos… ou, sei lá, a minha tentativa de fazer você se interessar pela minha jornada? I don’t know, y’all.
 
I. O que há de intrigante vindo aí? Bom, eu posso falar um pouco dos meus planos pro enredo.

No seu âmago, O conto inscrito na lâmina é uma longfic onde Lass e Elesis buscam pelo tesouro que a feiticeira Vimala exige em troca de revogar a maldição de Elesis, entretanto eu preparei três subenredos basilares; o primeiro envolvendo o Asin. Nosso gatinho de rua arisco predileto floresce no decorrer da fanfic, verdadeiramente se aproximando das pessoas ao redor e até aprendendo a confiar (um bocadim’, quase nada mas um tim-tim assim) nelas. Ele desenvolve um laço profundo, à contragosto, com a Lin e com o Jin, e termina um aliado imprescindível para os protagonistas.

Com o Jin esse laço platônico se transforma em um romântico, cof cof, sigamos.

Os olhos vermelhos dele e da Elesis sempre me chamaram muito a atenção, então eu vou explorar os meus headcanons disso na fanfic. Claro, a amizade deles não se baseará somente nesse fato. Sim, eu ignoro real que a KOG decidiu transformar os olhos vermelhos dela, do GCPC, em olhos castanhos no GCDC. Eu ignoro muita coisa do GCDC pra ser feliz, aliás. Tô mestra em fazer ouvido de mercador.

De outro modo, teremos o arco de crescimento da Elesis, fortemente atrelado a O conto inscrito na lâmina em si, enquanto que o do Lass ocorre, mais, na segunda temporada da longfic. Herdeira dos Siegharts e da Cavaleiros Vermelhos, única mulher de sua ascendência, praguejada ainda criança e tendo que enfrentar a nova realidade de dez anos depois… Elesis tem muito o que processar e mudar, posto que, conforme bem sabemos, ela é, canônicamente, chata pra porra de um caralho. Gente, eu amo ela, ela é meu xodó, mas que é chata ela é, viu? Okay, tá traumatizada e tudo o mais, mas vai deixar de ser bicho sim.

Não sem antes levar uma surra da Lire, hehe. (Sério, mó bafafá.)

Entrementes à longfic, Elesis cultiva vínculos profundos com a Amy, a Lire, o Jin o e Lass, as quatro principais amizades que a auxiliam nessa autoconstrução. Tô sobretudo animada pra escrever ela com a Amy e com o Jin; primeiro porque a Amy, ainda que não me seja uma favorita, seria uma patrícia leal às garotas dela — she’s a girls’ girl, and I’ll die on that hill —, e sei que será divertido explorar a caracterização de convencida-de-bom-coração dela, e segundo porque o Jin é um amor, gente, quem não gostaria dele?! Shh, não responda. Por sua vez, Lire é a própria Lisnar em Ernas; é impossível escrever qualquer fic de domesticação sem ela. Eu amo ela, gente, eu juro.

Óbvio que a diva existe para além de sua função de psicoterapeuta da Caçada, porém…!

Para terminar, por hora, o terceiro arco de crescimento é o do Lass, como já falei. Nele atuam Lire, Ryan e Mari; vou fingir que a coitada da Lire não tá trabalhando hora extra sem remuneração, e chamar a atenção pro querido, e esquecido, Ryan Woodguard, que é um bolinho de arroz com cenoura e merece mais cafuné e fanfics! Ele também é um ótimo ouvinte e ombro amigo, eu morrerei defendo o meu elfo. Já a Mari foi uma decisão mais recente, nascida do meu headcanon de que ela é uma parceira de leitura ímpar. Eu acho que ela e o Lass combinam muito, substancialmente pelo amor à quietude e ao conhecimento. Se ela é uma boa conselheira, ou não, fica no ar a reflexão, mas às vezes a gente só quer uma companhia gostosa pra passar o tempo, né? Mari é essa companhia para o Lass. My babies, for real, y’all.

De todas as personagens secundárias, o Jin e a Lire são as mais relevantes para a trama; eles não ganharão arcos por si só, contudo terão uma relativa maior presença na narrativa central, para além de seu papel na dinâmica dos protagonistas (consigo, e um com o outro). Tenho ideias faraônicas reservadas pros dois!

Saindo do âmbito de elenco versus elenco, outros dois subenredos da longfic serão o da Lin — que pode se tornar uma completa outra fanfic, mas é difícil que eu me dê esse trabalhão todo —, e o do Sieghart.

Lin é uma sacerdotisa na fic, fato que respinga na Amy, que também é, e, consequentemente, no Lass e na Elesis, que trabalham com a Amy; paralelamente, Lin e Asin interagem bastante enquanto a Lin está em Canaban, abrindo inúmeras possibilidades. O porque da Lin estar em Canaban é bem importante. Aaah, e até então eu não me decidi se a Lin fica com a Amy, de casal… eu shippo elas, mas deixarei esse documento para a minha eu-futuro carimbar, hehe.

O Sieghart surge, de maneira crucial, para trazer o universo de Elyos e dos asmodianos à linha de frente, e como imortal ancestral de Elesis, claro que ele tem tudo a ver com a ruivinha. Sieghart e Dio unem-se, ali, para resolver umas ocorrências interdimensionais, uns problemas que afetam outras personagens mais… e unem-se no sentido de aliança, gente, não de sexo. Tem que especificar, ah.

Quer dizer, a priori não terá sexo entre eles dois, mas sei lá, né.

Vou aproveitar a deixa e registrar que eu não arquitetei ideias de cenas eróticas pra qualquer ship, tá? Essa fanfic é +18 pela violência, e apesar de eu ser, sim, escritora de smut, nunca pensei em enfiar algo do tipo nela. Pode ser que sim, um dia, mas não conte com isso. JinSin e SiegDio me atentam a mente, porém não marcarei nada na pedra que é pra minha saúde mental. E o Lass é demissexual sexo-estrito, aqui.

This is a no sex zone! It’s sex-free! Just like it’s ads free!

Gatinho laranja assexual violento

Meu deus, perdi o fio da meada, calma aí.

Okay, okay. Singularidades atrativas do projeto, vamos lá.
 
II. Quais são alguns destaques do planejamento da fanfic? Booom…

Consigo pensar em dois, ambos já citados em textos anteriores no EON. Primeiro, eu errei ao não incluir “respiros emocionais” na outline, forçando um evento sobre o outro sem que as personagens parassem pra processar o choque. Quero terminar pelo menos o primeiro e o segundo ato da narrativa antes de engatar na escrita, então não cheguei a perder muito do meu trabalho quando notei isso.

De um lado, é frustrante por ser ainda outra tarefa na já enorme lista de itens pendentes, porém, de certa maneira, será a oportunidade perfeita para cortar cenas e sequências, e, consequentemente, diminuir a fic. Um projeto que se estende para além da própria capacidade elástica é uma dor de cabeça pra quem lê, e pra quem escreve, afinal de contas. Se considerarmos um livro hipotético de 380 páginas, com 250 palavras por página, ele totalizaria 95.000 palavras. Tendo, cada uma, 1.5k palavras, podemos trabalhar com ±65 cenas. Gente, se eu conseguir truncar a minha longfic pra esse tamanho eu juro que saio correndo gritando!

Não sei se dá, mas eu tentarei.

Segundo, o cenário pós-guerra e como isso afetará a construção de mundo — sem esquecer da atmosfera. Quando me comprometi com essa longfic, aos 16 anos de idade, é evidente que eu tinha uma visão irreal dos assuntos que ela trata. Por causa disso, e dos meus princípios (que eu não imponho a ninguém!), sou grata pelos percalços que atrasaram o avanço da história e me permitiram amadurecer, para que eu pudesse escrevê-la de maneira responsável. Hoje em dia é… estranho pensar no contexto da fic, com a limpeza étnica ocorrendo na Palestina ocupada pelos colonos israelenses e estadunidenses, mais o Congo, o Sudão, enfim, as guerras reais e inimaginavelmente destrutivas acontecendo agora. Dito isso, tanto o cenário pós-guerra da longfic não pode ser removido sem afetar a lógica da história ou a fábula que eu quero contar, quanto não é como se a minha recente percepção da geopolítica mundial fosse mudar algo concreto. O mundo sempre esteve pegando fogo, e nenhum sofrimento atual é único na História da humanidade na Terra. Já estou fazendo o que faz sentido, que é me educar e coser a trama do melhor jeito que posso, e do modo mais responsável e sério que me couber. De resto… paciência.

Me dói, hoje, mais do que antes? Sim. Porém a aproximação e a conscientização servem para isso, mesmo. Sou grata pela minha compaixão, embora ela doa e queime.

Nosso enredo ocorre em 1463, em maior parte no Reino de Canaban, três anos após a guerra entre Serdin e o reino vizinho. Eu escolhi essa data porque quis escrever os protagonistas com idades específicas, e quis “seguir” as fontes canônicas — do jeito que dá, já que o Lass não tem idade canônica. O meu headcanon é que ele é três anos mais velho que a Elesis, e, nessa fanfic, ela tem 19 anos; como ela teria 19 anos em 1463, a fanfic se passa em 1463. Ready, set, go. Calhou que a data é o que é.

Existem múltiplas frontes a analisar nessa conjetura, sendo a primeira que vem à mente a econômica. Guerras são ótimos negócios para a indústria bélica, e péssimos para o resto dos setores. Serdin e Canaban se uniram para reconstruir-se mutuamente, e Vermécia tem outros reinos (implícitos, que eu tive que inventar pois expandir o mapa múndi nunca foi do interesse da KOG) que os ajudam. É bem utópico, é, mas assim. Há de se convir que viver num país se recuperando duma guerra que durou cinco anos já é descaralhamento suficiente, então eu me dei essa colher de chá ecossocialista. Eu me mimei, família, me mimei; fanfiqueira também é gente!

O clima político é de desconfiança e luto generalizado, então qualquer representante da elite, que nunca foi benquista nas monarquias da vida, é alvo de repugnância pelo povo. Não decidi como o sacerdócio, da qual a Amy faz parte, será visto, porém a Elesis, por exemplo, tem linhagem nobre e militar. O Ronan será um exemplo claro de como explorarei isso na longfic. Outra coisa é o custo de vida. Como o continente se juntou para auxiliar Canaban e Serdin, o prognóstico é promissor; porém somente três anos após o início dos esforços é pouquíssimo tempo pra enxergar frutos viçosos. Tudo tá caro, os plebeus trabalham muito para receber pouco, e, para piorar, os ganhos serão a longo prazo sendo que eles enviaram seus filhos pro campo de batalha… então nem serão ganhos que os seus filhos verão. Morreram em servidão.

Sob a tutela da família Erudon e da Academia Violeta, associada à Glenstid, os nobres estão sob vigilância intensa e a coroa tem facilitado, ao máximo, a situação dos mais pobres. É o que dá pra fazer, né.

Quanto às outras facetas desse quadro social deplorável, tenho que estudar antes de decidir. Confesso que a construção de mundo foi jogada a escanteio esse ano, em favor do desenvolvimento de personagens e das primícias de onze outras fanfics. No futuro trarei mais observações! Por enquanto tá de boas, não?
 
III. Ah, porque não sei o quê, não sei o que lá… qualquer coisa aí, veyr.

De outra maneira, declaro que talvez eu escreva um derradeiro prólogo pra fanfic, na intenção de melhor pintar a atmosfera geral da história. Quando releio as versões do primeiro capítulo, tanto a antiga quanto os muitos replanejamentos offline, vejo que não há muito jeito de eu determinar a paleta de cores que essa fic tem a menos que mude aspectos na qual não quero mexer. Um prólogo resolve isso.

Não sou a maior fã de prólogos, sobretudo porque, na maioria das histórias que leio, eles são usados bem porcamente, atrapalhando o ritmo de leitura e contribuindo com nada pra narrativa. Incluir um desses na minha longfic mexeu um pouco com o meu ego, confesso.

O primeiro capítulo também mudará; terá uma estrutura diferente, tô visualizando algo dinâmico e mais profundo (até porque é o momento de estabelecer facetas dos protagonistas que influenciarão a leitura até o fim da fanfic). Como faz um bocado de anos, duvido que alguém se lembrará da versão de 2019 e notará o que foi descartado, então quem sabe eu mesma publique anotações sobre isso daqui para muitas?

I mean, no one asked, but this is my blog. I maintain it for this.

Hmm… essa seção teria mais dois tópicos, segundo a escaleta da Nebbie do passado, mas eu não tô a fim de falar disso, não, viu. Que trabalheira… vou deixar pra lá.

Próxima seção, marujos!


Mais uma vez, (não) dedicando 1h por dia para a minha longfic
Conforme comentei tempos atrás, eu quis realizar o desafio dos três meses de novo. Bom, com o tanto de conta que quero assumir (itens que minha mãe me comprou, e que prefiro que ela não pague, se possível), o segundo semestre seria para estagiar — na clínica-escola da faculdade, e no extracurricular remunerado. Por isso, essa empreitada seria complicada… eu pensei, inicialmente, ir de setembro a novembro. Do final de agosto para 01/09, desconfiei que não daria muito certo; afinal, eu assumiria dois casos clínicos, e ainda tinha que caçar um emprego. No entanto, não me culpei por isso.

Eu dediquei os dez primeiros dias à faculdade e às leituras; meu preceptor entregou dois casos clínicos pra cada estagiário, e eu tive que revisar os mesmos capítulos dos livros didáticos infinitamente. Nessa época, consegui finalizar um livro que eu vinha lendo há dois anos, já — Escrever ficção, de Assis Brasil (2019). Um dia, quem sabe, trago comentários sobre a experiência terrível e o pouco que pude aprender com ela, todavia, por hora, só digo que detestei, me aborreci, me arrependi e me lamuriei de, um dia, ter pego neste eBook dos infernos! Vou morrer praguejando o nome de quem me recomendou este aqui.

O segundo semestre foi pra es-ta-gi-ar, e hobbies em terceiro plano pertenceram ao terceiro plano. Bom, pelo menos em teoria, né. Na realidade, eu pelejei muito com a procrastinação e a sensação de culpa que ela gera, criando um ciclo retroalimentado de profunda frustração. Fui postegando o objetivo de caçar emprego até passar do limite, e no final de outubro eu ainda estava parada… me senti insuficiente e tão desanimada que é difícil pôr em palavras.

No dia 23/10 eu participei de uma mentoria online gratuita, com uma psicóloga que admiro muito, e aqueles conselhos me deram gás. Desnecessário dizer, se nem os meus estudos estavam indo bem, quem dirá minhas leituras e escrita. Bom, mais ou menos nessa época eu terminei de ler Magi: The Labyrinth Of Magic, e estava obcecada pelos meus personagens favoritos — Aladdin e Kouha, que eu, inclusive, shippo um com o outro, beijos —, e estava atrás dos fanbooks oficiais e o que mais desse para achar nesse fandom mortim’ da Silva, então a oficina do djabo não esteve vazia. Só xoxa, capenga, anêmica.

Bom, em novembro a faculdade socou aproximadamente cinquenta mil tarefas pendentes no meu fiofó, portanto tomei a liberdade de apenas existir (como já vinha fazendo, porém, agora, oficialmente comigo e meus botões, e as minhas outras personalidades). Daí vem o parênteses no subtítulo da seção.

Talvez, em 2025… veremos, veremos. Entretanto, essa é uma ocasião proveitosa para reafirmar o meu voto de lentidão intencional e a manutenção dos hobbies como hobbies, nada mais, nada menos. Já toquei nesse assunto antes, o EON é um grande arquivo de murmúrios conversando entre si; a demora proposital, pra que eu amadureça minhas ideias e não termine odiando o processo, faz parte do meu sistema, porém há a “lentidão involuntária, versus o senso de urgência”, como bem descrevi antes. Sinto-me ambivalente, o que é nenhuma novidade — qual aspecto do eu, exposto à luz, não nos deixa assim, não é?

O segundo semestre do ano foi difícil, todavia o movimento amenizou algumas dores. Me fez bem estagiar, apesar de eu, no fim das contas, sequer ter começado a procurar um extracurricular, e me fez bem atender na clínica-escola, ter contato com as minhas pacientes, conversar com o professor sobre os casos clínicos, sobre carreira, sobre a vida… dar a cara a tapa assim, mesmo, borocoxô. Nunca deitarei sem pensar: “Se eu tivesse feito isso, isso, aquilo, conseguiria mais de Y.” Contudo… sei lá, sabe.

Só tô cansada. Vou me dar essa colher de chá, pouco é melhor que nada.

Como não poderia ser diferente, a inquietação quanto à “certeza” de que se-apenas-eu-tivesse-et-cetera se estende às fanfics (e ao blog), e o desafio trimestral que alteraria o status quo não se realizou; e digo mais, não sei quando se realizará. Essa é a verdade! Tenho tanto, tanto reservado para 2025/26 que, num átimo raríssimo de honestidade, aceitei prometer nada. Queria muito chegar aqui e dizer: “Dessa vez não deu por causa do estágio, mas ano que vem eu faço, ano que vem eu termino isso, aquilo, e aí em Y data eu publico sei lá o quê.” Porém, não dá. Seria mentira. É foda ser adulto.

Demorou, mas chegou — a época de perder os cabelos de tanto trabalhar, estudar e me lascar.

Hoje não estou animada pra explorar o tema da lentidão intencional contra a lógica da produtividade, da escrita criativa como hobbie em vez de responsabilidade, e nem das minhas propostas para driblar minha própria oscilação de humor sem perder de vista a problemática do processo. Vou deixar aqui, anotado, e depois, quando eu estiver melhor, cê me cobra, fanfimor?

Tô cansada, tô cansada. Queria fanficar, mas tenho que trabalhar… affs.

Gato coitadinho da Silva dizendo que s fazem sapecagens comigo, s fazem malvadezas

Everyday I wake up and the horrors of capitalism persist…


Expectativas artístico-literárias para os próximos 5 anos
Listar metas pra qualquer coisa dificilmente funciona comigo, porém isso não me impede. Eu gosto de listas, okay?! É bom pra voltar atrás e comparar realidades. Por isso, eu trouxe essa seção: para minha eu-futuro. Como estarei daqui a cinco anos, quanto à longfic? Se eu parar pra pensar, como quero estar?

Registrei dez conclusões, a partir do enunciado:

1. Terminar a outline das metades da longfic. Desde que eu sou eu, ao menos no mundinho fics brasileiras (de Grand Chase), estou na peleja pra planejar minha longfic. Agora creio conseguir, de fato, porque eu mexi bastante nela nos últimos dois anos, e de maneira assertiva. Finalmente tenho um método, um processo criativo, que me guie, então me resta, apenas, sentar e finalizar. É mais fácil falar do que fazer, é claro, é claro, porém essa conquista me deixa muito orgulhosa e satisfeita por si só. Pra ser honesta, eu genuinamente estou quase no fim da outline da primeira metade da fanfic… começarei a segunda metade do quase zero, porém a primeira só precisa de uns retoques. Vem aí!

2. Publicar os 15 primeiros capítulos. O real desafio se inicia aqui, pois eu tenho nada preparado pra essa versão revisada da fanfic. Vou rascunhar do primeiro capítulo em diante, e aí reescrever e editar cada um deles; sem textos de anos atrás que eu possa salvar. Eu tô fazendo das tripas coração pra diminuir a longfic e os seus capítulos, porém, ainda assim, serão longos, e será verdadeiramente difícil publicar quinze deles nos próximos cinco anos. Eu que lute, uár.

3. Transformar os 3 primeiros capítulos em episódios de podfic. Isso aqui é um capricho meu, apesar de escrever fanfics também o ser. Pra ti, fanfimor, que tem dúvidas, saiba que “podfics” são as fanfics narradas, da mesma forma que os áudiolivros são. Eu gosto da minha voz? Não. Eu gosto de ouvir áudiolivros, ou podcasts e afins? Também não; no entanto, eu acho que falta conteúdo de fanfic e fandom no YouTube, e vejo aí uma oportunidade de experimentar enquanto fã criadora de obras transformativas. Já percebi que tem muito leitor por lá, seja nos poucos canais que falam de fanfics ou até nos que postam aquelas de Seu/Nome, AUs com ídolos pop e tudo mais. Porque não dar a cara a tapa, né? O máximo que pode acontecer é eu flopar, como de praxe.

4. Conquistar 50 curtidas no Spirit, e 5 recomendações no Nyah. O meu fandom tem catorze gatos pingados e meio, e isso se três ou quatro não tiverem fugido pras colinas. Okay que o grupo no Facebook é grandinho, todavia as teias de aranha na seção de comentários das fanfics revelam um prospecto tenebroso pra ala literária da vizinhança chaser. Caso você não seja chaser, acredite em mim: 50 curtidas e 5 recomendações, mais de 20 anos após o lançamento do GCPC, é muita coisa. Se eu, porventura, aparecer com números maiores, foi por fé na minha mandinga.

5. Planificar 5 capítulos spin-off pra fanfic. Eu acho ✨chique✨ quem tem longfic postada, e acho ✨chique✨ quando a longfic tem spin-offs. Cresci lendo fanfics assim, e sempre quis ter isso no meu perfil. É isto, galera, minha motivação é só essa, mesmo.

6. Escrever um capítulo especial crossover com Fairy Tail. Nesse caso, eu tenho duas razões: a mais ardilosa é que o fandom de Fairy Tail é um bocado maior que o de Grand Chase, então eu espero fisgar um leitor de mangá shounen, ou dois, dessa maneira; a segunda é que Fairy Tail é um dos meus mangás favoritos há muito tempo, da mesma forma que eu amo Grand Chase há anos. Quero unir o útil ao agradável, e homenagear ambos nenéns no percurso.

7. Realizar 5 desafios de escrita criativa. Não sou uma escritora rápida, mas bem quero terminar essa fanfic o mais acelerado possível. Já tentei o Camp N*NoWriMo, em 2021, e deu errado, então a minha proposta daqui pra frente será desafios pontuais, de um dia só (ou, quiçá, uma semana). Olhe as variações que eu achei por aí: escrever 665 palavras por dia por um mês, até os 19.9k; 3k com quatro sprints em escadinha (600, 700, 800 e 900 palavras); uma write-a-tona de um dia todo, até os 5k; uma write-a-tona de um dia todo, até os 10k; Slow WriMo (@/kedreeva, no Tumblr), onde você começa com determinada meta diária, e ela aumenta de 50 em 50 a cada dia, até chegar num máximo, e então ela diminui de 50 em 50 para que volte ao valor inicial. No meu caso, eu começaria com 150, e aumentaria até o dia 15 do mês; no dia, o valor seria de 850 palavras.

8. Realizar duas collabs na plataforma de outro criador, e divulgar a fic lá. Essa meta não sei se será possível, mas ficaí a #reflexão. Gostaria de dar um pulo no podcast, ou blog, ou canal, ou qualquer ambiente virtual, que fale de fanfics — como fiz tempos atrás, no ARMYFICS Podcast. Estive nervosa no dia, mas foi uma experiência agradável que eu, tendo a oportunidade, repetirei com prazer. De quebra, estarei nas trincheiras pra fazer o marketing do meu Bebessaurus literatus.

9. Comissionar uma fanart baseada na fanfic. Outro capricho de fanmother ursa… mãe ursa, só que como fã que escreve fanfics? Sacou? …Bom, enfim, um capricho meu. O meu pobre ship fica comparativamente longe do patamar, em termos de fanartistas dispostos a desenhar artes para o casal, do ship mais famoso do fandom; tanto pro Lass, quanto pra Elesis (isso é, os outros ships com eles, grandes, que não eles juntos). Por isso, sofro de uma fome aguda de fanworks, incluindo fanarts. Na verdade, eu me atrevo a dizer que LaSis deve vir em terceiro lugar… talvez quarto, mas acho que terceiro… na lista de ships “grandes” com o Lass e a Elesis… sendo o segundo lugar, a meu ver, os ships incestuosos com o irmão de um e o ancestral de outra (e não me importa que o Sieg tem 600 anos!), ah. Well, that’s just not my kink, and that’s okay. Porém! Isso significa pouco fanwork pra mim, que já ando xoxa, capenga, anêmica, franga e borocoxô de carência, e não é que o resmungamento todo tenha tido algo a ver com o objetivo que eu deveria estar comentando, eu só quis desabafar, mas, de certa forma, tem, pois quando eu comissionar um dos meus fanartistas favoritos estarei acalentando a minha autora interior, e, ademais, contribuindo pro ecossistema de terrário dos LaSis shippers — uma cidadela povoada por cinco (5) cidafãs, incluindo eu.

10. Criar o design de uma fanbox (hipotética) da fanfic. Como já percebeu, eu gosto de inventar moda. Sou ótima inventando moda. Quando eu estiver muito quietinha, tal qual uma criança de três anos eu estarei no canto, inventando moda. Dito isso, entre os muitos projetos artesanais que eu adoraria explorar — scrapbooking, diagramação de ficbooks, encadernação de fanzines, pintura de bonecas —, está a idealização e montagem de uma fanbox. Se longfic fosse um livro físico e eu a enviasse para um fã, o que iria no pacote? Hmm… é um caso a se ponderar.
 
Pra ser honesta, pensar nesses objetivos me deu um pouco de trabalho. Tirando os quatro primeiro, todos os outros tive que explorar muito pra descobrir que me apetecem, e, se você reparar bem, verá que eles são maneiras de eu tratar essa longfic como trataria uma obra da qual eu sou fã. Eu amo a minha fanfic, e creio que será divertido agir intencionalmente como a autora apaixonada que sou.

Quem disse que celebrar seus próprios projetos precisa ser comedido? Porque que não um estardalhaço?

Não faço festas porque não é a minha praia, mas até que rola um bolo caseiro.

Se bem que são menos “dez metas para os próximos 5 anos”, e mais “dez ideias pra eu não sair dos trilhos”. Eu conseguindo, ficarei feliz? Claro. Se não, como fico? Normal, ué. Pra ser honesta, esse projeto está me saindo tão custoso que eu acho que, talvez, nem me abalaria tanto se ele continuasse no off… tipo assim, outras fics virão, sabe?, fics menores, mais fáceis de escrever e bem possíveis de serem publicadas. Talvez o meu leitor chegue no meu perfil e não veja O conto inscrito na lâmina em lugar nenhum, e só saiba de sua existência se acompanhar o meu blog.

Talvez eu me torne “a ficwriter que escreve fanfics de Grand Chase, e tem uma longfic não publicada em andamento”, e tá okay. Sei lá, já faz tanto tempo. Talvez seja normal para escritores de histórias longas, em certa hora, perderem de vista o objetivo de lançar suas narrativas ao mundo. Ou não. Complicado.

De toda forma é o meu caso, e se eu não pensar muito nisso até que fico de boas.

Ou talvez eu desista da fanfic. (Meu deus, os pensamentos impulsivos da gata…)


Sugestões de criação pra minha eu de daqui não-sei-quando
Essa seção não é um comentário sobre um esforço passado, mas já que estamos, mesmo, falando no futuro por essas bandas, por que não? Fica, aqui, um rabisco ou dois para mim mesma:

Operar de maneira trimestral (rascunho e reescrita). A ideia é passar um trimestre inteiro só rascunhando capítulos, e outro só reescrevendo e editando eles. Dessa maneira, me aproximo da minha intenção de publicar conforme a escrevo, porém não tão entrecortado, capítulo a capítulo (o método mais comum, que já testei e não funcionou). No mínimo, em três meses eu termino três deles, ou, com sorte, quatro ou cinco. É um ritmo espetacular pros meus planos pra fanfic!

Finalizar um capítulo por mês (rascunho ou reescrita). O meu maior problema não é nem a quantidade de capítulos que eu entregar ao ano, mas, sim, a consistência com o qual eu o fizer. Por isso, quero muito, muito, muito alcançar o mínimo viável. Eu continuarei escrevendo pro blog, e tenho o caralho a quatro pela frente então mais que um por mês é risível, no entanto… poxa, pelo menos um me deixaria tão feliz, sabe? Suponho ser capaz, quando menos, disso. Vou me esforçar.

Publicar os capítulos por sequência, sendo um por semana. Componho o meu enredo com capítulos pertencentes a sequências narrativas, e eu quero postar ela assim pois, a meu ver, será um meio termo entre literalmente publicar conforme escrevo, e escrever tudo no off primeiro. Quanto à regularidade, nada supera a atualização semanal de fanfics, né? Se eu deixar os capítulos prontos se acumularem em sequências, consigo passar umas semanas a fio dando as caras nos websites.

Desconectar a mim mesma 3h por semana, consistentemente. Esse aqui… ah, esse é espoleta. Julia Cameron, autora de O caminho do artista, sugere esses momentos periódicos de imersão em si, e eu tô há aaanos pra implementar algo assim na minha rotina. Penso que uma hora é pouco, de modo que três horas talvez me sirvam. Vejo como um encontro comigo mesma. Sair sozinha uma vez por semana, pra passar tempo aqui, consciente de mim, bem como faço com os meus amigos.

Não comentar no modo apanhadão, mas em tópicos e quando quiser. Okaaay que escrever regularmente sobre as angústias, os sucessos e etc tem a indubitável vantagem de facilitar o estudo de como os meus pensamentos mudam com o tempo, porém! É um saco. Odeio fazer isso. Só vou postar atualizações da fic no blog quando eu quiser, e não por me sentir obrigada a falar dela só pra estar “em dia” com a coluna; na mesma moeda, não vou me ater a um padrão na formatação desses textos. Conversarei do que achar relevante naquele dado momento, e só. It brings me happiness.
 
Em outras notas, tenho muitas ideias de publicações sobre a fanfic pro EON, incluindo: uma galeria com as informações das OCs que compõem a equipe multidisciplinar de Saúde que reaparece, de tempos em tempos, pra tratar da Elesis; análises aprofundadas da caracterização das personagens principais; enfim.

Quando possível, trarei minhas experiências e lições artísticas, e um guia do meu processo criativo.

O EON ainda vai ter muita coisa sobre essa longfic! Não vejo a hora de chegar lá.

 
3 ideias de fanfics spin-off para a longfic
Essas são premissas de capítulos únicos que eu talvez não consiga incluir na longfic em si, mas que, ainda assim, gostaria de publicar; quem sabe por jogarem luz a um aspecto negligenciado da narrativa ou só por que quero, mesmo. Com sorte, servirá para atiçar a sua curiosidade, fanfimor!

Mesmo design, só muda a paleta.” — Um dia a Amy decide maquiar Elesis… para que ela faça um cosplay de Lass. Como guardiões de Amy, os dois não têm exatamente como fugir da dançarina, então aquiescem. No entanto, para o constrangimento de alguns e admiração de outros, Edel visitou o reino esses tempos, e vai dar um alô ao trio bem na hora. Curiosíssimo como Edel e Elesis ficam parecidas se trocarmos algumas cores de lugar, né… the real ones will remember that one Tumblr post from years ago.

Desde antes das pepitas de ouro.” — Nesse conto, eu explico a história de Vimala Greatergold e como se relaciona com a poderosa associada dela, além do laço dessa companheira com Ducca, o recepcionista do dojô de Asin. Claro que a Mal terá seu adequado subenredo na fanfic, então essa spin-off não será uma leitura obrigatória para que o leitor compreenda o projeto. Está mais para uma leitura complementar, um resumo, pois talvez a maneira como disporei do passado dela fique fragmentada demais na fic.

Os laços que nos unem.” — Por fim, pelo menos até agora, uma oneshot SiegDio marota para os slash shippers de plantão. Can I say this is old men yaoi, or is it too soon? Nesse conto, cuja premissa pode vir a se tornar uma shortfic paralela à longfic principal (mas sobre o qual eu nada prometo, por preguiça), há um asmodiano extremista assediando um vilarejo de Ernas. Sieghart é despachado pela coroa para investigar o causo, e lá ele encontra Dio, com igual intenção. Os dois trabalham juntos, descobrem que a treta envolve uma caralhada de outras personagens num B.O de arquear sobrancelhas, e, quem sabe, terminam o dia na jacuzzi do hotel local. Por enquanto não me decidi o que farei com o Sieghart.

Ou o que farei que outros façam com ele… mwehehehe.
 

Ah, mas vamos ser breves, né? Falar é bom, mas falar demais é foda. Chega por hoje, chega, chega (eu digo, após ser nada breve). Sou inimiga da rapidez, sinto muito. Well, I tried my best, but I didn’t succeed… Uh, bom, a partir daqui creio que não há mais o que comentar dessa fic sem que eu sente a minha busanfa na cadeira e escreva, então… esperemos por boas novas. Se o planeta não explodir antes.

Não vai, mas talvez eu exploda. Ugh. Perdi o fio da meada.

(Olha, eu quis colocar algumas seções sob o código de spoiler, pra página ficar menor e a leitura menos densa, porém passei quase uma hora levando surra do editor de HTML do Dreamwidth; na hora que uma seção ficava certa, um </cut> fantasmagórico aparecia num local nadavê e fudia com tudo de maneira inexplicável, então eu desisti. A concorrência que ganhe, pois eu me retiro daqui.)

Esse ano eu tentei menos do que queria, e mais do que imaginava. Pensar no meu progresso me deixa feliz. Minha fic cresceu junto comigo, tornou-se um projeto maravilhoso, não vejo a hora de terminá-lo. Estou dando meu melhor pra escrever a melhor história que eu posso contar hoje.

Nadavê com o assunto, mas fiquei pensando em como eu adoro falar de escrever. O blog me permite isso, ter onde falar dos meus escritos… eu amo escrever no EON, e escrever sobre escrever, tanto quanto eu amo escrever ficção. Queria conseguir escrever de maneira consistente pra cá; quatro vezes no ano, a cada três meses, seria fantástico, mas, por hora, estou satisfeita em chegar ao fim de 2024 com três publicações sobre a minha fic. Pouco é melhor que nada, e, bem, ainda estamos no primeiro aninho do blog!

Obrigada a ti, fanfimor, por chegar até aqui. Beijinhos, mwah, mwah.

Confira, também: o sucessor do Nyah!, +Fiction! Cê ficou sabendo que o Nyah! virou urna de cinzas, e o Seiji lançou o +Fiction? O meu perfil lá tem o mesmo nome de usuário que eu uso aqui. Dê muito amor ao site, viu.
 

E você? Qual foi o seu principal projeto criativo esse ano?
ngtskynebula: (dilraba (sci-fi))
2024-08-25 05:45 pm

Uma lista ✨descompromissada✨ de ideias para fanfics de Grand Chase!

Para minha grande felicidade, estou, aos poucos, me sentindo mais e mais confortável de falar das minhas fanfics por aqui… inclusive das fics que eu nem sei se, ou quando, vou escrever! Importa, pra mim, pois sempre tive (e ainda tenho) muita neurose com isso. Experimentei um assunto semelhante noutro texto, de outras bandas e contextos, e até que gostei, por isso decidi trazer algo pro EON.

Sigamos na esperança de que eu não dê a louca e arquive o post. Dito isso, hoje eu falarei das fanfics de Grand Chase que eu inventei, e gostaria de, um dia, publicar nos meus perfis. Uma publicação do tipo já existe, de fics Lass/Elesis, porém o acesso é restrito a moots íntimos no Dreamwidth.

Repito: é uma lista ✨descompromissadãhn✨, viu? Sem pressão! (Isso é uma autocrítica.)

Contador de ideias: 3/10.
 
 
“Longas noites, cor de púrpura.”
Esse aqui vai me dar trabalho, viu. Não que todas as outras fics não darão…

Bom, vamos lá. Nessa AU, a Caçada nunca existiu, mas estamos em Ernas (e em Elyos); Dio, como líder da facção asmodiana moderada, unifica os grupos sob suas asas políticas, e robustece sua autoridade e influência ao realizar acordos no mundo humano. O problema é que os principais reinos humanos são hiper-rígidos em seus meios, e cismam com casamentos arranjados…!

Dio, que já é casado com Rey por motivação política, se vê obrigado a “casar-se” com mais uma penca de gente: Lire Eryuell, representante dos elfos aliados aos humanos e da Ilha de Eryuell; Ronan Erudon, embaixador de Canaban em Elyos; e Edel Frost, embaixadora de Serdin. Sieghart e Dio não são casados, porém o Sieghart dá uns pulos em Elyos vez ou outra. If ya know what I mean.

O Zero também aparece na fic, mas ele não fica com ninguém. Ele é o asmodiano de estimação da mansão. Protegido da Rey, frágil, é proibido tocar! Exceto pelo Grandark, talvez.

Nossa shortfic se inicia quando Dio, já com uma equipe de microempresa inteira morando com ele porque os humanos só inventam besteira, vai ao Hades fechar o último acordo, e, para o seu completo PAVOR, eles também querem enviar um embaixador pra Elyos da maneira mais medieval possível. O pulo do gato é que, como o Lass é mestiço, ele não é bem quisto no Hades, portanto sua ida é bem mais a corte do Submundo tentando se livrar dele do que ela estrategicamente instalando um informante ali.

Rufus é gente, e não bicho — isto posto, ele se revolta com essa pataquada da corte avernal, junto do Harpe. Não pensei muito no que eles fazem, em como se relacionam detalhadamente com a narrativa, porém fica aí o registro de que eles dão as caras, e provavelmente fazem mais que um panelaço. Dito isso, o Lass é bastante bem tratado, graças a deus, apesar da Rey e suas tendências de bullying.

Sem delongas, acompanhamos Lass e sua experiência como convidado de honra para os Burning Canyon-Crimson River, bem como a convivência com o Quarteto Fantástico. Minha proposta sempre foi explorar a construção de mundo de Elyos e as interações do elenco, aos poucos e mais do que qualquer coisa; por isso, a premissa da história é um tanto vaga, e não é o destaque do projeto. Ela é uma fic meio desafiadora, porque eu vou ter que pensar bastante antes de começar a realmente escrevê-la… o ponto alto são os detalhes. Como já devem ter notado, essa é mais uma das fics que eu idealizei junto da Maria: minha fiel escudeira e parceira de headcanons! Um dia te entrego as cinquenta mil fics que te prometi, amiga! ♡

Teremos Dio de sugar daddy com um harém de gostosos, teremos flora, fauna e cultura asmodiana, teremos Rey nhom-nhom-nhom nas mulheres da casa, teremos o Zero sendo resguardado dos males do mundo… o cardápio sazonal vai servir horrores, amados. Quantos capítulos essa fic terá? Não sei. Nos meus sonhos, só dois, mas não descarto a terrível possibilidade dessa brincadeirinha virar uma shortfic de até cinco. Quando a querida vem aí? Não sei. Talvez dentro dos próximos dez anos, se tivermos sorte.

Oh, e o título é baseado numa música do Jão. ‘Porque as noites com você são boas, enchendo a cara e falando mal das mesmas pessoas’, sabe? Eu ouvi: “Porque as noites com você são longas”, gostei da sonoridade, mexi aqui e ali, e pensei — é isso. É isso, lacrastes, é isso!

Quiçá essa fic termine sendo +18 por cenas smut entre o Dio e o Lass, não sei, não sei… não porque o enredo ‘pede’ ou ‘foi feito’ pra narrá-las, mas, sim, pois é um grande desperdício ter o Dio e o Lass no mesmo palco e não colocá-los pra se engolir contra a parede, né? Credo, que delícia.

O importante é o que importa (dar de comer, e comer o que se dá).
 
* No Brasil nós usamos “Lupus” em vez de “Rufus”, sim, eu sei, mas até que tô me habituando à variação. Quando eu decidir qual prefiro, não avisarei mas haverão sinais…
 
 
“eu/te (murmúrio, murmúrio).”
Essa aqui você provavelmente já conhece, exceto que eu mudei o título dela. E também mudei o enredo. No entanto! Ela continua com a premissa original! Isso mesmo, essa é a fic onde Lass e Azin são modelos; Lass é transferido para a agência onde Azin trabalha, no que Azin não vai com a cara dele e decide fazer disso um problema para o Lass resolver. O causo escalona a ponto de Lass ter um piripaque no meio do estúdio, e o dissimulado do Azin termina entendendo que sua antipatia gratuita era, na verdade, uma paixão.

Que ele expressou fazendo bullying com o Lass, porque o Azin não tem neurônios dentro do crânio.

Eu tô com essa fic dentro da gaveta há tempos… acho que anos, já, inclusive. Comecei a rascunhar o primeiro capítulo — antes, ela seria só uma oneshot, mas tive ideias para extras que podem vir a transformá-la numa twoshot, ou até three-shot — e fui até quase duas mil palavras, mas, ahn… não funfou, sabe? O que eu estava redigindo não me agradou. Decidi deixar ela quieta, já estava sem vontade de terminar ela (apesar de amar o enredo). Eventualmente, tive a ideia de replanejar ela e ver se cola.

O título foi uma outra dor de cabeça. Eu não pensei em nenhum que me satisfizesse, entretanto sabia que ele precisava mudar. Nisso, ‘roubei’ uma ideia pra post de blog: “eu/te (sussurro, sussurro)”. O post nada tem a ver com a fic, mas é um título bom, sonoro, me serviu. Não, eu não escrevi ou publiquei o post.

Minhas ideias de posts pro EON eu costumo guardar numa lista, agora longa, feita de títulos. Todos os meus títulos são bem autoexplicativos, por isso eu raramente expando os tópicos pra explicar pra minha eu-futuro do que se trata. “eu/te (sussurro, sussurro)” seria algo como um desabafo, uma carta endereçada a ninguém. O explorar frágil da minha ambivalência em relação a uns assuntos aí.
Caso eu venha a, de fato, publicá-lo, mudei ele um cadinho enquanto título de fanfic.

Foi batata, né? É a cara do Azin.

Qualquer dia eu sento e termino essa fic. Prometi à Maria! Eu demoro, mas cumpro.
 
 
Uma releitura sáfica de um conto de fadas
Sou inscrita no canal Overly Sarcastic Productions há anos, como não poderia deixar de ser; e entre os muitos excelentes vídeos publicados lá, o do conto norueguês do Príncipe Lindworm é um dos meus favoritos. Na minha versão, essa oneshot protagonizará a Amy e a Lin — sim, eu shippo a Amy com a Lin! Não decidi em nenhum título provisório, e nem tenho estimativa de quando começarei a mexer nessa fic.

Pensei em fazer da Lin a filha nascida da rosa encantada, e da Amy na camponesa escolhida para ser sua noiva. No conto original, há um buraco no enredo onde o príncipe-dragão é homem, em vez de mulher (conforme o orientado pela bruxa da floresta), mas eu não tenho medo de lésbicas então as minhas queridas serão duas mulheres sim. Eu sei desse conto basicamente desde que a Red postou o vídeo, há três anos, mas nunca me decidi pra qual ship entregaria a releitura… eu poderia fazer pros LaSis? Poderia, mas já que faço questão que seja sáfico — as one does, indeed —, porque não dar a palavra pras minhas lésbicas fanfiqueiras?

O enredo é bem pique conto de fadas, mesmo; não vou falar dele aqui, já que você pode só assistir ao vídeo por si mesmo (é curtíssimo, de boas). O vídeo do OSP é em inglês.

Ah, e só pra não perder a oportunidade de tagarelar: eu gosto de muitos outros contos de fadas, que o OSP me apresentou ou não, contudo não decidi como escreveria suas releituras, e nem para qual fandom. Quando eu matutar algo, comentarei sobre! Devo ter uns dois ou três livros físicos de contos, só pra descobrir fábulas novas a apadrinhar. E dos eBooks, nem se fala… ah, releitura é tudo de bom!


[00/00/00] Seção para adições futuras.


Ideias bônus! Duas fanfics NaLucy, de Fairy Tail. Sim, sim, eu sei; o post de hoje era pra ser só de Grand Chase… porém eu não saberia onde enfiar esses comentários, visto que não sou tão comprometida com o fandom quanto sou com Grand Chase (pra ter toooodo um post só pra ele). Perdoe a intrusão, sim?
 
“Lucy, minha pele está estranha!”
Existe uma condição chamada ‘analgesia congênita’, onde o paciente não sente dor; de primeira pode soar sensacional, porém uma ponderação mais profunda revela que isso é péssimo, porque a dor é um mecanismo de defesa do organismo humano. Nós precisamos dela. De semelhante maneira, a hipossensibilidade cutânea, ainda que não necessariamente se caracterize como analgesia, é ruim pro paciente, que também pode se machucar e não saber, correndo o risco de infectar a lesão, etc.

Bom, nessa fanfic o Natsu se mete à besta com um mago que mexe com as terminações nervosas aferentes do oponente, e termina ficando sem sensibilidade na pele. De primeira ele fica elétrico, pois pode cair na porrada com o Gray, o Elfman e meio mundo, sem sentir dor… só que aí ele percebe que ao fazer carinho no Happy ou ao abraçar a Lucy, ele sente nada.

Isso o estressa grandemente, claro, porém — o pulo do gato! Ele descobre que seus lábios e boca ainda estão funcionando. Pra cobrir a cota de toque físico do dia, Natsu faz bom proveito disso ao beijar Lucy (até que ele faz a segunda descoberta da temporada, que é: como é bom usar... a língua).

É isto, companheiros. Esta é a fanfic.

Estaremos aí para escrever o Natsu beijando as cicatrizes de luta da Lucy. E as demais partes sensíveis que ele achar, no caminho. When life gives you lemons, you gotta drink that with honey.

 
“Lucy, porque você não olha pra mim?”
Cana (melhor amiga de Lucy depois da Levy, e eu vou morrer defendendo esse ship) comenta como a Lucy tem Natsu na palma da mão, sobretudo considerando o quão poderoso ele se tornou nos últimos tempos. Lucy contra-argumenta que não é bem assim, porém a Cana sendo a Cana, ela não deita pra ninguém, e propõe uma aposta: que Lucy ignore Natsu o dia todo, e veja o quão longe ele irá pra recuperar sua atenção.

Eu não pensei, exatamente, no enredo da fic. Tenho o conceito, e só. Com certeza tratarei de limitá-la a uma oneshot, porém com uma base tão vaga, há espaço pra muita traquinagem, hehe. Talvez já tenha uma, ou várias, fics com premissa parecida no fandom. É a natureza da criatividade reinventar os mesmos clichês de tempos em tempos, então não me abalo. Dito isso, se eu encontrar uma fic NaLucy nesse pique será ótimo, porque aí eu não preciso escrever ela…
 
Uma potencial terceira ideia pra fanfic de Fairy Tail seria, na verdade, um mal da qual eu jurei fugir com todo o meu fôlego… sim, isso mesmo: um crossover. Pense comigo, veja se não estou certa… uma fic onde o Lass e a Elesis, vindos de Ernas, cruzam um portal e vêm parar na Terra… e, do outro lado, Gerard e Erza, vindos de Magnólia, cruzam um portal e também vêm parar na Terra… e os quatro precisam trabalhar juntos para sobreviver nesse mundo estranho e sem magia… toda uma configuração perfeita para explorar suas semelhanças e diferenças como personagens, como ships, e entre uns e outros… veja, veja… você enxerga? Você enxerga o que eu enxergo? Você enxerga o paralelo temático? Enxerga as possibilidades?! [Os seguranças me arrastam pra fora do auditório.] Eu sei o que digo! Por favor, acredite em mim! Nããããão—
 
 
De igual modo à lista de fics LaSis, vou atualizar essa aqui com o tempo. Tenho muuuitas ideias pra fanfic, como qualquer ficwriter, mas é um tanto difícil que eu me apegue a alguma e queira, realmente, escrevê-la; por isso, as atualizações serão demoradas e esparsas. Virão aí! Só que aos poucos!

Após me apaixonar pelos Lass/Azin (e Lass/Dio… e Lass/Azin/Dio… enfim, o harém do Lass), me peguei idealizando várias fics Boys Love — ou, pros fujos de plantão, yaoi. …Oh! Lemon? Era assim que falávamos? Bom, enfim, slash. No entanto, sob a nobre intenção de variar meu aparecimento nas tags da vida, tratarei de agitar a seção femmeslash do fandom assim que possível. Com Amy/Lin! E outros ships, talvez.

Pra ser sincera, o único ship Girls Love de Grand Chase que eu realmente shippo é AmyLin, mas a Elesis com a Rey, ou com a Lire, não me desagrada. Who knows? I might think something up.

E, é claro, não descarto a possibilidade de surgir com uma gen-fic.

Ah, agora deu vontade de discorrer sobre meus ships e headcanons românticos pro elenco… okay, chega, chega, estou me estendendo. Beijinhos, mwah, mwah.
 
p.s.: Ships principais → Lass e Elesis (o maior que temos!), Lass e Azin (kuudere e tsundere), Azin e Jin (um clássico), Lass e Dio (a dinâmica de sugar daddy e sugar baby é mera coincidência), Dio e Sieghart (nunca sai de moda), Sieghart e Mari (queerplatônico), Amy e Lin (duas lésbicas pilhas AA). Elesis eu não shippo com outras personagens além do Lass, mas leria ela com a Lire, com a Rey, ou com o Dio. Gente, o Dio é tudo de bom, né? Uau. Quero um Dio na minha vida. Weeeeeerneeer!!!

p.p.s.: Repararam no ícone que usei nesse texto? É a minha atriz chinesa predileta, Dilraba Dilmurat! Eu sou apaixonada por ela, gente. Nunca assisti nenhuma das séries dela, mas sou apaixonada por ela. Dilraba, você sempre será famosa (๑˘︶˘๑)
 
Tá booom, agora eu vou. Beijos!
 
Confira também: “Comentando uma lista de fanfics Lass/Elesis que quero escrever.

2.485 palavras em 15/03/2025.
 
E você, chaser? Quais são os seus ships? E em quais fics tem trabalhado?
ngtskynebula: (dilraba dilmurat (pensativa))
2024-06-30 09:05 am

(Seis meses, e pause — Jan/Jun de 2024.)

Esse é o meu blog. Não é um blog sobre fandom e fanfics, mas o meu blog, no qual eu, só de vez em quando, falo sobre fandom e fanfics. Então porque é tão difícil que eu atualize o meu blog? Sério, o que há com isso tudo? Caramba.

Dei um pulo por essas bandas no fim de março, e, antes disso, apenas em fevereiro. Já estamos no meio de 2024. Daqui pra frente ficarei mais atarefada, e não menos; me entristece pensar no EON e no quão parado ele anda… não por falta de vontade ou ideias, claro. Veja, esse post aqui teve sua primeira versão em 03/03, a segunda em 23/04, e a terceira em 18/05. O tanto de subtópicos que eu idealizei, eliminei e troquei de lugar não tá escrito no gibi. Tenho muito a dizer, muito.

Não conseguirei dizer tudo. Sequer me atreverei a pensar em tentá-lo. Só pra matar a saudade, e para fins de futuro retrospecto, essa quarta versão do que deveria ser um texto hiper fácil de redigir será breve (não semicerra esses olhos pra mim!) e bem #girlblogging.

Sem a parte do culto a supermodelos, hiperfeminilidade e abuso de substâncias químicas, porém com a parte da depressão moderada. Please remember, I’m just a girl…


I. Um tempo atrás, eu publiquei dois textos sobre a minha longfic de Grand Chase — que, aliás, provavelmente mudará de título, mas nada certo —, e o bom de fazer esses comentários é, de fato, relembrá-los e analisá-los. Inclusive, nadavê com o assunto, mas fica aqui minha recomendação de que você, fanfimor, definitivamente deveria criar um blog pra si. Se for no Dreamwidth, melhor ainda; sejamos moots! Não tá valendo a pena ter perfil em redes sociais, mesmo.

Projetos pessoais, por outro lado, me trazem muita alegria, embora me estressem até eu querer sair correndo, pelada, pela rua. Quanto à minha longfic, me chama a atenção o tanto de vezes que eu me lamentei sobre lentidão involuntária e senso de urgência. Esse tópico me é muito importante e sensível, tratarei dele mais vezes no futuro; uma seção num post de recapitulação não basta. Como disse, tô trabalhando nessa fic há anos, e até hoje não progredi substancialmente porque a minha movimentação é inconsistente demais.

O meu mundo interno se transcorre num ritmo vagaroso. Sou introspectiva, eu observo e ouço e demoro pra concluir pois, por dentro, as conexões entre uma ideia e outra se sucedem aos poucos. Quando crio, é moroso do mesmo jeito. Por outro lado, estou inserida numa sociedade que, desde criança, impõe pressa, me diz que tenho pouco tempo, que tenho que ir mais rápido, rápido, mais rápido, ainda mais! Oras, se para respeitar a minha cadência natural e, também, me divertir com o processo de criação, eu devo ir devagar, como poderia conciliá-lo com o contador flutuando sobre a minha cabeça, me lembrando do fim que se aproxima? Se me afasto, vejo que não há fim, porque a vida não é dessa forma. Porém é pedir demais que eu destrua sozinha uma noção que forçaram no meu crânio a datar do início da minha existência.

Infelizmente, esse desespero silencioso não me afeta apenas com os estudos e a profissão. Ter uma longfic é se comprometer com algo que, no mínimo, te exigirá meses, e, no meu caso, demandará anos e anos… e anos, e anos, e anos. Eu quero terminar ela logo pois sinto que estou atrasada, que estou abusando dum tempo que não me pertence. Quem decidiu isso? Porque eu estaria? Não sei. No entanto, isso não me impede de me sentir assim.

Como se não bastasse, esse assombro tem fonte dupla: além de tudo, também me sinto assim pois tenho medo de, no meio do caminho, perder o fôlego e adicionar essa história à já longa lista de projetos que engenhei puramente porque eu quis, porque me fazia bem, e nunca terminei. Me dói tanto pensar em como sou resoluta quando o assunto são os outros, mas aí, quando chega a vez de eu fazer algo por mim, eu bambeio e liquefaço. Quero me dar esse motivo de me orgulhar de mim, e receio não conseguir isso. Quebraria o meu coração. De novo.

Quanto mais esse projeto se estica no tempo, mais frustrada eu fico, e mais medo eu tenho. Estou ansiosa. Bastante ansiosa. Eu achava que sempre fui boa em lidar com metas de longo prazo, mas talvez tenha me superestimado… talvez eu esteja ficando mais frágil conforme envelheço.

O desafio de três meses é uma oportunidade fantástica pra eu aprender a solução mais eficaz pro meu problema — consistência. Minha primeira tentativa não foi tão bem-sucedida, porém como registrei: “
1h por dia progredindo com a minha longfic”, eu sei onde errei. Por isso, matutei estratégias para uma segunda vez mais inteligente!
  1. O meu humor oscila bastante, então: posso experimentar ‘dois dias sim, um dia não’ pra sentar e mexer na fic, aliado a ‘semana sim, semana não’ no quesito focar em preencher o meu mundo interno de contentamento quando o blues vir. Eu sei quais os meus hábitos problemáticos (me enclausurar no quarto, ficar muitas horas no telefone, não pegar sol), e consigo pensar nas alternativas (andar de bicicleta, ouvir podcast no terraço, acompanhar um tutorial de dança no YouTube).
  2. Início e meio de mês são momentos cruciais, então: posso aproveitá-los pra refocar e replanejar, ou simplesmente analisar o progresso do mês anterior. Espero que isso me motive a continuar com o desafio.
  3. Por fim, pra não me perder no mundaréu de tarefas: eu vou listar oito metas pro trimestre do desafio, e terei mais ou menos duas semanas pra cada. De preferência, elas terão relação uma com a outra, partindo de um grande objetivo específico.
* Nota da autora: declaro, por via desta, que eu não gosto de ouvir podcast, mas tem uma porção de podcasts sobre fandom e fanfics que eu adoraria consumir. Subir pro terraço é bom pra pegar ar, então porque não unir o útil ao agradável? Bem preciso usar o fone de trinta reais que minha mãe comprou pra mim…

Joguei o plano no ar, pesca quem quiser! (Sou eu. Eu que preciso pescar.)

Em outras notas, essa questão da urgência me lembra o transtorno da brevidade. Se, por um lado, demorar tanto com a minha fic me frustrou, e frustra, demasiadamente, por outro permitiu que a história amadurecesse da maneira que apenas o passar do tempo garante. Minha fanfic diminuiu, tornou-se uma tapeçaria costurada com fios rentes, trançados com intenção; e, com ela, evoluiu o meu estilo como escritora, tanto pra ficção quanto para blogs. No EON, eu experienciei a curiosa necessidade de mais de uma versão com vários posts… algo inédito no AE.

Penso que, agora adulta, estou mais rígida com a qualidade das minhas redações, e como eu nunca termino nenhum texto com rapidez o passar dos dias e semanas influenciam tanto minha opinião que está ficando difícil alcançar meus critérios autoimpostos. Um dia, se possível, quero publicar um livro profissionalmente, então até que não é, de todo, ruim, porém as razões para lentidão só aumentam. Em compensação, reler os textos que eu redigi nos últimos dois anos me faz feliz.

Muito, muito feliz.

Eu escrevo bem. Estou escrevendo cada vez melhor; o crescimento é demorado, mas real. Creio, inclusive, que os meus textos são facilmente compreensíveis, e me orgulho disso; por esse prisma, me atrevo a dizer que estou no caminho certo pra praticar minha maior crença na escrita, que é de quem escreve bem escreve fácil. No blog e nas fanfics, estou satisfeita com os meus textos… quero aumentar a quantidade, também, e vou me dedicar pra isso.

No meio tempo, que eu não me esqueça de cuidar de mim. O tanto de vezes que eu já disse que voltaria com hobbies que me são bons, e não voltei… simplesmente não reaja.


II. Quanto a agora, digo que é oficial: tô quase terminando minha primeira graduação! Eu ouvi um amém, irmãos?! Glória deus! É pra glorificar de pé, igreja! Essa foi pra calar todos os que, um dia, disseram que eu não conseguiria (eu disse). Seguimos aí, nem firmes e nem fortes, inclusive quase morrendo, capenga, xoxa, anêmica, pronta pra fazer parte do ciclo de nitrogênio…

Enfim, tchau pro sétimo período, e oi pro oitavo.

Depois das férias, é claro, é claro.

Os planos são simples, e envolvem eu encontrar um estágio extracurricular remunerado no contraturno do meu estágio obrigatório, pra eu servir ao capitalismo do tinhoso cheia de ódio no coração e, finalmente, ter recursos pra comprar meus coisinhos e passear com os meus amores. E adquirir conhecimento, é claro, é claro. Se não der certo, eu me jogo na frente do coordenador e mudo a trajetória da vida dele ou depredo propriedade privada alheia, ainda não me decidi.

Eu vou prestar o vestibular da Uerj em 2025, pois estou prevista pra me formar em Fisioterapia no final do ano que vem, e quero engatar uma faculdade na outra; ou seja, minha intenção é começar Psicologia em 2026, assim que eu terminar a primeira graduação. Por isso, meus estudos de pré-vest autodidata começarão no semestre que vem… nos horários que for possível.

Bom, isso é um problema pra minha eu do futuro (daqui a um mês, só). Ela que lute.


III. Pra daqui a pouco… é, não sei o que dizer. No EON, eu preferiria publicar um texto por mês, mas bem sabemos que isso não vai acontecer nem tão cedo; pra minha fic, verei se consigo refazer o desafio trimestral que “inventei”, e, sem dúvidas, trago o relato pro blog. Num cenário ideal, eu termino o planejamento dessa fic esse ano, e fico livre pra começar a rerrascunhá-la ano que vem.

Oooh, mas quanto a fanfics, um comentário tangencial — eu tive ideias pra fics Lass/Elesis! Isso é raro, precisa ser celebrado! Okay, foram oneshots +18, cujas premissas eu idealizei quando estava no período fértil, mas… toda fic pra rareship é bem-vinda, humpf. Se eu as escrevi? Não, mas o ponto não é este. O foda de fics smut é que eu só tenho vontade de escrever fic assim quando tô serelepe, e como tenho pouca energia criativa num geral, se não termino logo nos dias em que tive a ideia as chances de terminar em algum outro momento são baixíssimas. Today’s TMI, I guess. Sem bullying, hein, ficwriter de fic smut também é gente.

Comecei, e não terminei, um punhado de fics de k-pop nesse primeiro semestre, também. Essa vida de escritora que não escreve… ô, deus.

Por outro ângulo, tô esperançosa pro próximo período. Eu conseguindo o estágio extracurricular e acompanhando as aulas de dança sem faltar, já estarei meio caminho andado. Ore por mim, me deseje pique. Quero energia, meu deus, ser uma adulta responsável é tão desgastante…


Bom, e agora eu proponho: enunciados para reflexão. Retirados do Pinterest, como quase metade das coisas que se vê na web. Um beijo pro querido, mwah.

1. O que você tem aprendido, e desaprendido?
Como equilibrar a raiva e a alegria, e transformá-los em matriz pro meu engajamento político. Os dois são resistência, e são motivações para tal, além de serem sentimentos perfeitamente válidos, e perfeitamente humanos, independentemente do marcador social que te recorta. Quando você é uma pessoa consciente e compassiva é impossível não nutrir ódio pelo sistema; no entanto, nem só de raiva viverá a pessoa politizada, a menos que queira definhar de maneira explosiva.

Por isso, fazer questão dos momentos de paz e alegria também é necessário.

Não vou mentir, é difícil demais encarar a enormidade dos problemas do mundo — a qual eu sei bem que não cabe a mim resolver — e não se desesperar. Eu estou desesperada há anos, sem pausa, com a garganta entalada e os olhos molhados. Todo o sofrimento evitável e mitigável que existe na Terra por conta da ganância e egoísmo de um punhado de pessoas impensavelmente poderosas me consome as entranhas, e me já paralisou diversas vezes, exacerbando sinais e sintomas de ansiedade e depressão a ponto me fazer querer morrer. Quando levanto da minha cama, dia após dia, batalho comigo mesma pra não ceder diante da desesperança.

Eu vejo os projetos de lei, as associações em networking, os pronunciamentos dando visibilidade, e tudo o mais, de pessoas más com pessoas más, multiplicando a barbárie… e penso que a crueldade humana é um poço sem fim. Não compreendo tamanha violência. Não entra na minha cabeça.

O mundo sempre esteve pegando fogo. Eu ter descoberto sobre tais incêndios nos últimos anos, como, por exemplo, sobre os genocídios ocorrendo no Sudão, no Congo e na Palestina, não muda o fato de que eles estão aí há décadas, partes do projeto imperialista pelo norte global além do meu entendimento. O Estados Unidos sempre foi assim, a Inglaterra sempre foi assim, os demais países europeus sempre foram assim; tudo é assim desde que o colonialismo foi instaurado.

Sabendo disso, estou tentando me manter viva, e me educar enquanto não tenho recursos para protestar nas avenidas, e apoiar causas com o tanto de visibilidade que a minha plataforma na web fornece, e cuidar dos meus amores. É o pouco, e o tanto, que tenho agora. No ínterim, só me resta cultivar otimismo ambiental, e acreditar que os movimentos revolucionários terão força para que o anticapitalismo vença ainda na nossa vez de pisarmos na Terra, nem que seja unicamente para que as nossas crianças herdem um mundo menos individualista e cancerígeno.

Isto aí. Estou aprendendo a ser uma pessoa bondosa, sem que o peso da verdade me esmague, e desaprendendo a temer mais o futuro do que a inércia. Desafiador, mas possível.

Um mundo melhor é possível na nossa vez de pisar na Terra.


2. O que te trouxe grande alegria, e o que te desafiou grandemente?
Hm… eu diria que o que mais me deleita, ultimamente, é sair com os meus amores. Eu saí apenas duas vezes esse ano, com a Day e com o Lu, mas como minha intenção com o dinheiro que entra através das diárias freelance no restaurante mudou de “comprar os livros que eu sempre quis ter” para “ir passear com quem eu amo”, ainda que eu não esteja saindo com frequência eu bem fico animada de pensar nisso, sabe? Porque eu sei que, cedo ou tarde, os rolês virão. Em julho estarei com três (talvez cinco!) dos meus nenéns.

Não vejo a hora de abraçá-los (๑>◡<๑)

De fato, independência financeira é viciante. Nada chega perto do gostinho de querer fazer algo e ir lá e fazer, porque tu pode, porque o dinheiro é teu. Isso me mantém nos trilhos pra eu não abrir mão dos estudos, inclusive, por mais difícil e ingrato que seja estudar no Brasil.

Por outro lado, um grande desafio — não só do último semestre, mas no geral — é todo o tempo em que não tenho acesso a esses momentos. É absurdo pensar que não tenho direito a transporte, a lazer, a cidades limpas e seguras, a comida; antes disso, tenho que trabalhar, pra só então ganhar dinheiro, e então trocá-lo por esses recursos e serviços. Tipo assim?! Gente! Que horror!

Ô besta burra, o animal humano. O único que cobra pra ter acesso à Terra.

Como bem disse Rousseau, o bicho humano é gente fina; a possibilidade de poder sobre o outro que o corrompe. Sem vias de piramidação social, sem opressão… mas não entremos neste assunto.

Sigo puta, e sozinhadeprê. Capitalismo do caralho.


3. Que impacto positivo você gerou na comunidade onde está inserido?
O meu círculo social continua mais ou menos o mesmo. É bem estável, e a maioria das pessoas que entram na minha vida seguem nela de maneira duradoura. Me orgulho disso, e falar disso me deixa extremamente feliz. Sou imensamente realizada nesse sentido.

Considero os meus amigos e minha família imediata a minha comunidade, e vejo que sou amada como os amo, e que confiam em mim e contam comigo. Eu preciso ajudar, me sentir útil, então tê-los ao meu redor… não tem preço. Quando converso com eles e nós nos abrimos um para o outro, percebo que agrado com minha companhia, e creio que esse é o maior impacto que eu causo.

No futuro, espero ter a oportunidade de impactar a vizinhança que eu terminar habitando ao sair da casa do meu pai. São ideias que fazem parte do meu plano de carreira em primeiro lugar, mas que, de todo jeito, mexem com essa minha carência de pertencer e colaborar.

Fica aqui o meu agradecimento aos meus amigos, sem os quais eu não seria eu, e não estaria mais aqui. Obrigada, de verdade. Desejo uma vida rica e satisfatória para todos nós.


4. Com o que está mais animado, em relação ao próximo semestre?
Com os estágios, apesar de estar com medo em igual medida. Bom, como não poderia? Estranho seria se eu não tivesse receio nenhum, né. Sem condições!

Não acho que eu vá me arrepender da área que escolhi, pelo menos não mais do que me arrependo de ter nascido antes de tudo, porém tô curiosa quanto a como reagirei quando tratar pacientes… uma das minhas veteranas chorou no primeiro dia de estágio dela. Imagino que farei o mesmo. Já vou guardando as cartelas de dipirona na bolsa, uh.

Se eu conseguir um emprego fixo… ficarei tão cansada que não sobrará energia pra mais nada, mas, tirando isso, finalmente terei dinheiro pra custear os inúmeros itens que preciso, e aí, depois disso, talvez eu tenha dinheiro sobrando pra sair com os meus amores! Hooray! Que delícia. I’m straight up having so much fun.

Pensando melhor, talvez não valha a pena cont—


5. Quais eram as suas expectativas para esse ano e o semestre passado? Como elas se comparam com a realidade que você vivenciou?
Nossa, ah.

Então. Risos.

Risos, risos, risos.

É, família… é. (Insira aqui um clipe meu chorrindo.) Te contar que, assim — em 2021 eu comprei minha primeira agenda, sabe? Pra organizar meu dia, cumprir várias tarefas, ser produtiva, pipipi popopo; gostei de usar, mesmo que não tenha cumprido meu então intento, e aí se passaram os anos e eu sofistiquei o meu sistema com um planner de metas do ano, porque eu achava chique e queria experimentar. Minha ideia: todo começo de ano listar 10 a 12 metas, sendo 3 pra quatro áreas diferentes da minha vida, cada, e aí eu sentaria e faria uma retrospectiva no fim de cada mês, trimestre, semestre, e, por fim, ano. Bastante #girlboss da minha parte, não?

Só que 2023 foi tão descaralhento comigo, tão filhodaputa, tão aterrorizante, que quando chegou dezembro eu sequer sabia como estava aqui, quem dirá enxergava 2024 com o viés de, “ah, esse ano não deu, mas ano que vem eu consigo!”. Minha expectativa foi, namoral, não ter nenhuma dessas minhocas no meu terrário. Doze metas? Tá maluco?

Só não atravessei o portal zerada porque eu sabia de duas coisas: em 2024 eu tinha que eliminar todas as disciplinas da minha grade, pro ano que vem ser só estágio, e eu preciso de um emprego fixo, mesmo que não seja da minha área. O resto é resto no cálculo da divisão.

Depois da segunda metade da graduação, não tem mais isso de Saúde por amor. Tô é cheia de ódio no coração e querendo moer um no soco. Saindo até fogo pelas ventas, sifudê.

Infelizmente para todos os envolvidos (eu), 2024 tem sido uma extensão de 2023, que, de vez em quando, brinca com o fogo e periga piorar o que já está péssimo, porém! Sigo aí. Nem firme, nem forte, quase chutando o balde. Sigo aí.

Não sei se vale a pena esperar que o próximo semestre seja significativamente melhor, e confesso que, com o passar do tempo, me vejo cada vez menos otimista. Mas eu bem queria que as coisas dessem certo pra mim, sei lá. Se não for pedir muito, etc e tal.




Uma das opções de título pra esse post foi: “Crise de meio do ano: esmoreci, me abati, mas estou aqui!”. Bacana, mas difícil de reproduzir anualmente, então escolhi o atual: “Seis meses, e pause.” Curto, e eficaz. Muito pouco dramático pro meu gosto, mas eficaz.

Não sei quando volto pra cá, e nem consigo estimar qual será o tema do próximo post. Será legal se eu puder trazer algo voltado para a cultura de fãs, já que, dessa vez, eu vim com um desabafo. No entanto, o que vier está bom, qualquer que seja. Quero registrar que todas as versões antigas desse texto tinham uma nota extremamente entristecida e desesperada, então estou feliz, e orgulhosa de mim, de poder vir aqui postar um texto pessoal que contraste com os anteriores.

(Na medida do possível, né. Brasil, sil, sil, sil…)

Esse semestre foi dificílimo pra mim, meus amigos íntimos sabem bem. Fiz muito, com seriedade o tempo todo, mesmo quando me senti angustiada. Não vejo a hora de começar a colher os bons frutos dos últimos anos de dedicação acadêmica e ética. Tô cansada, quero coooolo…

Obrigada aos meus amores, sem os quais eu não chegaria tão longe. Mesmo aos que não leem o meu blog, e, consequentemente, nunca me lerão agradecê-los por aqui (só pelo Whatsapp). Já vão se preparando psicologicamente, assim que possível estaremos aí com um abraço e uma torta!

Beijinhos, fanfimor. Mwah, mwah.

p.s.: Esse texto tem menos de 3.600 palavras. Cumpri minha promessa de sucintez! Chuuupa!

3.593 palavras.

Confira também: “O guia do fanfiqueiro de como comentar nas fanfics”.
ngtskynebula: (lass/elesis (fundo azul))
2024-03-31 06:30 pm

1h por dia progredindo com a minha longfic

Cê já ouviu falar do N*NoWriMo? Ele é um desafio de escrita anual — todo novembro —, onde os escritores se comprometem a escrever 50.000 palavras. Experimentei e odiei (não sou competitiva, não funfou, acontece). No entanto, aprendi muito quanto à importância de uma rotina criativa depois que descobri essa ala da comunidade. É daí que vem o tema da empreitada da vez… inspirada no N*NoWriMo, eu pensei num desafio feito sob medida pra mim: progredir com a minha fanfic trabalhando por 1h/dia, durante três meses.

[25/10/2024] Por causa das múltiplas polêmicas envolvendo a equipe e moderação por trás do N*NoWriMo, entre elas assédio e o apoio à inteligência artificial generativa, eu deletei meu perfil há uns meses e agora uso o TrackBear para monitorar meu progresso. Sugiro, aos escritores leitores do blog, que façam o mesmo, ainda que compre nada oficial do N*No, e, portanto, não contribua financeiramente. O número de usuários ativos de um website também é um aspecto de valor para uma dada marca.

Eu sou lenta, falei disso em “Uns muitos anos desengavetando a mesma fic”, por isso decidi num trimestre inteiro, e como estou replanejando Relíquia das Almas: O Conto da Espada, não há nexo no critério ser escrever. Usei uma Google Planilha para monitoramento, o meu fiel caderno-mestre, o LibreOffice Writer, e glicose em forma de chocolates, balas e quitutes.

Querido fanfimor, hoje eu lhe trago: um relato.

 
I. No dia 01/01, após um pouco de estresse com a faculdade — nada de novo sob o sol —, abri uma Planilha mixuruca e iniciei minha peregrinação. Comecei organizando a fic em: “Monitoramento”, “Outros”, “Planejamento” e “Publicação”. Dentro de “Planejamento”, as subpastas: “Cenários”, “Construção de mundo”, “Enredo”, “Exploração temática” e “Personagens”. Movi arquivo daqui pra lá e acolá, e fui anotando as pendências num documento chamado, nada impressionantemente, “Checklist”.

Nessa altura, eu tinha certeza de três grandes entraves: as urgências de criar um processo (e fichas) para cenários e para criação de personagens, e a necessidade de rever a bendita da outline. Pelo menos as questões das personagens e da outline já estavam em andamento. Contudo, eu teria de acelerar. Bem que três meses é um prazo tranquilo.

Talvez aqui caiba um comentário. Será que pra ti também é assim, fanfimor? Pra mim, foi meio estranho. Por causa do estado geral de, bem, tudo nessa vida, estou habituada a pensar que tenho que otimizar, acelerar, produzir; porém tal agitação é criativamente contraproducente, além de desgastante. Nos últimos tempos estou me forçando a ir devagar, apesar da eu-censora reclamando no pano de fundo. Eu sabia que três meses é um bom prazo, por isso o escolhi; no entanto, por um tempo eu me policiei 24/7 pra não cair na falácia sussurrante do meu diálogo interno: “E se eu diminuir o tempo? Só um mês? Ou dois? E se eu me forçar um cadinho? E se… e se…?”

É cansativo.

Um dia retorno à questão da lentidão, estou refletindo bastante. Por hora, prossigamos.

Inicialmente, as coisas andaram bem. No dia 05/05 terminei de rever os prints do Reddit, .pdfs abandonados e o que mais eu tinha anotado, e finalizei o processo criativo de, bem, criação de personagens. E ainda terminei de refazer a ficha de personagens! No mesmo dia! Encurtei a versão antiga até o talo; eu me conheço, sei que odeio essa parte da escrita, então toda assertividade é bem-vinda. Naquele dia estive elétrica de felicidade.
 
Nota! Eu tardo, e às vezes falho, sim, porém dessa vez não falharei, viu? Dissertarei a fundo sobre esse processo em: “Meu método um tanto inorgânico de criação de personagens”, que talvez lhe seja útil, fanfimor. Esse texto está em andamento, e quando for publicado essa anotação aqui será modificada.
 
Perto do fim de março, eu já não tinha, mais, tocado nesse aspecto da fanfic. Não mudei as pastas que criei no começo de janeiro, elas me servem bem. Decerto só voltarei a mexer nisso depois que eu terminar tudo o que tá pendente em relação ao elenco da fic, que não é coisa pouca… ai, ai.
 

 
II. Como essa fic é uma longfic, e ainda mais de alta fantasia, é claro que não faltou (re)construção de mundo. Infelizmente eu tive uma recaída depressiva terrível logo após a animação do dia cinco, e passei… bem, basicamente os vinte dias seguintes de janeiro indo de mal a pior. Fiquei sobretudo mal na semana que precedeu meu aniversário de 22 anos, em 20/01. Pois é… num desafio de três meses, quase um mês inteiro sem mexer na fanfic. Foi bem merda, sério, mas enfim.

Comecei a melhorar uns três ou quatro dias antes de 25/01, e no dia vinte e quatro tive ânimo pra mexer nas minhas histórias; não modifiquei Relíquia das Almas: O Conto da Espada, porém movi arquivos aqui e ali, rascunhei umas quatrocentas palavras pra uma twoshot de Grand Chase, e, o mais importante disso tudo, me refamiliarizei com projetos adormecidos para os quais consegui fazer um brainstorming singelo das cenas onde eu estava empacada. Uma three-shot de k-pop, e uma oneshot Lass/Azin! Que delícia.

Não, as quatrocentas palavras não foram pra oneshot Lass/Azin. Quem dera! Porém, foram pra uma twoshot Dio/Lass. Servido? Veja bem, tanto essa quanto a oneshot Lass/Azin são ideias que eu tive em conjunto com a Maria, e, tadinha do meu neném, eu a dediquei as duas há anos e nunca terminei as benditas fics. No dia que eu terminar as histórias, vai cair um toró…

Contudo, voltemos à longfic em questão. No dia vinte e cinco, com a minha vista mequetrefe de nerd míope, pelejei no laptop pra começar a montar uma ficha de construção de mundo. Como a de personagens, eu quis algo integralmente voltado para contar histórias, e o mais curto possível, pois zero paciência pra brainstorming demais; destaquei perguntas interessantes num dos modelos que eu tinha baixado sei-lá-quando da internet, revirei a pasta de escrita do querido Pinterest e fiz anotações avulsas no papel. Nessa, eu achei um questionário de trinta e uma páginas… que eu, óbvio, não li. Zero unidades de condição.

Trinta páginas de perguntas em inglês? Eu sou uma piada para você?!

Por não ter ideia clara de como eu quero que a ficha fique, inicialmente ela não tem estrutura. Comecei com uma seção chamada: “Detalhes gerais: continentes e países”, pois acho desnecessária a ladainha de ‘nome do planeta’, ‘quais raças vivem ali’, etc e tal, comum em fichas do deviantART e Tumblr, por exemplo. Essas informações são inclusas, compactadas, nas descrições dos subtópicos.

Depois disso eu também nunca mais mexi nesse aspecto da fic, mas, das pendências, essa é a menor das minhas preocupações. Consigo começar a rascunhar a longfic sem ter explorado a construção de mundo bastante a fundo; claro, eu não vou largar de mão, e, com certeza, direi do meu processo num post específico, no futuro distante, porém... sem pressa.

 
 
III. Depois daquele primeiro dia em que estive animada pra iniciar a construção de mundo da fic, mais uma vez escorreguei dentro de uma lagoa de depressão. No dia 03/02 faltou eletricidade onde moro, então tive que ocupar minha oficina do diabo com algo que preste; estufei o peito, respirei fundo e fui lá.

Isso mesmo, comecei a redesenvolver minhas OCs. Que onomatopeia caberia aqui? Pense em susto, desespero, fantasmas, ad infinitum. But, alas, this longfic won’t write itself. So I did what I had to do, y’all. I put in work.

Detalhe que, nesse dia, minhas regras desceram, então eu estava deprimida, sem luz e com cólica.
 
Como sempre faço, por questões de não surtar, eu escolhi uma personagem aleatória, que acabou sendo a Vimala. Gente, a Vimala… olha, tem todo um rolê, viu. Vamos lá.

Vimala Greatergold é irmã mais velha de Victorio Greatergold, o antagonista da fic. Eu criei ela pra ser uma “vilã”, mas eu não sei se ela atua, de fato, como vilã na longfic; mas não faz mal que eu não saiba que função dar a ela, desde que sei, com certeza, que, sendo ela vilã ou não, ela é personagem principalobstáculo pros protagonistas. Tenho dificuldades infinitas com essa bicha desde 2018, então fiquei felicíssima de, finalmente, fazer ela dar certo.
 
Eu segui as etapas do plano de criação de personagens que elaborei, partindo do brainstorming inicial. Repensei ela desde o conceito, vago para caber uma Vimala verdadeiramente reestruturada, e terminei visualizando uma Vimala tematicamente conectada com a Elesis, do jeito que eu queria. Comparando com a versão anterior dela, essa Vimala está mais deprimida e menos colérica — além de mais interessante de escrever, a minha maior dor de cabeça.

Não modifiquei muito do passado dela, mas reformulei seu temperamento e personalidade. Com isso, ela se tornou uma OC com quem eu me identifico mais, e cuja dinâmica com a companheira dela é cativante de pensar. (Sem raio homossexualizador dessa vez, família; elas são amigas. Sério, seríssimo, sem zoeira.)

Por causa do laço dela com a Cazeaje, Vimala busca vingança. E eu não sou a maiooor fã dessas histórias, sabe? Depois que eu “atualizei” a Vimala e comparei ela com a versão antiga, percebi isso; essa nova Vimala me cativa mais por não tiritar de ódio, e somente ódio. Talvez você, leitor, pense que a atitude dela soa irrealística, ou algo do tipo, mas estou satisfeita com ela. Como autora, será mais fácil compreender e escrever a Vimala com a disposição atual.

Pensando bem, talvez eu redija um texto explorando a psiquê dela que bem pretendo fazer com a Elesis, o Lass e o Azin… hm. Sounds good, eh. We're in for a ride.

Outro detalhe é que a Vimala entrou pra lista de OCs PcD da longfic, por conta da fadiga crônica. Estudarei mais sobre capacitismo na literatura e me resguardarei de cair em falácias preconceituosas, porque a Vimala desenvolve fadiga crônica devido a um encantamento que, em suma, funfa como uma maldição, e é perigoso lidar com tropos do tipo, sei bem. Bom, ela demora a aparecer substancialmente na fic então tenho tempo de ler um bocado.

E então, os dias se passaram e eu tive outra recaída de humor deprimido. Nessa altura, a oscilação já estava me incomodando grandemente; até o dia 10/02, não mexi na fic e em nenhuma das leituras em andamento na época. O tempo todo eu pensei: “Caramba, eu queria tanto progredir…”, mas o humor deprimido — eu falo assim por não ter diagnóstico, ‘apenas’ sinais e sintomas de depressão moderada — funciona de tal forma que nós não temos energia para agir. Eu dormia tarde, insônia, acordava no meio do dia sem ter descansado, levantava da cama no auge da tarde, e lá pras 18h, 19h, quando estava começando a me animar, o meu corpo, naturalmente, estava começando a desligar. Eu quis que esse desafio desse certo, foi agoniante ver o tempo passando e eu sem avançar com a fanfic, sem ter o que comentar por aqui, apesar de querer, e muito, comentar; poxa, eu amo redigir textos pra cá, escrever pra blog é um dos meus hobbies sim, faço com muito carinho. Contudo, como terminar um texto sobre estar criando, se eu não estou criando? Como que fica?

Além disso, minha intenção de começar a estudar pro vestibular desde janeiro também não se realizou. Mesmo ler estava difícil. Eu me senti triste e ansiosa por ter pique pra nada, e fazia nada por não ter pique, o que retroalimentou minha tristeza e ansiedade.

Porém, eu continuei. Quis ver até aonde o desafio me levaria; afinal, três meses é bastante tempo.

No final de março ficou claro que esse é todo o progresso criativo que eu conseguiria com o desafio, apesar dele ser feito sob medida pro meu processo criativo. É foda. Lá pro dia vinte e cinco, vinte e seis, eu só aceitei a frustração e terminei de redigir esse relato, pensando nos passos seguintes.

Não me arrependo de ter cultivado esperanças, e tô tentando não me desolar com as possibilidades que não pude vivenciar. Como falarei na próxima seção, minha saúde psicológica piorou muito nos primeiros três meses do ano de 2024, e eu optei por deixar a fic de lado — mais uma vez.

 
 
aviso! // pensamentos depressivos, ideação suicida implícita.
 
IV. Quando eu idealizei esse projeto, eu genuinamente acreditei que conseguiria criar e manter o hábito de mexer na minha longfic com frequência; afinal, esse é o meu objetivo principal. Olha… eu subestimei o peso do humor deprimido nos meus ombros. Nem mesmo essa seção aqui, falando dos longos períodos — semanas a fio — de hibernação e enclausuramento criativo, deveria existir, mas não deu, gente, não deu. Esse primeiro trimestre de 2024 foi dificílimo pra mim.

Como acadêmica em Saúde eu não trabalho com autodiagnóstico, porém não minto quando digo que possuo sinais e sintomas de um quadro de depressão moderado a severo. Eu sofro bastante com falta de apetite, fadiga generalizada, insônia, humor melancólico e, preocupantemente, sensação de desistência e ideação suicida, de uns tempos pra cá. Voltei a me sentir como quando eu era criança… sozinha. Eu me sinto muito, muito sozinha.

Hoje em dia tenho amigos com quem posso contar, porém ou moram em outro estado, ou moram longe, e é complicado sair com eles, visitá-los, ainda mais com os problemas financeiros que estamos vivenciando aqui em casa. Com a aproximação dos estágios obrigatórios, no próximo semestre, e do fim do curso, eu preciso resolver as pontas soltas da minha graduação, preparar minha plataforma profissional para começar a atuar e ganhar dinheiro, e organizar o andamento da continuação dos meus estudos, todas questões que me dão cobreiro de tanto estresse. Mais do que nunca eu preciso do colo de quem eu amo, e que, graças aos céus, eles estão dispostos a me dar, mas eu que não tenho condições de ir até eles, sabe?

Sei bem que estou péssima, é até chato de ir conversar com meus amigos próximos sobre isso pois eu me sinto um CD arranhado… tô me esforçando pra não me esquivar demais, me fechar em mim mesma e piorar o adoecimento psíquico que está comendo as minhas entranhas. Apesar de todos os itens que eu preciso com urgência, eu decidi que, a fim de manejar essa solidão e o meu crescente ódio pela vida, priorizarei sair de casa quantas vezes der. Não serão muitas, não tenho dinheiro pra isso, mas eu torço para que seja o suficiente, pelo menos até eu conseguir custear psicoterapia.

Eu agradeço demais, demais a todos os meus amigos íntimos, que me acolhem e me ajudam muito além do que eu poderia expressar com palavras. Me agarro a essa certeza: eu me sinto sozinha, mas eu não estou. Vou respirar fundo, engolir o choro, e caminhar mais um pouco. Em tempos eu terei possibilidade de ver quem eu amo sempre que eu quiser. Eu tô quase lá.

Por hora, no entanto, minha vontade é de deitar no chão do quintal e esperar a terra reclamar os nutrientes do meu corpo. Se chover, ninguém vai me ver chorando.

Eu quero chorar. No colo da minha melhor amiga, minha irmã, enquanto ela me faz cafuné e me acalenta essa ferida no meu peito. Nossa, eu juro que nunca quis tanto chorar como tenho querido esse ano. Agora, mesmo, enquanto digito isso, meus olhos estão marejados. Eu não me lembro da última vez que me senti bem.

Isso é tão, tão difícil…

Tenho muito entalado na garganta, e pouca energia pra pôr pra fora. Quero escrever, ler, estudar, dançar, cantar, cozinhar, e sequer consigo levantar da cama antes do fim da tarde. Um pensamento assustador: eu já não sei mais se seria seguro, pra mim, morar sozinha. Às vezes penso que o que me mantém aqui, respirando e sorrindo, é ouvir as vozes da minha família lá na sala, embora eu mesma não queira ir lá, falar com eles. E, sério, com a cabeça assim, como eu poderia querer progredir com a minha longfic? Não tem cabimento.

Ninguém me cobra, ninguém se aborrece se eu escrevo ou deixo de escrever; isso sou eu, minha eu-censora por trás da cortina, sussurrando, me lembrando de como eu virei o ano esperando que as coisas fossem melhorar depois das férias, e de como quebrei a cara porque não tinha noção do quão adoecida eu verdadeiramente estou. Como outras pessoas deprimidas, eu rio se você fizer piada, e morro um pouco mais quando estou acordada, em silêncio.

Não quero ser motivo de luto pra ninguém. Eu acredito nos meus amores quando eles dizem que me amam e que me querem por perto. Eu estou me esforçando, mas está difícil. Espero que seja o suficiente. Não quero desmaiar nos braços de outra pessoa.

Esse desafio não ocorreu da forma como eu imaginei, e vou tentar não me decepcionar, muito. Não faz sentido cobrar 100% de alguém que muito mal entrega vinte e cinco. Estou frustrada, eu queria terminar essa fanfic logo, quero mostrar as minhas ideias pra vocês, debater sobre a história com os amigos e colegas no fandom, e não consigo, sempre tem algo pra me atrasar… mas tá bem, tá bem, tá okay. Estou irritada, vai passar, não tem pressa, não tem. Eu tenho a vida toda.

Eu queria terminar rápido, mas tenho a vida toda. Eu acho.

Que estresse…


 
V. E para onde partimos, daqui? O que fazer com essa experiência, e o que pensar dela?
 
Well, well, well, what do we have here? Not a failure, I assure you. O primeiro trimestre me foi um acontecimento, digamos assim, e após refletir sobre isso, eu decidi que minha prioridade pro próximo passará longe da escrita e da leitura. Tenho praticado respeitar minha fluidez interna, e isso dá certo, viu. Não vou deixar de ler ou escrever, mas deixarei de esquentar a cabeça com incluir eles dois na minha rotina. Cuidarei melhor de mim, e vou tentar me habituar a dançar e fazer exercícios, porque eu tô precisando de um hobbie para lazer ativo. Para a felicidade de alguns, registro aqui que minhas primeiras tentativas de me movimentar com alguma frequência, e diversão, foram bem-sucedidas! Talvez eu fale disso por aqui, logo mais.

Minha longfic voltará pra estante por um tempo. Não me envergonho de não ter rendido como eu quis, embora esteja frustrada; tentarei de novo no futuro, faz parte, é normal. Para fins de ordem e boa gestão, vou listar, aqui, as pendências voltadas ao elenco da fic:
  1. Minhas personagens principais serão replanejadas, em personalidade e arco. Sem entrar no debate de se são antagonistas, contagonistas ou sei lá mais o quê, darei preferência ao termo ‘personagens principais’. Nessa fic, me refiro a: Lass Isolet, Elesis Sieghart, Vimala e Victorio Greatergold. Os irmãos serão refeitos porque precisam, mesmo, apesar de que o Victorio me dá mil vezes menos trabalho do que a Vimala; Lass e Elesis, porém, eu replanejarei pra rever o meu entendimento deles dois. Se mudarem muito, será porque a Elesis se tornou menos insuportável e o Lass se tornou mais deprimido… quanto aos arcos deles, eu devo realmente detalhar quando retomar o andamento da outline. Elesis e Lass evoluem com o enredo, mas a Vimala tem um subenredo próprio. Estou um tanto animada pra explorar isso, confesso, porque tenho ideias interessantes pra ela e sua companheira (que é amiga dela, gente!).
  2. Minhas personagens secundárias serão repensadas, mas não muito. Aqui vão Azin Tairin, Jin Kaien, Lin de Gaon e Lupus Wild, bem como Ercnard Sieghart e Dio Burning Canyon. Jin, Azin e Lin fazem parte do mesmo núcleo (com Lupus e Holy correlacionados, mas esses só aparecerão na segunda temporada da fic, mesmo, e isso se aparecerem), Dio e Sieghart de um outro núcleo (onde eu dei um jeito malandro de enfiar uma OC babilônica, e me senti um gênio quando tive a ideia), e, de todos, só o Azin tem arco de crescimento pessoal. Mesmo assim, não vou me dedicar às secundárias como me dedicarei às principais. Aqui entra um agradecimento à Nim, que me deu a ideia de trocar a Holy pela Lin no arco do Azin. Desde já tô tremendo de animação pra autoprojetar toda a minha carioquisse neles dois, hehe.
  3. Minhas personagens terciárias se tornarão anotações na linha do tempo. Com elas não há o que fazer, e mesmo as que ganham notoriedade no enredo em algum momento da fic não exigem grandes planejamentos. Terei certeza de que o passado, e presente, delas batem com a cronologia da longfic, e é isto.
  4. Minhas OCs e personagens reaproveitadas do Dimensional Chaser criarão uma galeria. Essa será uma lista concisa e bem formatada, porque esses coadjuvantes só exigirão uma descrição de um parágrafo. Com isso, espero eu que todas as pendências do elenco estejam garantidas.
 
Assim que minha criatividade, e meu estado psicológico, permitirem, volto com atualizações sobre o progresso da querida. Quando alcançarmos a meta (resolver todos os B.Os das personagens e etc), vamos dobrar a meta (resolver todos os B.Os do enredo, outline, construção de mundo e o caralho a quatro.) Uár. Já tá podendo desistir de tudo, ou…?

Eu vou escrever um post só sobre essas OCs, em algum momento, sobretudo a equipe do hospital aonde a Elesis e o Lass vivem indo por razões de: tiro, porrada e bomba. Esse é o primeiro projeto que me deixa tão feliz com as minhas criações; não tem como eu falar a fundo agora sem dar spoiler, mas não vejo a hora de chegar nas partes das fics onde o emaranhado de dinâmicas que eu bolei faz sentido. Pessoalmente, me diverti muito matutando maneiras de associar personagens umas às outras. Ela faz o Casos de Família delãhn.

Outro comentário — evolução emocional no decorrer da trama. Me chamou a atenção revisar a outline e perceber como eu não levei em consideração o estado emocional dos protagonistas e suas reações aos acontecimentos na fic. Ficou incongruente, porque aconteceram tragédias e eu costurei cena de ação atrás de cena de ação, sem pausas pras personagens desabarem. Isso tem a ver com o enredo, mas também com as personagens e sua caracterização; deixo aqui o lembrete pra minha eu do futuro. Que esteja mais atenta!

Por último, sobre a minha criatividade… misericórdia, viu? Editei esse post e, tomando nota dos dias, percebi o quão errática é a minha energia para criar. Vem um, dois dias, se vai por semanas, e usualmente coincide com o fim do mês. Claro que não é bom artista algum depender da motivação intrínseca, é preciso disciplina ao criar, porém eu gostaria de refletir sobre e talvez pensar num jeito de cultivar minha criatividade. Algo como aumentar minha resistência criativa, sabe?

Pensando aqui que o autocuidado deve ter a ver com isso. Sempre tem.
 


VI. Para o ficwriter que ler esse texto: te desafio a fazer o mesmo que eu!

Sem síndrome de pioneirismo ou falsa modéstia, esse desafio é genial, fanfimor. Super recomendo a qualquer um que queira [1] avançar com seu projeto e [2] falar de seu projeto em qualquer que seja a plataforma que você usa, blog ou canal no YouTube. Ou podcast? Hoje em dia tem tantas…

Eu dividi em seções intuitivas, e fui redigindo conforme progredia; se fiz algo em um dia, no fim eu abro o documento e comento sobre, no pretérito, mesmo, e assim fui. Usei uma tabela no Google Planilhas, também, que eu não sei dizer se é inegociável, mas decerto foi interessante. Se eu tivesse feito tanto quanto eu imaginei que conseguiria, esse post seria bem mais longo. Oh, well.

Quem quiser experimentar está mais que convidado para fazê-lo, e eu vou adorar se você partilhar, nos comentários, a publicação onde você relata sua experiência. Pontos bônus se flor um blog.

Vamos criar blogs, gente, chega de podcasts e canais no YouTube, eu quero ler—

 


Entre o último texto publicado no EON e esse aqui, eu postei uma ficlet Lass/Azin no Spirit e no AO3. É uma fanfic extra de uma oneshot Lass/Azin que até hoje eu não terminei de escrever. Todas as fics nesse miniuniverso dos dois são presentes pra Maria, minha fanartista favorita e um grande amor por quem eu tenho muito, muito carinho. Obrigada pela sua presença e amizade, meu anjo. Muito, mesmo. Fique bem!

Eu, uh, estou no Twitter, se você quiser ser assombrado por lá. Porém eu gostaria, mesmo, é que cê desse uma olhada nos meus outros textos aqui no Dreamwidth, fanfimor. Confira o meu arquivo, veja o que lhe chama a atenção e vamos papear nos comentários, sim?

Mwah, mwah. Beijinhos na ponta do nariz.
 
Anteriormente, neste marcador: “Uns muitos anos desengavetando a mesma fic.”
ngtskynebula: (Default)
2024-02-05 01:10 pm

O guia do fanfiqueiro de como comentar nas fanfics

Nas redes sociais, é comum encontrarmos ficwriters se lamentando da falta de comentários em suas fanfics. Bom, tem quem leia e não queira comentar — e está tudo bem, “não querer” é razão suficiente —, porém tem quem queira comentar, e não saiba como. Se for seu caso, fanfimor, te ofereço o guia de hoje: tim-tim por tim-tim, como demonstrar apreciação genuína às fics com as quais somos presenteados. Does it sound like a plan?
 
Obs: esse artigo foi ao ar pela primeira vez anos atrás, no AE, sob o título: “Afinal, como comentar nas fanfics?”. Eu o reescrevi, e estou republicando aqui. O texto é de minha autoria.
 
* O artigo foi escrito utilizando o masculino como gênero universal.
 
Saiba quando ficar calado
Contrário ao que uma quantidade horripilante de internautas acredita, nem tudo convém dizer, e não, a internet não é terra sem lei. O ambiente virtual não existe no vácuo; é uma extensão da vida offline, não tão paralela e bem mais entrecruzada do que nós lhe damos créditos. É irrelevante se as ofensas e maldições proferidas nas redes sociais são falas que você teria presencialmente. O ponto é outro: há discursos que não se fala pessoalmente, e nem digitalmente. Mesmo que o ouvinte não se afete, aparentemente ou de maneira genuína, devemos respeito a todos.

Por princípio.

Tratando das especificidades da vivência em fandom, me entristece precisar começar falando do que não comentar nas fanfics… porém, serei otimista. Para quem, de fato, não entende a "legislação" silenciosa do ficdom, e para quem precisa de palavras que os sensibilizem, lá vai:
 
I. O ficdom é um ambiente de troca, e não de compra.
Os comentários que você deixa sob os fanworks compartilhados, incluindo as fanfics, são a sua resposta ao esforço que o fanartista dedicou na concepção da obra. Não são moedas. Não são uma arma, argumento ou qualquer entidade imaginável nessa linha. O fanartista cria e compartilha por ser apaixonado pelo material-fonte, e você, que também é fã, engaja nessas obras porque é pra isso que serve o fandom: viabilizar a construção de uma comunidade.

Todo fanwork compartilhado é um presente, de fã para fã. Comentários demonstram apreciação, pois, como sabemos, nada nasce do nada, e, sim, criar fanworks leva tempo. Os seus comentários fazem esse tempo valer a pena, desde que, se o fanartista compartilhou a obra, é porque ele quer debater sobre a obra. Ponto. Porém a sua importância nessa dinâmica não te concebe poder sobre o ritmo de criação dos ficwriters.

Não cobre ficwriters. Fanfics não são um produto. São um presente. Decerto, todos sabemos como agir quando ganhamos um presente, não é?
 
II. O que não contribui não é bem-vindo.
Todo ser humano deve respeito às pessoas ao seu redor, por princípio. Se te ajudar pensar em não fazer com os outros o que desgostaria que fizessem contigo, que seja; independentemente, importa controlar-se a todo momento. Se não há limites, então não há civilização; há barbárie. Imponha limites a si mesmo, responsabilize-se pela curadoria digital dos seus feeds e cultive círculos sociais compostos de pessoas respeitosas e decentes, para que, regulando uns aos outros, você possa manter o padrão comportamental de respeito mútuo.

Sim, hoje em dia, sobretudo em redes sociais cujo algoritmo promove agressão e cinismo, é difícil. Perdemos a paciência, e nem todo sapo dá pra engolir. Porém resguarde-se ao máximo. Don’t feed the trolls. Ignore. Passe reto. Nem toda discussão é produtiva. E, é claro, não seja você o troll no perfil de alguém. Quando inescusável, denuncie o perfil, e siga sua vida. No mais, pratique fechar a aba ao ver algo que te desagrada. Sério.

Não seja a pessoa que, exausta com as injustiças da vida offline, se recarrega criando contenda na internet. Você se desgasta ainda mais, e, pra piorar, exaure e adoece outra pessoa, que nada tem a ver com os seus problemas. Mas se o bem-estar alheio significa nada pra ti… eu realmente não sei como te ensinar que as vidas das outras pessoas importam. Isso está além da minha jurisdição.
 
III. Demonstrar apreço garante a criação de mais fanworks para você aproveitar.
Como o ficdom não é uma empresa onde os ficwriters trabalham sem poder se demitir, pressioná-los nunca renderá frutos. Em vez disso, instrumentalize o apreço: quanto mais você demonstrar interesse, mais fanworks os fanartistas produzem. Quer motivar seu ficwriter favorito a terminar a fic que você ama? Comente nas fanfics.

Comente com frequência, com honestidade. Comente sobre o enredo, as personagens, os temas. Comente sobre questões macroscópicas, e também sobre detalhes. Uma pessoa não para de falar se souber que é ouvida e bem-vinda. O ficwriter se sente acolhido, você garante a continuação da sua leitura, e todo mundo sai ganhando. É simples e fácil, assim, assado.
 
Saiba como comentar, quando quiser falar
Não tem um jeito certo específico de comentar em fanfics; meu conselho é que você comente como fala, e seja respeitoso. Contudo, alguns fanfiqueiros, habituados ou não a comentar em suas leituras, têm um branco terrível.

Se é o seu caso, fanfimor, a lista a seguir pode ser útil:
    1. Eu amei essa fanfic! Era exatamente esse tipo de leitura que eu estava precisando hoje!
    2. Essa fic acabou comigo. Foi devastador, eu só sei chorar, eu realmente nunca fui feliz…!
    3. Eu amei tanto essa fanfic, que, se pudesse, me casaria com ela! Que delícia de leitura!
    4. Eu vim aqui pra me divertir, e saí chorando… como você pôde?! 10/10.
    5. Como eu faço pra favoritar essa fanfic de novo?
    6. Enredo 10/10, caracterização 10/10, descrição 10/10… quer uma massagem nas costas pelo peso de carregar essa fanfic espetacular?
    7. O único defeito dessa fanfic é que ela acaba!
    8. Eu vou colar essa fanfic na minha testa e vou obrigar todo mundo a ler ela!
    9. Cê tá ouvindo isso? Sou eu berrando, ao longe.
    10. Como você se atreve… você não tinha esse direito…! Nossa, eu tô nada bem.
 
…E qualquer outro comentário curto, entusiasmado e exagerado. Nós, ficwriters, somos seres melodramáticos. Nos damos bem com outros seres melodramáticos. Ah, também vale deixar comentários mais específicos. Exemplo:
    1. Sensacional! Minha parte favorita foi…
    2. Maravilhoso! Você sempre arrasa, mas dessa vez se superou com…
    3. Que delícia! Eu realmente amei o modo como você…
    4. Nossa, sério, eu surtei demais na parte onde…
    5. Num conta pra ninguém mas eu meio que totalmente…
    6. Eu tô amando a fic desde o início, mas foi eletrizante pra caramba quando…
    7. Quê?! Ah, não! Eu não consigo acreditar que…
    8. Se eu pudesse, entraria no telefone e…
    9. Eu tinha pensado em todo um elogio, mas depois de… eu até esqueci o que ia dizer.
    10. Quem for capaz de superar… merece um prêmio, porque, olha… namoral, cara.
 
Pronto: agora é só copiar e colar. Se você quiser deixar comentários maiores, eu sugiro fazer uma listinha de observações, que você pode ou pode não formatar como uma lista na hora de postar. Só colete o que vier à mente, e deixe sob a fanfic. Nós, ficwriters, adoramos isso!

Outra possibilidade é um “comentário apanhadão”, onde você falará sobre: [1] o uso da língua, [2] o ritmo na qual os eventos do capítulo se desencadearam, [3] a caracterização do elenco, [4] os elementos específicos do gênero textual da fic e [5] o quão facilmente compreensível é o estilo de escrita do ficwriter. É como uma resenha, mas sem enfoque nos aspectos negativos.

Quanto às resenhas mais completas, também conhecidas como críticas construtivas, existe jeito certo de fazê-las. Eu isolei o tópico para enfatizar que concrit não é sempre bem-vinda.
 
Saiba como criticar construtivamente
Críticas construtivas são comentários solicitados, onde quem resenha aponta sucessos e falhas na obra, e, de preferência, sugere soluções, também. Toda crítica construtiva é organizada conforme critérios específicos (usualmente desenvolvimento do enredo, caracterização das personagens e qualidade do texto). E, mais importante que isso, toda crítica construtiva deve ser solicitada.

Repeti três vezes pra deixar claro como o céu de Fernando de Noronha. Como o ficdom é uma comunidade de compartilhamento mútuo de presentes, então, sim, não há espaço para a mesma liberdade das resenhas do Skoob ou Goodreads, por exemplo. Se a concrit não foi solicitada, então não é para você deixar uma concrit.

Ponto final.

Dito isso, caso o ficwriter tenha falado, nas notas do autor, que aceita concrit, um modelo bem prático é o “método sanduíche”. Nele você começa com um elogio, realiza a crítica, sugere uma solução, e termina com outro elogio. Dessa forma, o autor não se sentirá humilhado, e entenderá suas intenções de sinceramente ajudá-lo a melhorar.

Lembre-se, fanfimor, que fanfics são um presente. Tome muito, muito, muito cuidado ao falar sobre aspectos negativos de uma história que o ficwriter, que pode ter qualquer idade ou situação pessoal imaginável, se esforçou grandemente para escrever e publicar. Sua maneira de se expressar é, muitas vezes, mais notável do que a mensagem em si.

Outros três conselhos que tenho são:
    1. Separe a obra do ficwriter. Essa questão de obra versus artista é complexa, e intrigante; certamente a retomarei no futuro, quando eu melhor organizar meus pensamentos quanto ao assunto. Para fins de praticidade, hoje nos limitaremos ao ficdom — não associe a qualidade ou o conteúdo de uma fic ao ficwriter enquanto pessoa, e não assuma que, caso ele esteja escrevendo sobre algum tabu sob luz positiva, é por apoiar o comportamento ou perspectiva na vida real. Semelhante aos livros profissionalmente publicados, as fanfics são um espaço de exploração temática e psicológica. Alguém publicar uma fanfic problemática não justifica que outros lhe inflijam cyberbullying! Histórias problemáticas devem ser debatidas, e seus autores devem ser educados. Não quero dizer que você é responsável por educar cada ficwriter que, por qualquer razão que seja, postou uma fic pra lá de bisonha, mas que se você quer falar algo, que seja instrutivo, e não um linchamento. No fim das contas, lembre-se que o cerne da questão se trata de uma fanfic. Sabe, uma história fictícia? Não é real? Pois é.

    2. Sugira mudanças técnicas, e não-pessoais. Quando realizar uma crítica construtiva, seja objetivo. Por exemplo: sugerir melhorias nas descrições é razoável, mas sugerir, numa fic A/C, que o autor escreva A/B porque é o que você shippa… não cola, né? Tenhamos bom senso. E muito cuidado ao debater headcanons com o autor; não ataque os do coleguinha.

    3. Questione, em vez de comandar. Essa dica é, na verdade, um conselho de persuasão. Quando sugerir alguma mudança, experimente organizá-la em forma de pergunta. Se for menos imperativo, talvez tenha mais chances de ser atendido.
 
Saiba como incentivar seu ficwriter favorito a continuar escrevendo
São seis sugestões simples e eficazes, progressivamente mais complexas. Se liga:
    i. Favorite a fanfic. Exige um clique, e é uma prova tangível de que alguém leu a fic, e gostou;
    ii. Comente na fanfic. Não pode dizer que não sabe como, né? Demorará mais que a curtida, ou kuddos, porém ajudará de múltiplas formas: o ficwriter se sentirá ouvido, poderá retornar ao seu comentário sempre que quiser, e, de quebra, você interagirá com um outro fã que gosta exatamente dos mesmos tropos, ships e fandom que você;
    iii. Mande uma mensagem privada pro ficwriter. Essa opção nunca deixou o leque de possibilidade dos fanfiqueiros. Eu diria, até, que é o sonho de todo ficwriter…
    iv. Recomende a fanfic nas redes sociais. Vale um post no Tumblr, uma thread no Twitter, uma lista no Listography… desde que o mundo é mundo, o marketing boca-a-boca é o mais eficaz. Quanto mais pessoas recomendam uma fic, mais chances o autor tem de ser lido, receber comentários, e, portanto, ser motivado a continuar escrevendo;
    v. Voluntarie-se como leitor-beta pro ficwriter. Nem todo autor se interessa por leitores-beta, mas quem sabe você não tira a sorte grande? É bem comum grandes amizades surgirem de acordos do tipo. No mais, ter alguém com quem conversar sobre a própria fic é extremamente positivo;
    vi. Crie um fanwork baseado na fic. Pode ser um gifset, uma fancam, uma fanart, até mesmo outra fanfic — não importa a mídia, com certeza o ficwriter adorará a novidade.
 
 
Etiqueta no ficdom, e saber se expressar assertiva e respeitosamente num geral, são dois assuntos que retomarei no futuro. Sobretudo com a onda de fãs, em todos os fandoms, agindo como animais raivosos, sem um pingo de bom senso… é, temos muitas conversas sérias pendentes. Dito isso, espero que esse guia tenha sido útil para você, fanfimor.

Lembre-se, também, de que comentar nas fics (e outros fanworks) é encorajado, mas não é obrigatório. Cada um com seu cada um. Se você é vertiginosamente tímido ou antissocial, ou simplesmente não quer interagir, sinta-se livre; o ficdom é pra ser um ambiente de conforto e acolhimento. No entanto, saber se comunicar é imprescindível para uma vida plena, então considere usar a seção de comentários das fics como treino. Já não pode dizer que não sabe como, desde que esse guia existe.

Tenho grande carinho por esse artigo. Foi agradável retrabalhá-lo. Em nome da sucintez, eu me despeço aqui. Me encontre no Twitter e no Tumblr. [15/03/25] Não mais, hoje em dia. Até mais!

2.210 palavras.
 
E você, fanfimor? Qual a sua opinião sobre comentários em fanfics?
ngtskynebula: (lass/elesis (simples))
2024-01-15 11:30 am

Uns muitos anos desengavetando a mesma fic

Grande parte dos ficwriters de longfics me entenderá quando digo que se comprometer a um projeto longo é um contínuo engavetar e desengavetar. Bom, a minha fanfic Relíquia das Almas: O Conto da Espada é de quando eu tinha 16 anos, lá de 2018, e aí se vão… seis anos? É, seis.

Seis anos teimando com a mesma história, pela qual sou profundamente apaixonada mas cujo escopo representa um desafio exaustivo.
 
No início eu tinha metas irrealísticas, como atualizações semanais e a manutenção de uma série quinzenal sobre a minha escrita — o falecido Notas Extras & Avulsas —, porém hoje proponho algo mais íntimo, conciso e menor. Quero falar sobre as mudanças da fic, e em mim, nos últimos seis anos; e o que mais der na telha.


Só pra desencargo de consciência
Comentarei rapidamente sobre alguns trechos das também seis versões que esse post teve, a caráter de curiosidade. Sim, seis. Seis versões. Não falemos sobre isso.
  1. Na primeira versão, de 2021, planejei fazer grande alarde sobre, na época, ter me entendido multissexual. Hoje em dia isso é tudo, menos novidade, mas vamos lá — oi! Eu sou a Mira. Tenho vinte e tantos anos, e sou demissexual multirromântica, além de mulher preta cisgênero. Tive tantos nomes de usuário que nem vale a pena citar…;
  2. Eu sou Carat! Sou fã do EXO, mas não me considero parte do fandom. Meus favoritos de cada banda são Yoon Jeonghan, Joshua Hong, Kwon Soonyoung, Kim Minseok e Byun Baekhyun;
  3. Desenvolvi o hábito de ler com frequência nos últimos anos, em grande parte pela influência positiva de uma amiga. Também iniciei minha coleção de livros, apesar da infeliz ausência duma estante aqui em casa, e já tenho posse de alguns títulos sobre estudos transmídia e fantropologia. Quando tiver coragem de relê-los, publicarei ensaios sobre aqui, no EON.
 
Sobremaneira intrigante, antes eu não mexia em mais de uma fic ao mesmo tempo. Passei a fazê-lo quando voltei a engajar com k-pop, há uns três, quatro anos. Podemos dizer que iniciar ficlets e oneshots RPF me ajudou a sair da hibernação criativa que me assolou no fim de 2019. Gritemos: obrigada, Seventeen! Se hoje tenho cinco gramas de coragem pra encarar a pasta digital da minha longfic, os créditos vão pras dezenas de fics ruins inacabadas perdidas no meu laptop. Oh, how the turns have tabled…

Em outras notas, contexto para as almas perdidas no rolê: minha longfic é do fandom de Grand Chase, e os protagonistas são Elesis Sieghart e Lass Isolet. (Que também são o ship principal da fic.) Os antagonistas são OCs meus, e falarei mais deles conforme surgir a necessidade. Essa fanfic já esteve no ar, porém num belo dia eu olhei pra ela e disse: “Isso aqui… tá uma merda.”

Então eu deletei e tô refazendo. Tudo. Do zero.

…Sim, esse choro que você ouviu é o meu.

 
Das lições de brevidade que essa fanfic me rendeu
Uma grande preocupação com a fic é seu tamanho. O enredo sofreu, no mínimo, três grandes modificações desde 2018, e foi na segunda versão que eu percebi que a história que quero contar exigirá uma execução cuidadosa.

Em questão de premissa, a ideia é simples: Elesis Sieghart foi amaldiçoada quando criança, e uniu-se a Lass Isolet, rapaz que a encontra e a reverte a humana, para livrar-se do encantamento que a transforma em espada. (Sim, uma espada.) Ponto.

O desenvolvimento, no entanto, terá subenredos para os protagonistas e antagonistas, bem como pros personagens secundários principais, além da construção de mundo (sobretudo porque a história se passa em cenário pós-guerra). E isso sem falar na exploração temática… não dá pra ser curta. Por outro lado, uma fic que se estende mais do que sua capacidade elástica permite é uó. Por isso, saí podando o que deu pra podar.

A fim de melhor organizar minhas ideias, dividi a fic em duas — Relíquia das Almas: O Conto da Espada e Relíquia das Almas: O Tinir das Lâminas. Por praticidade, considero elas “primeira” e “segunda” temporadas, mas, na realidade, não é uma duologia, desde que consiste em um enredo. Dessa forma, a fic inteira tem seu arco e cada metade tem seu arco próprio.

Foi uma trabalheira danada, mas valeu a pena; facilitou minha vida. Me permitiu ser assertiva na hora de eliminar, ou incluir, linhas narrativas, sabendo o que faria sentido pra história. Um grave problema da primeira versão, de 2018/19, era esse: eu tinha muitas ideias, a maioria ruim, além de não saber onde enfiá-las. I guess we do really need to divide and conquer, sometimes.

Após a esquematização macroscópica, pensei em números. Como diminuir a quantidade de capítulos, cenas e palavras? Bom, pra mim funcionou decidir, arbitrariamente, uma quantidade sonoramente razoável, e ir testando.

Primeiro estimei que 150 cenas seriam suficiente pra contar a história. Calculei, considerando dado número de palavras por cena, e 3 cenas por capítulo. Deu 95. Muuuita coisa. Corta, corta, corta! Passei o pente fino com tesoura múltiplas vezes, e decidi em 100 cenas (ainda é muito, mas é menos), com 20 pro primeiro ato, 60 pro segundo e 25 pro terceiro. Se cada cena tiver 1.500 palavras, essa primeira temporada da longfic termina com 150k.

Uh… tá bom, né? Tá ótimo.

Decerto, hoje em dia me permito maior flexibilidade ao planejar e escrever. Nem toda cena terá exatas 1.500 palavras, e, com certeza, adicionarei um punhado de cenas extras na minha outline. Tá okay. Esses desvios são admissíveis, desde que sirvam à narrativa. O que importa é eu estar centenas de vezes mais tranquila de não cometer erros grotescos com meu enredo, e de ter diminuído, ao máximo, o trabalho da minha eu-futura. Mermão, ô fic pra dar trabalho, viu?!

A partir daqui, as incisões possíveis serão realizadas na revisão e reescrita, capítulo a capítulo, de forma a garantir coerência, coesão e concisão máximas. Essa história será longa, mas não quero que se arraste de forma insossa. Quero entregar a melhor experiência de leitura que eu puder.

Concluímos, portanto, que até uma loooongfic precisa de toda brevidade do mundo.
 
Obs: um dia, que não será hoje, nem amanhã e nem tão cedo, postarei sobre como eu planejo minhas longfics, e essa matemática toda fará sentido. Garanto!


Seletas observações sobre o meu elenco
Eu já choraminguei muito na internet por conta dessa dificuldade fodida com caracterização e exploração temática, e eu vou continuar choramingando! Pelo resto da vida! Cara, sério, namoral.

Que ódio. Que ódio…! Ugh.

Calma, vamos surtar com calma. Vou esmiuçar meu sofrimento pra ti, fanfimor. Comecemos com a infeliz, desafortunada, desgostosa da criação de personagens. Tch. Só de pensar o meu ouvido zune.
 
I. Eu escrevo fanfics desde os 12 anos, e entre 2014 e 2018, ano em que comecei essa longfic, li muito, escrevi um bocado, e abandonei inúmeras fics e histórias originais. Apesar de tudo, eu ainda não sei lidar com as personagens dos meus projetos. Dá pra imaginar?

Quando as ideias vêm de modo orgânico, os pássaros cantam, as crianças riem e viver é uma delícia. Quando, como no caso dessa fic, eu preciso criar uma personagem que se encaixe na função narrativa que o enredo exige, minha vontade é deitar no chão, sob a chuva, e esperar a terra reclamar os nutrientes do meu corpo.

Há um tempo tive a epifania de idealizar um processo para criar personagens. Esperar a benção das musas gregas não funcionou, então… é, para o terror de alguns, o metodismo se fez vital. Pensei numa linha de raciocínio semelhante à que tenho na hora de montar minhas outlines — de conceito para premissa, de premissa para cenas pilares, e então o preenchimento das lacunas. Ao mesmo tempo, respeitarei a máxima de que a gente só conhece mesmo o nosso elenco depois de começar a rascunhar. Teimo e teimo, mas a voz das personagens evolui com, e está intrinsecamente atrelada, à voz do escritor, então bastante da caracterização ocorre, na realidade, apenas quando começamos a escrever as personagens dentro da história.

O problema é que eu não consigo enxergar essas minhas OCs, sabe? Quando as coloco para atuar no meu teatro mental, nada sai. Não visualizo as interações, ou as curiosidades pitorescas que o meu inconsciente costuma fornecer das outras OCs. Em O Conto da Espada eu tenho duas personagens antagônicas principais — os irmãos Victorio e Vimala Greatergold.

Eles não têm… o tchã. Não têm o ziriguidum, sacas?

Quero tecer um processo de criação de personagens que me permitirá sobrescrever o esqueleto vítreo desses dois em entidades narrativas que soem mais do que um amontado de características. Quero OCs que, com o tanto que minha habilidade como escritora me permitir, saltem da página. Se os leitores não amarem a personagem, que, ao menos, amem lê-la. Contudo, enquanto eu não amar escrevê-las, como poderia sonhar com isso?

Talvez o problema esteja logo no início, no conceito dessas personagens. Talvez sejam chatos. Ou talvez eu somente não me veja neles, pela disparidade nos valores e princípios, e, por isso, não esteja animada para escrevê-los. Quando eu descobrir qual é o problema, resmungarei sobre.

Pondo a criação de personagens de lado (que, aliás, eu difiro do desenvolvimento de personagens), porém ainda no âmbito de “planos para o meu elenco”, outra experimentação futura será costurar um… paralelismo temático, digamos assim.

Note que eu não entendo de teoria narrativa, ou literatura, ou de escrever personagens — …! —, ou de exploração temática. Ou seja: tô aqui na cara de pau, planejando mil e uma peripécias que exigem entender exatamente o que não entendo. Hablo mucho, soy como una vitrola.
 
II. Eu tenho certo domínio sobre estrutura narrativa, então, relativo a personagens, são poucas as desavenças com arcos internos. Não sei se me expressarei com clareza, mas lá vai: eu gostaria que os arcos da Elesis e da Vimala possuíssem correlação temática. O tema da longfic, como um todo, é conexão; e os arcos pessoais da Elesis (durante a fic) e da Vimala (no passado dela) evidenciam isso, à sua maneira. Quero costurar um contraste, sabe? “Se fulano tivesse o que ciclano teve, ele não teria acabado assim.” É o que quero dizer com ‘paralelismo’.
 
Seres humanos de Letras, favor não me @marcar nos comentários. Eu sou da Saúde!

Elesis é uma narradora chatíssima, então ela virará gente desde O Conto da Espada. Já o Lass, que taaaalvez eu correlacione com o Victorio, porém nada certo, será o foco de O Tinir das Lâminas. Bom, a Vimala já coringou o que teve pra coringar quando a fic se estabelece, mas haverão flashes de luz sobre o passado dela. Eles contextualizarão as minhas intenções.

Elesis e Vimala têm semelhanças fundamentais em sua formação que me motivam buscar um jeito coerente de ligá-las subjetivamente. Se der certo, dará muito certo.
 
III. Talvez você se lembre, fanfimor, de quando eu disse — anos atrás — que essa fic teria o Lupus e a Lin. E aí eu desdisse. Para a felicidade de alguns, estou desdesdizendo o que eu desdisse; pensei num artifício engenhoso… o haros capitalista workaholic e a deusa abrasileirada anarquista darão as caras no relíquiaverso. Será daqui a éons, em O Tinir das Lâminas, e eu francamente ainda não pensei nos detalhes, mas eles estarão lá. Holy aparece na fic, e é uma presença importante na vida do Azin (e, consequentemente, do Jin, da Amy e da Elesis), e ela tudo tem a ver com a Lin, que, inadvertidamente, tem tudo a ver com o Lupus, que certamente interagirá com o Lass, desde que eu não posso perder a chance pra criar uma treta maligna dessas.

É provável que nasçam muitas spin-offs desses rolês. Mwehehehehehe… hehehehehe!


Desapeguei de prazos para não odiar minha história
Se há algo sobre mim, é que tenho quase zero habilidade em estimar o que tiver a ver comigo. Quando postei os primeiros capítulos da versão antiga, eu sonhava com… atualizações semanais. Enquanto mantinha o AE constantemente atualizado, e estudava pro Enem 2019, e vivenciava as crises usuais de uma quase-adulta. E isso ao tempo que ainda planejava a fic, tá?

Claro, não deu certo. Minha meta mudou para atualizar “quando desse”, desde que eu terminasse a fic antes dos 25 anos. Vieram as hibernações criativas, a pandemia de Covid-19, a faculdade… hoje eu tô perto dos 25 anos, e longe, muito, muito longe de finalizar O Conto da Espada, então sequer entrarei no mérito de O Tinir das Lâminas.

Não sei porque eu tinha essa cisma, mas tenho minhas teorias. Possuo um histórico de abandonos criativos. Mas… eh. Se abandonar, abandonei, ué. Não vou; gosto demais da longfic, hoje sei disso. Porém se, e somente se, acontecer, faz parte. Segue o baile.

Estou aprendendo a ser flexível. Eu, agora, encaro a fic como um projeto que me acompanhará por anos, e evoluirá junto de mim. O início de O Conto da Espada diferirá do meio, e contrastará com o final; O Tinir das Lâminas será autorado por uma eu que não existe, mas tô construindo, e está tudo bem. É admissível.

Está tudo bem.

Não mais forçarei prazos sufocantes goela abaixo. Eu prego que as fanfics devem ser divertidas pros ficwriters… seguirei meu conselho. Quando terminarei o replanejamento da fic? Quando republicarei ela? Quando terminarei ela? Não sei, não sei, não sei. Quando der. Enquanto der. Enquanto fizer sentido.

Dito isso, uma observação gritante é que, por mais que tenha sido frustrante criar e desistir de múltiplos cronogramas e prazos autoestipulados, no fim das contas, a lentidão terminou por ser benéfica pra minha escrita. Não surpreende que as ideias iniciais fossem juvenis, e minha visão para Relíquia das Almas: O Conto da Espada é de uma longfic que não pode ser manejada por alguém que sabe quase nada sobre a vida e sobre escrever romances. Me orgulho do progresso da fic. E esse aprimoramento artístico não seria possível sem o passar do tempo.

No fim, o processo regulou a si mesmo, e valeram a pena todos os soluços nos primeiros seis anos de existência da história. Não vejo a hora de, finalmente, republicá-la!


Gradualmente me recuperando da hibernação criativa
Da mesma maneira que essa fic específica prosperou e floresceu, as minhas habilidades artísticas, como um todo, sofreram mudanças significativas. Sobretudo na pandemia de Covid-19, estive muito mal; parei de desenhar, de escrever, mal lia… uó. Não me recuperei completamente, desde que existem aspectos da minha saúde psicológica — que influencia minha disposição para criar — cujo tratamento nada mais é que uma casa própria, estabilidade financeira, terapia em dia e tirar um mês de férias numa pousada, com comida e passeios inclusos.

E isso meio que… não é possível.

Porém! Entretanto! Contudo! Todavia! Tô quietinha, fanficando outro caminho. Me empenharei a sair mais com meus amigos, me faz um bem danado; regularizarei minha alimentação, sono e rotina de exercícios físicos; passarei mais tempo offline, retomando velhos hobbies (artesanato) e sondando novos hobbies (scrapbooking, journaling, pintura).

Ou seja, mais tempo me-mim-comigo, e mais vezes colocando a mão na massa. Por outro lado, o digital não desaparecerá da minha vida, e eu, certamente, experimentarei mais com ficção original. Por hora, decidi que não falarei muito, por aqui, dessa ala do meu percurso com a escrita, mas quem sabe não dê na telha? Nothing’s set on stone, or so they say.

Quanto às variadas outras ideias pra fanfics de Grand Chase e k-pop… veremos, veremos.
 
 

 
Há tempos rascunhei metade de um artigo que nunca será publicado, minha primeira tentativa de falar mais de mim. Esse tempão sem dar as caras na web foi todo assim: pensar num tema, talvez iniciá-lo, raramente finalizá-lo, definitivamente arquivá-lo. Sob o nobre interesse de aprender a fechar a porra da matraca, por hoje é só.

Em outras notas, a longfic continuará no off — sem pressa, sem compromissos públicos, quase um projeto pessoal. Decidi que, quando postá-la, será por sequências de capítulos narrativamente interligados. Na minha cabeça esse é o meio termo entre ‘postar conforme escrevo’ e ‘terminar antes de postar’. Espero que dê certo!

Dito isso, obrigada a você, que chegou até aqui. Se for ficwriter de longfics, como eu, desejo ter te transmitido acolhimento, porque, lastimável!, essa vida de fanficagem não é fácil pra nós. Such a shame, really. Porém vale a pena, fanfimor, então sigamos.

Eu voltei pro fim de mundo que é o Twitter. [15/03/25] Não aguentei, família, eu tive que desativar aquele perfil diabólico e não pretendo mais voltar pro umbral da web. Podemos interagir por lá. Tchau, e até mais!

Posteriormente, neste marcador: "1h por dia progredindo com a minha longfic."

2.773 palavras.

E você, fanfimor? O que tem lido? O que tem escrito?
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2024-01-08 01:00 pm
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Com anos de atraso, hoje eu me apresento a vocês

O horror de ser uma jovem adulta responsável no capitalismo tardio me impediu de registrar a minha jornada quando administradora do AE, portanto a evolução ocorrerá por aqui. Qual jornada? Bom, a de me desgarrar do pavor incompreensível de opinar — veja só, quão absurdo! — no meu próprio site, que eu criei para, bem, justamente… opinar. Com o Em Outras Notas (sim, referência integralmente intencional), me comprometo a realizar duas ações: a primeira, de levar mais a sério o que eu achar, seja lá o que for, e a segunda de começar me apresentando.
 
Sempre achei cafona e redundante; afinal, as páginas “Sobre” existem pra isso. Mas, ah… por que não? Não descarto a possibilidade da minha implicância ser mais um comportamento fugidio meu. Como eu disse, tenho dificuldades de levar a mim mesma a sério. Suponho que não haverá um melhor momento pra desconstruir esse péssimo hábito, né?
 
 
Sou assim, assim, assado
Tive mais de cinco nomes de usuário só desde 2018, mas em todos atendo por Mira, Mimi, ou, de forma menos comum, Miranda. Passei dos vinte, embora sinta que saí dos dezoito anos ontem mesmo. Sou mulher cisgênero, preta, assexual, multirromântica, fã de Grand Chase, Seventeen, bioparques, cachoeiras, o sol das oito da manhã e lanches leves.
 
Gosto de ler e estudar sobre Saúde, Sociologia, fanfiction como um fenômeno sociocultural, ética, o exercício da cidadania, bem como outros tópicos aleatórios cujos nomes não me recordo. Gosto de cozinhar, escrever, ler, abraçar, ouvir, entender. Aprecio quietude, lentidão, o detalhe. Cuido de quem amo, e estou aprendendo a cuidar e amar a mim, também. Enfim, como todas as outras pessoas no mundo, sou um mural de esboços em consistente fluidez.
 
Curso Fisioterapia; estou na reta final. Como fisioterapeuta, conquistarei estabilidade financeira e ajudarei meus pacientes a aprenderem a amar cuidar de si. No futuro, cursarei Psicologia, embora não tenha planos de atuar como psicóloga. E talvez Neurociências, mas ainda não me decidi.
 
Meus amigos me dizem que sou viciada em estudar… não sei de onde tiraram isso.
 
Quanto às Ciências Sociais, me interesso por debater feminilidades, masculinidades, racismo e preconceito, a porra do capitalismo, sexo sob perspectiva biopsicossocial, entre outros. Consumo vídeos de comentário social no YouTube com frequência, e me interesso por livros de não-ficção nas áreas, também. É improvável que eu traga discussões extensas neste nicho pro blog, sobretudo porque não me considero suficientemente versada nessa inteligência específica. Porém minha socióloga interior estará ali, nas entrelinhas. É inevitável, né?
 
(Por pouco eu não cursei Ciências Sociais. Se eu tivesse um tico, assim, a mais de afinidade… ah!)
 
Já em relação às fanfics sou extremamente cara de pau, posto que minha afinidade com Letras é baixíssima. Falo sim! Comento sim! O entusiasmo relativo aos estudos transmídia ganha da minha eu-censora. Reflito muito, leio bastante, debaterei com gosto. No AE eu molhei os dedos dos pés na piscina, experimentei, falhei; por aqui, com a maturidade a meu favor, me jogarei de cabeça.
 
E, a fim de cumprir minha promessa de tratar o blog como meu espaço, você, fanfimor, verá partes de mim que eu não deixava transparecer anteriormente. Não só falarei de escrita e leitura, como também de outros hobbies e verdades pessoais minhas que, francamente, são mais eu do que a escrita e a leitura jamais serão. Devagar, devagarinho… aos poucos eu abro meu coração, e costuro a narrativa de comunidade e afeto com a qual sempre sonhei.
 
É como eu sou, como sei ser.
 
 
Registrando minha segunda tentativa de falar sobre fanfics
Comecei a ler fanfics aos 12 anos, e foi mais ou menos nessa época que eu olhei pro ficdom e pensei: “…Espera aí.” Meu interesse por fanfics como objeto de estudo acadêmico, ou, no mínimo, conversa acalorada, não é novidade. Antes do AE, criei, lancei e eliminei pelo menos dois blogs. Com o AE, tive meu primeiro sucesso. Sendo assim, o EON é o que vem depois do AE.
 
(Não confunda com ‘éon’, que foi o tempo necessário pra eu desenvolver um estilo de escrita pra blogs minimamente aceitável; ou seja, cerca de um bilhão de anos. Shit’s hard, y’all.)
 
Por insegurança, eu não me aventurei tanto em posts considerativos. Me arrependo disso. Sério, tem sentido nenhum ficar com vergonha de dar opinião no meu próprio site. Não supero, juro por deus. Ah, bom, enfim. Beyoncé done said I’m a grown woman, I can do whatever I want.
 
Dessa vez farei diferente, e farei bonito.
 
Trarei, devidamente comedida, formulários coletando respostas para pesquisas nada profissionais e pouco metodologicamente científicas, propostas de conversas, comentários sobre títulos relidos, guias e tutoriais, listas atrás de listas, textos e ideias — em suma, o que fizer sentido. Meu hobbie é levar meus hobbies a sério. Não recomendo… mas já que você está aqui, fique mais, sinta-se em casa; vamos trocar ideias sobre fanfics? Tome, tome, um cookie da Bauducco (da receita antiga, era mais gostosa).
 
 
Bem como minhas infinitas tentativas de escrever fanfics
Outra razão pra eu querer tanto ter um blog foi a necessidade espiritual de poder reclamar, de modo organizado, da vida de escritora. Quebrei a cara ao descobrir que, ou eu escrevia fanfic, ou eu escrevia sobre escrever fanfics, desde que, uh, os dois ao mesmo tempo não dá. Segundo a Física, ou algo do gênero. Não sou de Exatas.
 
De início, publiquei uns artigos falando da pré-escrita da minha longfic Relíquia das Almas: O Conto da Espada, no que eventualmente centralizei as atualizações na finada série quinzenal (…?) Notas Extras & Avulsas. Spoiler: não deu certo.
 
Sou uma ficwriter mais ajuizada, e atarefada, hoje em dia, portanto meu plano de ação foi revisado. Falarei, sim, da minha escrita, porém de forma esporádica e descompromissada. Mexer com fanfics é um tremendo estresse, mas também é uma delícia. Não desistirei tão cedo. Ou melhor: desistirei nunca. Eu amo essa dor de cabeça.
 
Por hora, a longfic citada antes será prioritária, contudo me permitirei flexibilidade criativa. Sou lenta em tudo o que me proponho, mas compenso sendo caprichosa; você pode esperar por eventuais oneshots e shortfics bacanas, fanfimor. No EON, saberá dos bastidores por trás da maior parte dos meus projetos publicados, e da minha batalha com o replanejamento, a reescrita e a republicação — caramba! — da minha longfic. Holy shit, god bless. This bitch is trying her best.
 
 
 
 
O AE — Anotações Esparsas, para quem me desconhece d’outros rodeios — foi a grande paixão da minha adolescência, e serviu seu propósito. Cresci para além dele. Deletei a maior parte dos meus posts, e não faço mais parte da equipe. Determinados textos serão reescritos e publicados aqui, no Em Outras Notas. Outros alimentarão a singularidade de qualquer buraco negro… e ai de quem acionar o Wayback Machine!
 
Como eu disse antes,a  minha proposta é focar em mim, no que eu penso, no que experiencio; algo... intimista. Não um site sobre fanfics, com toda a pompa que a frase inspira, mas um blog, um blog que seja meu. Isso faz sentido pro que quero da minha estadia no ficdom. Espero sua companhia nessa empreitada, fanfimor!
 
Hoje lhe ofereço: surtos embalados em serenidade fabricada, uma fanfiqueira da área da Saúde que gosta de estudar cultura de fãs, simplicidade, conteúdo lento, e textos que são a minha cara. Does it sound good? Cause we in for a ride. Fasten your seatbelts.

[05/02/25] Por causa de erros na formatação do artigo, eu precisei republicar ele e acabei perdendo o comentário que a querida Bea deixou. Meu anjo, se você acabar revendo esse texto saiba que sou muito grata pelo seu carinho e visita ao meu cantinho, okay? Um beijo na testa! Fique bem, te adoro.

1.290 palavras.
 
Sua vez, fanfimor. Diga-me: quem é você? Como tem sido sua experiência no ficdom?
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2024-01-01 01:00 pm
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Leia as minhas fanfics!

Olá! Esse jornal será uma página fixa, onde eu listarei todas as minhas fics publicadas, e qualquer outro projeto em andamento com a devida relevância na minha rotina de escrita.
 
 
 
 
O conto inscrito na lâmina
[Grand Chase] · [+18] · [Lass/Elesis] [Jin/Asin] [Outros]
Nota da autora: contém violência extrema, descrição de crises de pânico, descrição de episódios depressivos, descrição de abuso emocional, cenas de sequestro.
* É uma longfic slowburn. Gêneros incluem ação, alta fantasia, subenredo romântico, angst e fluffy.
* Está sendo replanejada e reescrita. Me acompanhe nos jornais desse marcador.
* Essa longfic foi removida da web anos atrás, não é um projeto recente.
Sinopse: aos nove anos, Elesis Sieghart foi amaldiçoada a tornar-se uma espada. Ela é resgatada uma década depois, por Lass Isolet, que, ao ouvir a história da jovem e por possuir uma dívida de lealdade, se compromete a ajudá-la a encontrar Vimala Greatergold e recuperar sua humanidade. Vimala exige que os dois roubem a Relíquia das Almas, posse de Victorio Greatergold — o duque mais poderoso da nobreza de Mjolnir.
 
 
Deliciously tasting of you
[Grand Chase] · [+18] · [Lass/Asin]
* É uma oneshot, spin-off de outra oneshot. Gêneros incluem smut, fluffy, angst leve, AU — Modelos.
* Publicada no Social Spirit, Nyah! Fanfiction e AO3.
Sinopse: demorou um pouco para que Asin admitisse a beleza, profissionalismo e carisma do colega, e ainda mais para que fizesse as pazes com a paixão que, sem saber, passou a nutrir pelo rapaz… mas, no fim, deu tudo certo. Bastante certo, até. Muito, muito certo. Nessa spin-off, descobrimos um pouco do crescimento dos dois após a declaração de Asin, e das mudanças significativas e positivas ocorridas após ele se permitir desejar Lass.

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2024-01-01 12:00 pm
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Interaja comigo!

I. Olá, fanfimor! Nesse link você poderá me mandar qualquer mensagem que queira. Não coleto e-mails, portanto sua mensagem será anônima (a menos que você indique quem é no corpo de texto). Encare isso como o CuriousCat… sem ser o CuriousCat. Ah, e assinale quais pronomes você usa para que eu possa me referir corretamente a ti, caso responda sua mensagem.

Sinta-se livre pra falar o que quiser, bem como sugerir ideias de artigos pro blog, dar feedback sobre minhas fanfics, ou debater sobre algum tema discorrido no site. Se preferir, eu também aceito asks (anônimas ou logadas) no meu Tumblr. Obrigada pela visita!


II. Se você também redige textos sobre fanfiction, cultura de fãs e fandom enquanto fenômeno sociocultural, vamos colaborar? Seja um redator convidado aqui no EON. (E se quer escrever um texto do tipo mas não sabe como desenvolvê-lo, eu também posso te ajudar!) Confira, com cuidado, cada um dos campos do formulário, e eu entrarei em contato contigo para discutirmos o tema e os parâmetros do projeto.


III. Se não se interessar em ser publicado no blog, você também pode colaborar ao responder pesquisas. Eu coleto os dados por formulários online. Eles não serão compartilhados com outra pessoa, e não coletam informações que possam identificar o correspondente. Questões pessoais são necessárias para que eu possa fazer recortes ao desenvolver meus textos, e, no caso dos pronomes, é para que eu me refira corretamente à pessoa, caso cite diretamente suas respostas no artigo final. Fique de olho nessa página, fanfimor, pois ela será atualizada com frequência.
 
Pesquisa em andamento: nenhuma. Última verificação em janeiro de 2025.


IV. Para quem for unicamente leitor, vale a pena lembrar que a blogosfera se constrói através da interação; pela mesma razão que a seção de comentários nas fanfics foi criada, viu? Por isso, eu te encorajo muito, muito, muito a deixar um comentário nas publicações do EON, independentemente de se faz pouco ou muito tempo desde que o artigo foi ao ar. No Dreamwidth, você pode criar sua conta (e com ela poderá postar jornais, tal qual os falecidos do Spirit, lembra?), e também pode comentar com o OpenID.
 
O OpenID é um serviço que te permite comentar sem que você tenha cadastro no site. Com ele, seu endereço de IP é resguardado, e você pode determinar um nome de usuário, para que você não apareça como anônimo. Legal, né? Super recomendo o Dreamwidth, mas se não quiser, fanfimor, use o OpenID, mesmo. Só não deixe de interagir ⸜( *ˊᵕˋ* )⸝


VI. Só pra fins de organização, vou listar, aqui, todos os meus perfis nos websites da vida:
  1. TrackBear — Eu uso esse site para registrar e monitorar meu progresso com a contagem de palavras dos meus projetos. Sei que existe a plataforma do N*NoWriMo, porém repudio muitas das atitudes da direção e moderação da empresa; por isso, migrei pro TrackBear, e estou amando minha estadia no app! Recomendo ele, a quem se interessar.
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